Roberta Sá encarna Carmem Miranda no encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio |
Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro acabaram ontem e – adivinhem
só? – foi um sucesso! A poucos dias do início, ninguém diria que o evento
mobilizaria o País, daria um upgrade na sua imagem internacional e que nossos
atletas teriam a melhor performance olímpica da história. Ou que o maior vexame
das Olimpíadas seria de um gringo, americano ainda por cima.
Paulinho da Viola cantando o Hino Brasileiro: para chorar de tão lindo |
A coisa começou bem já na
cerimônia de abertura. Eu mesmo nem ia assistir, estava me preparando
para sair de casa, quando passei em frente á televisão e parei, hipnotizado
pela beleza da festa criada por Daniela Thomas, Fernando Meirelles e Andrucha Waddington
(todos cineastas, by the way) e pela
música. Ah, a música! Paulinho da Viola, nosso sambista mais classudo, cantando
o Hino Nacional foi de arrancar lágrimas. Benjor com seu “País tropical”,
Daniel Jobim cantando “Garota de Ipanema” para Gisele Bundchen desfilar,
Gilberto Gil mandando
Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça |
Nos Jogos, em si, teve de tudo: redenção para Diego Hypólito,
Poliana Okimoto, Rafaela Silva e o vôlei masculino; as inéditas medalhas de
ouro no futebol e no boxe olímpico; o surgimento do prodígio Thiago Braz no salto
com vara; o resgate de tradições com o Tiro de Felipe Wu e das velejadoras
Martine Grael e Kahena Kunze. E as despedidas dos mitos
Anitta, a principal cantora opo da atualidade, entre Caetano e Gil: se você não gostou, aposto que os pais da Tropicália adoraram |
O encerramento de ontem coroou esses fabulosos Jogos do Rio.
Da direção, saem os cineastas, entra a carnavalesca Rosa Magalhães para que
tudo acabe em samba. Uma festa da diversidade brasileira culminando com um
carnaval para gringo em escala olímpica. E o Japão apresentando seu cartão de
visitas, lembrando a todos que a próxima Olímpíada será do outro extremo do
mundo, tanto geográfica quanto em quase tudo o mais.
Izabel Goulart e Leandra Leal no encerramento |
De toda a forma, o recado estava dado. O Brasil pode estar
na merda, mas não é uma merda, ao contrário do que os projetas do apocalipse
andaram trombeteando. Um país com tudo isso e capaz de espantar a todos –
inclusive a nós, brasileiros, agora com muito orgulho, com muito amor – pode muito
mais. Independente do ladrão/incompetente/populista da vez no governo.