Mais uma vez, em plena folia carnavalesca aqui no Brasil, a
Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood realiza a mais
importante premiação do mundo do entretenimento: O Oscar. Para nós,
brasileiros, a festa cair no domingo de Carnaval significa que só quem tem TV a
cabo vai assistir ao show, já que a Globo vai priorizar o desfiles das escolas
de samba do Rio de Janeiro.
Baseado em meus anos acompanhando a premiação – uma das
únicas vezes que perdi a transmissão ao vivo foi culpa dos Irmãos Piologo – dou aqui meus palpites para domingo,
lembrando que o Oscar é, basicamente, uma autocongratulação da indústria
cinematográfica americanas, e não um premio aos melhores, ainda que se venda
assim.
Para melhor filme, não tem choro nem vela: “La La Land –
Cantando Estações” só não será anunciado como grande vencedor se o meteoro cair
antes (em pleno Carnaval?). Seus principais rivais, “Manchester á beira mar”
(que vi) e “Moonlight – Sob a luz do luar” (que não vi), não tem o peso
necessário para derrubar o filme de Damien Chazelle, que também é
franco-favorito para Melhor Diretor e Roteiro Original. A estatueta de Roteiro
Adaptado pode ir para “Moonlight”.
Na área das atuações, Emma Stone é barbada como Atriz, mesmo
com Isabelle Hupert no páreo pelo soberbo “Elle”, inexplicavelmente fora da
corrida de Filme Estrangeiro. Como Gwyneth Paltrow em 1999, Emma está no filme
queridinho de todos (então, “Shakespeare Apaixonado”) e a comunidade de Hollywood tem a necessidade
de consagrar uma estrela ascendente para a manutenção do Star System. Não
funcionou tanto assim para Gwyneth, mas certamente colocou Jennifer Lawrence
num patamar diferenciado em 2013.A moça dos olhos grandes não apenas carrega
“La La Land” nas costas como vem construindo uma sólida carreira. Entre os
atores, o páreo é mais difícil. Casey Affleck, por “Manchester à beira mar”, é
o favorito dos críticos, mas Ryan Gosling pode ser carregado pela maré de “La
La Land”. Denzel Whashington (“Um limite entre nós”) corre por fora, mas acho
difícil que ele leve o bi. Entre os coadjuvantes, já passou da hora de premiar
a extraordinária Viola Davis (“Um limite entre nós”), em sua terceira
indicação. Acho que sua principal concorrente é Naomi Harris por “Moonlight”.
Entre os Atores Coadjuvantes, Mahersala Ali, também de “Moonlight”, é tido como
favorito, mas tem nos seus calcanhares Jeff Bridges, em mais uma grande
caracterização no ótimo “A Qualquer Custo”, também concorrente a Melhor Filme e
cartaz do Cineclube Indaiatuba na última terça, com reprise neste sábado de
Carnaval.
Uma das categorias mais recentes, o de Animação, tornou-se
uma das mais populares graças à evolução técnica e artística de estúdios como
Pixar, Dreamworks e outros. Este ano, entretanto, a veterana Disney deve levar
com o surpreendente “Zootopia”, que parecia mais um filme de bichinho e se
revelou uma sofisticada paródia sobre vários aspectos da sociedade humana. Já
para Filme Estrangeiro – ou de língua não-inglesa – já vi “O apartamento”, do
iraniano Ashgar Farahdi (que tenta o bi, após ganhar em 2012 com “A separação”),
que é ótimo, mas o favorito é o alemão “Toni Erdmann”, que fez Jack Nicholson
cogitar deixar a aposentadoria para estrelar o remake americano da trama.
Na TV
Com a Globo privilegiando a Sapucaí, resta aos cinéfilos o
canal pago TNT, a partir das 21h, com entrevistas dos astros no tapete vermelho
cargo de Carol Ribeiro. A cerimônia em si terá comentários de Domingas Person e
do secretário da Cultura de Paulínia, Rubens Edwald Filho. No especial que a
Globo vai exibir na segunda-feira, após o Especial de Carnaval, a equipe será
formada por Artur Xexéo, Cristiane Pelajo e Miguel Falabella no lugar que no
ano passado foi de Glória Pires. Ele certamente trará mais informação, mas
dificilmente repetirá os memes da atriz.