Um dos filmes mais esperados do semestre – pelo menos pelas
mulheres – a versão live action de “A Bela e a Fera” chega esta semana nos
cinemas brasileiros. Emma Watson, a eterna Hermione da franquia “Harry Potter”,
estrela a produção que traz Dan Stevens, protagonista da ótima série “Legion”,
como a Fera. Luke Evans, o Vlad de “Drácula,
a história nunca contada”, é o vilão Gaston e Josh Gad, de “Pixels”, seu valete
Le Fou.
Para mim, este “A Bela e a Fera” remeteu mais ao universo do
seriado “Once upon a time” que à animação que foi a única até hoje a concorrer
ao premio principal do Oscar. Todo mundo conhece a história, decerto, mas há mais canções (até demais) e consequentemente mais metragem (zzz...). A
ação se passa numa França que parece ter perdido a Guerra dos 100 anos, dada a
quantidade de britânicos no elenco – além de Emma, Evans e Stevens, ainda tem Ewan
McGregor (“Trasnpotting”), Ian McKellen (o Gandalf de “Senhor dos Anéis”) e Emma Thompson (“Simplesmente
Amor”) como os utensílios animados do castelo. A presença da atriz e cantora
seis vezes vencedora do Tony, Audra McDonald, sugere que teremos em breve uma
versão para o palco do filme.
Embora Hollywood adore um sotaque britânico e considere os
súditos de Elizabeth II melhores atores, a atuação do elenco é irregular, com
estaque negativo para Luke Evans, definitivamente canastrão como vilão. Josh
Gad, por sua vez, surpreende como seu comparsa e, talvez, algo mais. O ótimo
Kevin Kline interpreta o pai de Bela, num desperdício e um ator que já viveu
dias melhore, como em seu merecido Oscar por “Um peixe chamado Wanda”. Dan
Stevens se esforça para atuar debaixo de uma roupa que tinha até ventilador no
traseiro e com a voz alterada eletronicamente, e Emma Watson, bom, faz tempo
que ela trabalha mais com sua persona pública que como atriz. O CGI é
surpreendentemente ruim, especialmente depois de assistir há pouco “Kong – A Ilha
da Caveira” e levar em consideração que trata-se de uma produção Disney. Não que
nada disso importe para o público-alvo,
que são as mulheres que tem no desenho animado de 1991 uma referencia afetiva. Para estas, vai valer a ida ao cinema.