O Dia do Atentado chega ao Brasil nesta semana contando a
histórias das bombas detonadas na Maratona de Boston, em 2013. O filme traz no
elenco o astro Mark Wahlberg (Transformers: A Era da Extinção), Michelle
Monaghan (Missão: Impossível 3), Kevin Bacon (série The Following), J.K.
Simmons (Whiplash) e John Goodman (Rua Cloverfield, 10). Prestando atenção você
verá a Supergirl da TV, Melissa Benoist, no papel da mulher de um dos dois
terroristas.
Para quem está cansado do festival de efeitos especiais e
fantasia que assola os cinemas, é um ótima opção, que conta um acontecimento
recente de forma séria e quase sem apelações. O diretor Peter Berg, que repete
a parceria com Wahlberg que já havia ocorrido em Horizonte Perdido: Desastre no
Golfo e O Grande Herói, conduz a trama quase como uma daquelas reconstituições
históricas dos canais Discovery, National Geographic ou History (só que com
elenco estelar), acompanhando determinados participantes da tragédia desde
pouco antes das explosões. Wahlberg interpreta o sargento Tommy Saunders que, ao
contrário da maioria dos personagens, é uma composição de diversos policiais
que acompanharam os fatos, do atentado à caça aos criminosos. O título
original, Pattriots Day, se refere ao feriado estadual que lembra a batalha de
Lexington, na Guerra da Independência, quando acontece a maratona.
É notável a preocupação com a fidelidade aos fatos, como no
atrapalhado tiroteio entre a polícia e os dois terroristas, incluindo o discurso
final do jogador David Ortiz, durante o jogo dos Red Sox, em que ele usa a
palavra fuck em transmissão nacional, mas que acaba impulsionando o time para a
conquista da World Series, o campeonato de beisebol que os americanos chamam
modestamente de “mundial”. A reconstituição da tragédia também deixa claro que
este maior atentado nos EUA após o 11 de setembro foi perpetrado por dois
amadores sem nenhuma conexão com redes terroristas, movidos apenas por teorias
conspiratórias e armados com uma pistola e diversas bombas caseiras. Estava
mais para Columbine que para World Trade Center e, no entanto, paralisou uma
das maiores cidades americanas e mobilizou praticamente todos os recurso de
segurança municipais, estaduais e nacionais. É de se pensar.
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