terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O que bombou - e o que não - em 2016 no Cinema e TV

2016 não foi o melhor dos anos por diversos motivos, mas na área do entretenimento, tivemos coisas legais, coisas muito legais e outras que decepcionaram totalmente. A origem deste post foi um proposta do site Nerd Interior para um Top 5 do Cinema e TV, mas achei cinco muito pouco, então vamos ao que de melhor e “pior” vimos no ano que passou.

O que bombou

Ryan Reynolds finalmente emplacou um super-herói
1.      Deadpool – Após o vexame de “X-Men Origens: Wolverine”, Ryan Reynolds emplacou sua visão do personagem e, além de bombar nas bilheterias, conseguiu as primeiras indicações para o Globo de Ouro para um filme “de super-herói”.
2.      Capitão América: Guerra Civil  x Batman vs Superman – Com temas muito parecidos, as duas produções estrearam com pouca diferença entre elas, mas na hora do “vamos ver”, deu Marvel tanto em bilheteria quanto nas críticas. Se não cumpriu todas as expectativas dos fãs, pelo menos o encontro entre os maioes super-heróis dos quadrinhos deu a partida para o aguardado universo compartilhado da DC. E Ben Affleck nes deu a perspectiva de novos filmes do Homem-Morcego.
3.      Filmes do Oscar – Tivemos uma boa fornada do Oscar este ano, com os muito bons “A Grande Aposta” e “Spotlight – Segredos Revelados”, o elegante “Carol” e o surpreendente “O Quarto de Jack”.

Sônia Braga em seu grande triunfo pessoal: "Aquarius"
4.      Aquarius – Filme tem a melhor atuação da carreira de Sônia Braga e consolida Kleber Mendonça de Toledo como um dos principais cineastas brasileiros do cenário contemporâneo.
5.      O Silêncio do Céu – A surpreendente produção Mercosul foi dirigida pelo brasileiro Marcos Dutra, rodada em Montevidéu, baseada em romance do argentino Sergio Bizzio, que também assinou o roteiro com a compatriota Lúcia Puenzo e pelo brazuca Sergio Gotardo. A estrela global Carolina Dieckman se despiu da persona televisiva para atingir um outro nível de atuação, secundada pelo portenho Leonardo Sbaraglia, de “Relatos Selvagens” e com o coadjuvante de luxo Chino Darin, filho de Ricardo. Ajuda a entender porque a média do cinema feito na Argentina é tão superior ao nosso.
6.      A Chegada – Denis Villeneuve surpreendeu as plateias de diversos festivais ainda em 2015, e quando ele finalmente chegou ao Brasil, acabou não sendo  hype esperado. Mas é porque é o scifi fora da curva, abordando possibilidades da Física Quântica que parecem eventos paranormais para o grande público.

Rogue One foi o melhor blockbuster do ano
"Stranger Things" trouxe os anos 80 de volta à televisão
7.      Rogue One: Uma história Star Wars – A expectativa quanto a esse primeiro spin-off cinematográfico da franquia era grande, mas o filme correspondeu e ainda fez um link afetivo com o original que levou os fãs às lágrimas. Pelo menos no meu caso.
8.      Westworld – O seriado criado para substituir Game of Thrones na HBO trouxe produção, orçamento e atuações de cinema. As ótimas Evan Rachel Wood e Thandie Newton foram injustamente esnobadas no Globo de Ouro.  
9.      Stranger Things – O grande hype do primeiro semestre na TV, foi uma ode aos anos 80. A segunda temporada está sendo filmada a toque de caixa antes que os adolescentes cresçam de mais.
10. Game of Thrones – Em sua reta final, a série apresentou a melhor temporada até agora, tendo A Batalha dos Bastardos como ponto alto, o episódio mais caro já rodado para a televisão.

O que flopou


Toda a sofrência de Leo di Caprio não faz valer "O Regresso"
1.      O Regresso – Fez Alejandro Iñarritu ganhar o bi como diretor no Oscar e deu a sonhada estatueta para Leonardo Di Caprio. Mas foi muito barulho para pouco.
2.      O Filho de Saul – Vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro, a produção húngara dirigida por László Nemes é uma decepção. O candidato brasileiro que não chegou à final, “Que horas ela volta?”, é muito melhor.
3.      Esquadrão Suicida – Caso em que o trailer era infinitamente melhor que o longa. Como em “Batman vs Superman”, a DC não teve firmeza de manter o projeto original e acabou tentando colar no sucesso de “Deadpool”. Não funcionou, mas deu dinheiro.

Nova geração de "X-Men" não emplacou em "Apocalipse"
4.      X-Men: Apocalipse – Os erros da Fox com os mutantes da Marvel e da Sony com o Homem-Aranha (sem falar da DC...) mostram como é difícil fazer o que a Marvel fez. Não adiantou fazer o reboot em “Dias de um futuro esquecido”, eles ainda pisam na bola da continuidade. Mas esse foi o menor dos problemas do filme.
5.      Warcraft – Anunciado como o filme inspirado em videogame que venceria a escrita do subgênero. Não rolou.
6.      Ben Hur – Se pedissem minha opinião antes de investir nesse remake, eu diria, “não faça isso”. Não apenas porque o original de 1959 é um clássico, mas porque fazia sentido na época, dentro do ciclo dos filmes bíblicos da época. Hoje, foi apenas um anacronismo que custou os tubos e não rendeu nada.

Trupe da Porta dos Fundos não acertou a mão no cinema
7.      Porta dos Fundos – Contrato Vitalício - Este é um caso oposto. No cenário atual do cinema brasileiro, um filme do mais bem sucedido canal de humor da internet, que já rendeu um bom programa na TV por assinatura, ´parecia tiro certo. Foi, só que no pé.
8.       Luke Cage – Vá lá que a segunda temporada de “Demolidor” não foi tão boa como a primeira, mas teve o Justiceiro de Jon Bernthal para redimí-la. Mas a aguardada série do herói do Harlem tinha material para, no máximo, dois telefilmes. O resto foi preenchido com muita conversinha e ação meia-boca.
9.     Vinyl – Sei que muita gente achou o máximo, mas esta superprodução assinada por Martin Scorcese (que ainda dirigiu o primeiro – e péssimo – episódio) e Mick Jagger foi um fracasso em todos os sentidos. Nem a HBO, que costuma bancar apostas altas, teve coragem de arriscar mais uma temporada.
"Vinyl" foi o grande fracasso da HBO este ano
10.  Pure Genius – Poderia falar de “Walking Dead”, cuja atual temporada está sendo considerada a pior de todas pelos críticos americanos, mas não acompanho há anos. Dentre tantas apostas que morreram na primeira temporada este ano, incluí este programa porque ele está sendo exibido no Brasil pela Universal, que é uma Multishow dos seriados da TV por assinatura: todo pacote básico tem. É uma tentativa de fazer um “House” do bem (tem até a última médica bonitona do Departamento de Diagnóstico, Odette Annable), o que obviamente não funciona.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Globo de Ouro 2017: abertura e discurso de Meryl Streep foram o melhor da noite

Ryan Gosling e Emma Stone comemorando seus prêmios
Já na abertura do Globo de Ouro ontem, dia 8, já dava para adivinhar quem seria o grande vencedor. Foi uma grande paródia da sequencia inicial de “La La Land: Cantando Estações”, com a participações de representantes de diversos concorrentes, como Amy Adams em "A Chegada", o elenco de "O Povo contra O.J. Simpson" (reparem no Travolta), os garotos de “Stranger Things” e Kit Harrington, o Jon Snow de “Game of Thrones” (o melhor). Pena que o resto do trabalho do apresentador Jimmy Fallon tenha sido uma decepção, possivelmente por causa do seu estilo “amigo de todo mundo”, que faz com que evite confrontos, mesmo num tempo como atual.


Quem não se conteve e saiu do protocolo foi a homenageada com o Prêmio Cecil B. De Mille, Mery Streep. Do alto de seu prestígio como a grande Atriz Americana de nosso tempo – e um vídeo com momentos de sua carreira deixaram isso bem calro -  mesmo afônica, ela deu voz à indignação da maioria da classe artística americana com os atos e pronunciamentos do presidente eleito Donald Trump. Falou sobre bullying contra portadores e deficiência, da diversidade cultural e étnica da indústria do entretenimento, citando as origens de diversos colegas presentes. Numa cerimônia promovida por jornalistas, a atriz frisou a importância que a impresna responsável terá nos próximos anos, e encerrou lembrando sua amiga Carrie Fisher – a quem interpretou no filme à clef “Lembranças de Hollywood”: “Como diria minha amiga Princesa Léia, que nos deixou, me disse uma vez: pegue seu coração partido e o transforme em arte”.


Nos prêmios propriamente ditos, “La La Land – Cantando Estações” foi o grande vencedor, batendo o recorde da premiação, com sete troféus: Melhor Filme, Ator (Ryan Gosling), Atriz (Emma Stone) em Musical ou Comédia, Diretor (Damien Chazelle), Roteiro, Trilha Musical e Canção Origi9nal (“City of Stars”). Na categoria Drama, as coisas ficaram mais divididas, com “Moonlight” levando Melhor Filme, Casey Affleck sendo premiado como Aror por “Manchester à Beira Mar” e Isabelle Hupert como Atriz por “Elle”. Os prêmios de Coadjuvante ficaram com Aaron-Taylor Johnson por “Animais Noturnos” e Viola Davis por “Fences”. O polêmico “Elle” venceu na categoria Filme Estangeiro, ressuscitando a carreira do diretor Paul Verhoeven (autor do “Robocop” original e de “Instinto Selvagem”), e “Zootopia” foi a Melhor Animação (outra bola cantada).

Reese Witherspoon e Nicole Kidman como a nova dupla Missouri & Mississipi
Os prêmios em TV foram mais discutíveis. Melhor Série Dramática para “The Crown” em um ano em que “Stranger Things” e “Westworld” causaram? A inglesinha sem sal Claire Foy (A Elisabeth II em “The Crown”) melhor que Evan Rachel Wood (“Westworld”)? E, pior ainda: o que é considerada a melhor coisa em “The Crown”, que é John Lithgow como Churchill, acabou perdendo para Hugh “House” Laurie por “The Night Maneger”, que foi um vencedor inesperado ganhando na categoria Filme para TV ou Minissérie, com os prêmios de Ator (Tom Hiddelston), o já citado Hugh Larie e ainda Olivia Colman como Atriz Coadjuvante. Assim, o badalado “O Povo contra O.J. Simpson” ficou apenas com o principal da categoria e o de Atriz para Sarah Paulson.

Por outro lado, as vitórias de “Atlanta” como Séie Musical ou Comédia e de seu idealizador e protagonista, Donald Glover, como Ator no gênero; e de Tracee Ellis Ross (filha de Diana Ross) como coadjuvante por “Black-ishi” parece uma resposta ao Oscar “branco” do ano passado. Ah, sim: Billy Bob Thorton ganhou o premio de melhor Ator em Série Dramática por “Goliath”, mas who cares?