quinta-feira, 16 de março de 2017

A Bela e a Fera: já vimos

Um dos filmes mais esperados do semestre – pelo menos pelas mulheres – a versão live action de “A Bela e a Fera” chega esta semana nos cinemas brasileiros. Emma Watson, a eterna Hermione da franquia “Harry Potter”, estrela a produção que traz Dan Stevens, protagonista da ótima série “Legion”, como a Fera. Luke Evans,  o Vlad de “Drácula, a história nunca contada”, é o vilão Gaston e Josh Gad, de “Pixels”, seu valete Le Fou.

Para mim, este “A Bela e a Fera” remeteu mais ao universo do seriado “Once upon a time” que à animação que foi a única até hoje a concorrer ao premio principal do Oscar. Todo mundo conhece a história, decerto, mas há mais canções (até demais) e consequentemente mais metragem (zzz...). A ação se passa numa França que parece ter perdido a Guerra dos 100 anos, dada a quantidade de britânicos no elenco – além de Emma, Evans e Stevens, ainda tem Ewan McGregor (“Trasnpotting”), Ian McKellen (o Gandalf de  “Senhor dos Anéis”) e Emma Thompson (“Simplesmente Amor”) como os utensílios animados do castelo. A presença da atriz e cantora seis vezes vencedora do Tony, Audra McDonald, sugere que teremos em breve uma versão para o palco do filme.


Embora Hollywood adore um sotaque britânico e considere os súditos de Elizabeth II melhores atores, a atuação do elenco é irregular, com estaque negativo para Luke Evans, definitivamente canastrão como vilão. Josh Gad, por sua vez, surpreende como seu comparsa e, talvez, algo mais. O ótimo Kevin Kline interpreta o pai de Bela, num desperdício e um ator que já viveu dias melhore, como em seu merecido Oscar por “Um peixe chamado Wanda”. Dan Stevens se esforça para atuar debaixo de uma roupa que tinha até ventilador no traseiro e com a voz alterada eletronicamente, e Emma Watson, bom, faz tempo que ela trabalha mais com sua persona pública que como atriz. O CGI é surpreendentemente ruim, especialmente depois de assistir há pouco “Kong – A Ilha da Caveira” e levar em consideração que trata-se de uma produção Disney. Não que nada  disso importe para o público-alvo, que são as mulheres que tem no desenho animado de 1991 uma referencia afetiva. Para estas, vai valer a ida ao cinema.