quinta-feira, 25 de março de 2010

Piada involuntária?


Eu estava vendo o CQC da novela da TV LCD de Barueri no Youtube e olha só o anuncio Google gerado na tela. Eu juro que não manipulei a imagem!

terça-feira, 16 de março de 2010

Carta (e-mail) de um velho amigo

Rapaz, este negócio do assassinato do Glauco bateu fundo na geração dos 80. Foi como se a década (e suas boas lembranças) recebessem uma pá de cal. Acabou, de fato.
O Wilson e eu sempre encontrávamos com ele (ou era o Laerte? Ou seriam a mesma pessoa?) na Vila Mada d’antanho, quando íamos a pé de bar em bar...

A década de 80, onde o rock, de fora na maioria, mas também o nacional, era a referência, acabou quando chegou o Axé, lembro de 1992 (e não 1994, como quer a Folha), meu último ano de Sampa. Lembro bem de uma colega de trabalho que volta de um show sensacional (segundo ela) no Masp, hora do almoço, de uma novata, Daniela Mercury. A partir daí o mercado se dividiu entre o Axé (do qual podemos dizer, como Levi-Strauss, que chegou à decadência sem ter conhecido muita qualidade...), o pagode e o sertanejo, algumas vezes misturando tudo (caso típico em que o todo é bem pior que a soma das partes), e se apoiando na massa de adolescentes consumidores néscios (de são paulo, a princípio, que iam passar férias na Bahia e se rendiam à música, e depois do Brasil todo) e TV unidimensional . Depois tivemos Carla Peres, Tchan, e outras misérias (time do Palmeiras-Parmalat, declínio inexorável do Mengão, neoliberalismo, privatizações, desemprego, ascensão irresistível do “Empresário”, do “consultor”, do “economista” e de yuppies incultos e agressivos em geral, além dos plásticos chineses, da estatística no futêbol, do comentário de arbitragem, do jornal colorido, ...). Minha observação (imparcialíssima, tal como a Veja) é que ninguém, digo , NINGUÉM que tivesse a formação musical iniciada via mídia neste período tem ouvido bom, ou padrão algum. Tive ao menos a sorte de acompanhar a débâcle olhando do Leblon (irreconhecível de tão yuppie, hoje). A tríade nacionalista de nossa formação “futibol-mulher bôa-samba” foi substituída gradativamente pelo “futêbol-cachorra-pagode”, e daí fomos ladeira abaixo. Quem viveu e se divertiu nos 80, como nós, não deixa escapar um suspiro saudosista quando vemos o tamanho da devastação cultural desde então. Mas o mercado cresceu, temos uma nova classe média, o Brasil é reconhecido no mundo, ganhamos o penta, etc, etc

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Japs - José Antônio Pereira de Souza - é um dos meus amigos mais inteligentes e, como todo mineiro, assim que teve chance migou para o litoral, como fazem os lemingues. No caso dele, Rio de Janeiro. Passei horas agradáveis em sua bibloteca montada quase inteiramente em sebos de Pinheiros e seu antigo apartamento no bairro é até hoje meu domicilio eleitoral, onde nos reuníamos durante a lei seca eleitoral para, naturalmente, enchermos a cara.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Ilha do Medo


Acabo de ver "Ilha do Medo", quarta parceria entre Martin Scorsese e Leonardo di Caprio, e creio que foi a que mais me agradou à saída do cinema. Fui desconfado por conta de Luiz Carlos Merten, que disse que o filme não o pegou, mas a mim, sim. Além disso, a referencia ao "Gabinete do Doutro Caligari" feita no pressbook entrega o mistério, ao menos pra quem assistiu a obra que inaugurou o Expressionismo Alemão. A maioria talvez pense em "O Sexto Sentido", mas Scorsese é mais honesto do que Shyamalan, que fez da supresa a grande - senão única - grande virtude de seu filme.


O que importa em "A Ilha do Medo" não é tanto o insight final, mas a construção da narrativa, ao mesmo tempo cheia de cultura cinematográfica sem necessariamente cair na citação óbvia - a não ser num traveling hitchocockiano mais para o final. Em entrevista a Merten no Festival de Veneza, Scorsese teria citado Mark Robson como uma das referências, e logo imaginei o clima claustrofóbico de seus filmes na RKO produzidos por Val Lewton. Mas há também algo do clima anti-comunista de "Os Criminosos não Merecem Premio", também de Robson. Patricia Clarkson num rápida aparição até cita o argumento de "Sob o Domínio do Mal" original, outro clássico da Guerra Fria, como uma conspiração. Divertido.
Há uma certa tradição no suspense psiquiátrico (em que a solução do caso está nas mãos ou na cabeça de um psiquiatra), que começa com "Spellbound - Quando Fala o Coração", de Alfred Hitchock. Divulgado na época como primeiro filme inspirado nas teorias de Freud, acabou soando falso, tanto pela psicanálise de botequim quanto pelas sequencias de sonhos criadas por Salvador Dali. Outra incursão de Hitchcock na área foi em "Psicose", na explicação final do psiquiatra, justamente o ponto fraco deste clássico. Existem outros exemplos, que de cabeça me lembro de "Irmãs Diabólicas" (1973), "Vestida para Matar" (1980) e "Sindrome de Cain" (1992), todos de Brian de Palma emulando Hitchcock; "Identidade" (2003), do eclético James Mangold etc.
"Ilha do Medo" se soma a essa lista, porém, com a classe e talento de Martin Scorsese. Programão.



sábado, 13 de março de 2010

A morte de Geraldão (nota publicada na Tribuna)


Fui acordado ontem por uma ligação do meu amigo Arabaci que me comunicou o assassinato de Glauco Vilas Boas, autor de Geraldão, o Solteirão. Figuraça da Pauliceia dos anos 80, que eu e o Araba frequentávamos quando estudantes, Glauco era o próprio Geraldão. Esse lado autobiográfico que imprimia às suas tiras lhe rendeu até uma encrenca, quando uma ex-mulher tentou processá-lo ao ver uma situação conjugal impressa numa tira do casal Neuras – uma de suas grandes criações. Glauco era, como eu, frequentador do Longchamp, mas eu tinha mais contato com Laerte e Angeli, e muito mais com Luis Ge. Bons tempos...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Deu no UOL: Exército israelense lança ofensiva contra Bar Refaeli


Que Faixa de Gaza, que nada. Isso é que é objetivo estratégico!

quarta-feira, 10 de março de 2010

25 anos da axé music


A Folha de S. Paulo de hoje publica uma reportagem especial sobre os 25 anos da axé music, contada a partir do lançamento de Fricote, de Luis Caldas. Trata-se uma matéria abrangente, coroada por uma análise de Marcus Pretto sobre o gênero, desde a explosão de Daniela Mercury (na foto, como era linda...) em 1994 até o atual reinado de Ivete Sangalo e sua Mini-me, Claudia Leitte. Os links podem ser acessados por assinantes da do Uol e da Folha.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Johnny Alf, precursor da bossa nova, morre aos 80 anos em SP (Folha on Line)


O cantor, pianista e compositor Johnny Alf morreu nesta quinta-feira (4). Ele estava internado em estado grave no hospital Mário Covas, em Santo André, na Grande São Paulo. Ele tinha 80 anos.

Johnny tratava um câncer de próstata há cerca de três anos na instituição. Um dos precursores da bossa nova, ele vivia em uma casa de repouso na cidade.

Segundo o empresário do cantor, Nelson Valencia, a metástase tinha avançado e os médicos haviam avisado que não havia mais nada que pudesse ser feito.

Johnny não tinha familiares. O velório deve ser amanhã de manhã na Assembleia Legislativa de São Paulo.

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Um dos artistas mais discretos e elegantes do Brasil, talvez seja mais importante pela influencia que por sua obra em si. Não é uma questão de talento, mas de personalidade. Cesar Camargo Mariano, por exemplo, o considerava um irmão pessoalmente e um mestre artisticamente. Mas o discípulo profissionalmente se saiu bem melhor que o professor.