Outro dia li um texto que diferenciava o melhor jogador do
maior jogador. Dentro desse critério, Messi seria melhor tecnicamente que
Maradona, mas o segundo seria maior por ter levado a Argentina à conquista da
Copa do Mundo de 1986 e feito o modesto Napoli campeão italiano pelas duas
únicas vezes em sua história.
Neste domingo, Cristiano Ronaldo se consolidou como maior
jogador português de todos os tempos. Se há tempo ele já havia superado Luis
Figo, ainda restava dúvidas em relação a Eusébio, que levou Portugal ao
terceiro lugar na Copa de 66 e o Benfica às duas únicas conquistas da Liga dos
Campeões da Europa. Com a conquista da Eurocopa pela seleção portuguesa, que
CR7 liderou dentro e fora de campo, não há mais o que discutir. É a primeira
vez que os lusos ganham um título de primeira linha em toda sua história, que
inclui o doloroso vice em 2004, quando perderam para a Grécia em casa.
Mas o que talvez seja mais importante, nesta temporada, o
craque português colocou alguns corpos e vantagem sobre seu eterno rival Lionel
Messi, com as conquistas da Champions League e da Eurocopa. O prodígio argentino
não apenas fracassou em três torneios de seleções em três anos seguidos, como
ainda anunciou que deixaria de jogar pela Argentina. É indiscutível a
supremacia técnica do argentino, mas seus fracassos com uma seleção que tem
ainda Higuain, Aguero, Di Maria e Mascherano são inexplicáveis. Portugal de CR7
era nitidamente inferior à França, especialmente com a saída do craque ainda no
primeiro tempo, mas a entrega do time luso diante de um adversário que parecia
acreditar que resolveria a partida a qualquer momento foi emocionante.
Extenuados ao disputar a terceira prorrogação no torneio, os portugueses ainda
eram animados e orientados por um Cristiano Ronaldo que dividiu a função de
técnico com Fernando Santos. Na hora da premiação, os companheiros decidiram
que ele, o líder do time, ergueria a taça ao invés de Nani, o capitão que
terminou o jogo.
Hoje, podemos cravar que Cristiano Ronaldo é maior do que
Messi.