quinta-feira, 11 de julho de 2013

A importância do Atlético na final da Libertadores

Vitro defende a cobrança de Maxi Rodrigues: a imagem do jogo
Acabei de ver a história e heróica classificação do Atlético Mineiro à final da Copa Libertadores da America, na semifinal contra o Newell's Old Boys da Argentina. Dois a zero no tempo normal (igualando o placar do primeiro jogo em Buenos Aires) e 3 a 2 nos pênaltis.

Dos grandes times brasileiros, apenas tres não foram campeões da Libertadores - Atlético, Fluminense e Botafogo - e só dois nunca foram à final, sendo um deles o Galo Mineiro, justamente o primeiro campeão brasileiro, nos moldes com conhecemos agora.
Outro tabu envolvendo o jogo é pessoal: o técnico Cuca nunca ganhou um campeonato que não fosse estadual, a despeito de ser reconhecido como um dos mais destacados estrategistas do futebol brasileiro hoje. Afinal, até Celso Roth tem uma Libertadores, meu Deus!

A grande proeza de Cuca até então tinha sido evitar o rebaixamento do Fluminense em 2009. Tem sob seu comando o que é, provavelmente, o melhor elenco do futebol brasileiro hoje, o que ficou provado hoje, quando substituiu Diego Tardeli por Alecsandro e Bernard por Guilherme, sendo que este marcou o gol redentor no final do jogo e os dois reservas marcaram suas cobranças de penalidades. Finalmente, ele terá a chance de provar que é um técnico de elite, e não um eterno vice.

Em tempo: apesar do que o goleiro Vitor tem feito nesta Libertadores, ao defender aquele pênalti contra o Tijuana e agora a cobrança de Maxi Rodrigues, ainda não justifica ser igualado a São Marcos. Naquela Libertadores de 2000, que o Palmeiras nem venceu no fim das contas, ele pegou um penalti de Marcelinho Carioca, o jogador mais odiado do principal rival do Palmeiras. Para ser a mesma coisa, Vitor teria que pegar um penalti num jogo decisivo da Libertadores contra o Cruzeiro batido por, digamos, Diego Souza. Ainda assim, não é a mesma coisa.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Rumo ao Hexa? Muita calma nessa hora!

O esperado jogo contra a que é chamada melhor seleção do mundo e o Brasil terminou com a retumbante e convincente vitória por 3 a 0 para os donos da casa, que conquistaram assim o quarto título (o terceiro seguido) da Copa das Confederações. Felipão mostrou que tem um time e a torcida verdeamarela vibrou pela volta do campeão, após os anos de estiagem de títulos e futebol convincente dos tempos de Mano Meneses.

Contra o já ganhou a um ano do que realmente interessa - a Copa do Mundo - é bom lembrar que quem ganha ou joga bem a Copa das Confederações tem sido sempre uma decepção no ano seguinte. Pode não parecer, mas 12 meses é muito tempo em futebol. Basta lembrar que na edição de 2009, o destaque do título do Brasil na África do Sul foi Luis Fabiano (que decepcionou na Copa e não é cogitado por ninguém a voltar à seleção) e que no primeiro semestre de 2010 surgiram os fenômenos Neymar e Ganso, ignorados por Dunga com a justificativa do "grupo fechado" (coisa de técnico de Casados x Solteiros).

Falando em técnico, será que agora vão parar de chamar Felipão de retranqueiro e superado? Jogar com tres atacantes e um volante artilheiro com Paulinho é coisa de retranqueiro? Encurralar o tik-tak espanhol em seu próprio campo e anular aquele extraordinário meio-de-campo é próprio de um treinador superado? Uma característica do treinador é montar o time a partir dos jogadores, e não encaixá-los num esquema pronto. Foi assim em 2002, quando a equipe foi centrada em Rivaldo e Ronaldo, e 2002, quando o medíocre time do Palmeiras conseguiu vencer a Copa do Brasil (a queda para a segunda divisão do Brasileirão foi o choque com a realidade, que Felipão alertou logo após seu único título nesta segunda passagem pelo Parque Antártica).

O que o Brasil mostrou ter de melhor que Espanha e Itália é ataque. Iniesta e Xavi criam para Pedro, Torres (depois o decadente Davi Villa) e Mata (depois Jesus Navas), quaisquer que sejam as opções são inferiores aos definidores Neymar e Fred e o carregador de piano Hulk. O mesmo se pode dizer da Itália, que depende muito de Balotelli. Fazer marcação é questão de treino e aplicação, fazer gol é uma questão de talento, daí o título do Brasil na melhor edição da Copa das Confederações.


Há que se considerar que alguns craques adversários estavam baleados ou em má fase, casos de Pirlo, que se contundiu contra o Japão, não jogou contra o Brasil e fez número na semifinal; e Xavi, que há tempos não joga no mesmo nivel de seu parceiro Iniesta. Repito, muita coisa pode e vai acontecer daqui a um ano, coisa que Felipão sabe e fez questão de deixar claro ao afirmar que as portas estão abertas a Ronaldinho gaúcho e Kaká, desde que eles joguem. Além do mais, vai que nesse meio tempo apareça algum fenômeno, como aconteceu na Alemanha, que revelou em plena Copa da África do Sul os então desconhecidos Özil, Khedira e Thomas Müller.