segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Esperando Beckett


A Revista Cult, a Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo publicaram matérias referentes aos 20 anos da morte de Samuel Beckett, um dos criadores do Tetro do Absurdo.Vencedor do Premio Nobel de 1969, que ele nunca foi buscar, tornou-se um dos dramaturgos mais importantes do pós-guerra. Para o próximo ano a Cosac Naify vai lançar uma nova tradução de Dias Felizes e promete a publicação da Antologia Beckett, com texto críticos sobre o autor. A mesma editora já foi responsável por novas traduções de Esperando Godot e Fim de Partida, além do primeiro texto dele escrito em frances, Primeiro Amor, e Proust, um estudo sobre o escritor de Em Busca do Tempo Perdido. Na foto, a grande dama dos palcos brasileiros, Cacilda Becker, em Esperando Godot, sua derradeira performance.

Altman


O grande Robert Altman volta à cena três anos após sua morte por conta do lançamento de Robert Altman: The Oral Biography, do jornalista Mitchell Zuckoff. Trata-se de um calhamaço de 500 páginas que não sabemos se ou quando ganhará versão em português. Mas o livro é uma ótima justificativa para reavaliar sua obra. Zukoff afirma em entrevista para a Folha de S. Paulo que o legado de Altman é maior que seus filmes. O legado de eterno rebelde que se recusava a se dobrar à tirania da grana? Isso de nada adiantaria se sua obra fosse medíocre. Ele já era um veterano na TV e trabalhos menores no cinema quando o projeto M.A.S.H. caiu em seu colo. Segundo os extras do DVD, tratava-se de um projeto de pequeno orçamento – cerca de US$ 3 milhões – e que ficava à sombra de outras duas superproduções de guerra da Fox: Tora, Tora, Tora, sobre o ataque a Pearl Harbor, e Patton, centrado na atuação do polêmico general americano no front europeu. Altman fez disso uma vantagem: desde que não chamasse a atenção estourando prazos e orçamentos, os executivos da Fox o deixariam em paz. Graças a isso pode ser tão irreverente e anticonvencional, introduzindo subliminarmente uma sátira ao conflito do Vietnã, embora o filme se passasse na Coréia. Quase toda sua filmografia a seguir seria baseada na desconstrução: do Velho Oeste em Jogos e Trapaças e Buffalo Bill, da indústria da musica country em Nashville, da ritualização do matrimônio em Cerimônia de Casamento, da indústria da moda em Pret-a-Porter, a aristocracia inglesa no entre guerras em Gosford Park. Mas provavelmente, a desconstrução que o divertiu foi a de um jovem produtor de cinema em O Jogador , filme que o resgatou do limbo que foram os anos 80 para ele. Na foto, o único Oscar que Altman ganhou, pelo conjunto de sua obra, pouco antes de morrer.

Plágio?


Mal foi lançado e já surgiram acusações de que Avatar seria um plágo de uma HQ lançada pela Marvel nos anos 80 chamada Time Spirits. Blogeiros americanos levantaram a lebre e disponibilizaram na web imagens comparativas entre o filme de James Cameron e a graphic novel de Steve Perry e Tom Yeates, publicada pelo selo Epic. A história parece não deve ter sido lançada no Brasil mas pelas imagens disponibilizadas na Internet, pouca coisa lembra Avatar além da mulher azul seminua com características felinas. Ok, tem também o confronto entre nativos e militares modernos. Mas é pouco para caracterizar plágio. Ao contrário de Harry Potter e a série de Neil Gaiman Livros da Magia, publicado pela DC anos antes da primeira aventura em Hogwarts. Mas isso é outra história....

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Morre Dan O'Bannon


Dan O'Bannon, o roteirista de clássicos do terror e da ficção científica como "Dark Star" (1974) e "Alien" (1979), morreu na quinta-feira em um hospital em Los Angeles aos 63 anos, informou hoje a imprensa americana.

Antes de escrever junto a Ronald Shusett o roteiro de "Alien", um dos títulos mais famosos do cinema da ficção científica, O'Bannon estreou com "Dark Star".

O'Bannon também foi responsável pela edição do filme, no qual também atuou.

Também trabalhou nos efeitos especiais de "Star Wars" (1977), a primeira parte da saga de George Lucas.

Mas foi "Alien" que definiu totalmente sua carreira e que manteve seu nome nos créditos de todos os filmes posteriores da saga.

***

Tudo bem, ele escreveu Alien, mas também é dele uma das histórias em quadrinhos mais influentes de todos os tempos, The Long Tomorrow, em parceria com Moebius. O'Bannon forneceu o texto de um film-noir do futuro e o desenhista o visual futurista pós-moderno, e ambos inspiraram Blade Runner e O Quinto Elemento, além de ter virado um episódio do desenho Heavy Metal.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

David Bowie fica no topo de lista de álbuns mais gays de todos os tempos (Virgula)


A revista norte-americana Out, voltada para o público gay, colocou o clássico de David Bowie The Rise And Fall Of Ziggy Stardust & The Spiders From Mars no topo de sua lista dos discos mais gays de todos os tempos, deixando para trás os Smiths, Judy Garland, Tracy Chapman e Elton John.

O top 100 organizado pela revista teve jurados de vários setores da sociedade, incluindo artistas do calibre de Cindy Lauper, que colocou na lista seu disco clássico She's So Unusual.

Veja abaixo os 20 primeiros da lista e veja o resultado final

1 - The Rise And Fall Of Ziggy Stardust & The Spiders From Mars - David Bowie
2 - The Smiths - The Smiths
3 - Tracy Chapman - Tracy Chapman
4 - Indigo Girls - Indigo Girls
5 - Judy at Carnegie Hall - Judy Garland
6 - The Queen Is Dead - The Smiths
7 - Goodbye Yellow Brick Road - Elton John
8 - The Immaculate Collection - Madonna
9 - She's So Unusual - Ciydi Lauper
10 - I am a Bird Now - Antony and the Johnsons
11 - Trilha sonora de Rock, Amor e Traição - Vários
12 - The Velvet Underground & Nico - The Velvet Underground & Nico
13 - Dilate - Ani DiFranco
14 - The Innocents - Erasure
15 - Faith - George Michael
16 - A Night at The Opera - Queen
17 - Transformer - Lou Reed
18 - Listen Without Prejudice - George Michael
19 - The B-52's - The B-52's
20 - A Day At The Races - Queen

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Alguns são geniais, mas todos são divertidos. Gozado que não tem nenhum Disco.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Excelente texto publicado no Terra

"Gelo e limão, senhor?"

Rui Daher
De São Paulo

Não sou especialista a ponto de saber se o setor de bares e restaurantes poderia ser incluído na categoria de agronegócios. É um serviço realizado fora das porteiras das fazendas, a partir de produção que sai de seus interiores. Mas confesso não me lembrar de cardápio ou lousa escrita a giz com ofertas que não fossem de origens vegetal e animal.

Sendo assim, eles sabem muito bem o quanto pagam pelas matérias-primas e podem usá-las para referenciar suas planilhas, agregarem os demais custos, margens de lucros, e estabelecerem os preços em seus cardápios.

Não é isso, no entanto, o que parece quando você ousa uma aventura pelas casas de repasto. Não me refiro às muito estreladas, Fasanos, Atalas ou Jacquins, que acrescentam a seus preços os espaços que ocupam na mídia e o ego de seus chefs. Incomensuráveis, portanto.

Penso naqueles restaurantes e bares médios que, mesmo com "sérias restrições orçamentárias", você arrisca visitar em ocasiões especiais. Desatinos provocados por convites, indicações, ou curiosidade: "comi uma massa deliciosa num restaurante de Pinheiros, você vai adorar". Não pergunto se os preços são razoáveis. Diz a teoria da relatividade que os processos físicos dependem do estado de movimento dos instrumentos de medição em relação ao objeto. No caso, o bolso.

Na semana passada, caí numa dessas. Como o local não estava nos guetos do luxo da cidade, otimista, segui, e logo me deparei com a faca hedionda, a que te enfiam quando cobram um prato de macarrão - pois é disso que se trata - R$ 45,00.

Não pensem que fiz a escolha mais cara. Todas as massas custavam acima de 40 e algumas passavam da meia centena de reais. Nem imaginem que trufas escandalosamente raras faziam parte do prato, ou que os poucos gramas de queijo mascarpone e as três lascas de prosciutto que encimavam o fino spaghetti di grano duro haviam sido trazidos da Itália pelo rapaz que no fim de semana agrediu Silvio Berlusconi.

Todos são ingredientes que podem ser encontrados nos bons empórios a preços provavelmente mais caros do que os pagos aos fornecedores dos restaurantes.

Fiz questão de repetir o prato em casa, para quatro pessoas, mantendo a proporção do que me foi servido no restaurante. Receita simples, sem segredo de chef, o resultado saiu igual. A exceção foi o gasto. Doze reais, ou três reais por pessoa. Ou seja, a preços de varejo, a matéria-prima que estava em meu prato não chegava a representar 7% do que me foi cobrado.

Sei, sei, bares e restaurantes pagam formidáveis salários a seus empregados, cumprem à risca a escandinava carga tributária do país, precisam repor as peças quebradas pelos descuidados funcionários, itens que não entraram em meu custo caseiro. Penso que nem no deles.

Os bons restaurantes da cidade, em geral, não seguem planilhas de custos, mas sim os preços de seus similares acrescidos da pretensão de cada um: "tal casa está cobrando entre 35 e 40 reais um prato de massa, mas a 'nossa' é mais 'al dente', a louça mais bonita, a hostess mais simpática, daí podermos cobrar entre 40 e 45 reais" . E de subida em subida na escala bonita e gostosa, os preços vão aumentando através de comparações empíricas. O raciocínio serve para carnes, peixes, saladas, o que for.

A agropecuária poderia fazer o mesmo. "O meu rebanho está com um brilho mais intenso do que o dos vizinhos, vou aumentar 5% o preço da arroba; o agrônomo que recomendou o manejo da minha lavoura de feijão tem pós-doutorado na ESALQ, posso cobrar o dobro pela saca" .

Bom, não?

Rui Daher é administrador de empresas, consultor da Biocampo Desenvolvimento Agrícola.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Campeões de 1994 e 2002 se enfrentam em Itu

Diversos jogadores presentes nas conquistas das Copas do Mundo de 1994 e 2002 se reunirão em Itu, dia 22 de dezembro, para um amistoso beneficente. O duelo entre campeões de 1994 x campeões de 2002 foi organizado por Juninho Paulista, que esteve no grupo que faturou o pentacampeonato mundial.

Do selecionado de 1994 já confirmaram presenças Zetti, Gilmar Rinaldi, Márcio Santos, Ricardo Rocha, Mauro Silva, Raí, Paulo Sérgio, Bebeto, Zinho, Viola.

Do grupo de 2002 participarão Juninho Paulista, Roberto Carlos, Roque Júnior, Luizão, Edilson, Vampeta, Júnior e o técnico Luiz Felipe Scolari.

A seleção que conquistou o título nos Estados Unidos, em 94, será reforçada por alguns atletas da Copa de 98, entre os quais Júnior Baiano, Cesar Sampaio, Doriva e Edmundo. O lateral Cafu jogará um tempo em cada seleção.

Ainda não confirmaram presença Taffarel, Jorginho, Aldair, Ronaldão, Dunga, Muller, Marcos, Rogério Ceni, Edmilson, Kleberson, Rivaldo, Ricardinho e Denilson.

Campeão em 94 e 2002, o atacante corintiano Ronaldo segue em férias na Espanha e não participará do evento.

O ingresso para o amistoso deverá ser trocado por um quilo de alimento não perecível. É permitido no máximo dois ingressos por pessoa. A troca deverá ser realizada nos dias 19, 20 e 21 de dezembro, das 10 às 18 horas, nas bilheterias do estádio Novelli Júnior. No dia do jogo, não haverá troca de ingresso.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Deu no Terra

Presidente do DEM vê 'falta de solidariedade' do PSDB na crise do DF

Hahaha. Como diria Nelson Rodrigues, supostamente citando Otto Lara Rezende, "o mineiro só é solidário no câncer".

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

SP Escola de Teatro


No último dia 25 foi inaugurada a SP Escola de Teatro - Centro de Formação das Artes do Palco, com as presenças do governador José Serra e do vice-governador Alberto Goldman. Serão oferecidos oito cursos: atuação, cenografia e figurino, dramaturgia, direção, humor, iluminação, sonoplastia e técnicas de palco.
A escola deverá oferecer 1,2 mil vagas ao ano. Duzentas delas para alunos regulares e as restantes serão destinadas a alunos de cursos de difusão cultural. As inscrições para o processo seletivo dos alunos regulares vão até sexta-feira e devem ser feitas pessoalmente na sede provisória da escola. Há 25 vagas em cada um dos oito cursos. Os alunos que cursaram todo o ensino médio na rede pública e que têm renda individual de, no máximo, R$ 1.090,00, ganharão bolsa de estudo de R$ 545,00 mensais. Serão oferecidas 100 bolsas para o primeiro semestre de 2010. Os interessados devem manifestar seu interesse no ato da inscrição.
O governador José Serra disse que a escola é a concretização de uma idéia que nasceu em 2005, quando ele era ainda prefeito da capital. "É um projeto único. São Paulo ainda não tinha uma escola de teatro. Não é apenas uma escola de dramaturgia ou artística. Vai ter também infraestrutura, cenografia, sonoplastia, enfim, tudo aquilo que está ligado à produção da peça. Vamos formar muitos especialistas e gente capacitada. Vamos ampliar o mercado de trabalho. É um sonho realizado", enfatizou.
Já o vice Goldman exaltou a importância de investimentos na área cultural na cidade durante seu discurso. "Todos veem aquilo que é a pujança de São Paulo: sua indústria, seu campo, suas universidades. Poucas vezes se percebe o salto que a cultura deu no Estado. Poucos veem os diversos empreendimentos culturais que estão em andamento", reforçou.
A população poderá participar de palestras, debates e workshops produzidos pela instituição. Desta quinta, 26, ao dia 29 de novembro, estão previstos alguns eventos com os coordenadores da escola e convidados, entre eles o diretor de teatro Emílio Di Biasi e a atriz Denise Fraga. Na noite de inauguração, os convidados puderam conferir a exposição de projetos cenográficos "Espaços Teatrais: A Evolução da Arquitetura Cênica na História e sua Interação com o Som e a Luz".

Instalações

O prédio da Oficina Cultural Amácio Mazaroppi, onde funcionará a São Paulo Escola de Teatro até sua sede ficar pronta, foi projetado em 1911 para abrigar a antiga Escola Normal do Brás. Depois sediou a Escola Padre Anchieta e hoje, além de ser um patrimônio histórico do Estado (tombado pelo Condephaat em 1988), abriga a Oficina que é responsável pelo resgate da cultura popular e pelo intercâmbio entre artistas com atividades de formação e inclusão cultural voltado para o público amador e profissional.

Com a chegada da São Paulo Escola de Teatro ao local, a Oficina será adaptada para receber cerca de mil alunos, até a sua sede administrativa ficar pronta, no segundo semestre de 2010, na Praça Roosevelt. O imóvel, que passa por reformas, possui mais de 1,7 mil m². No local, além de salas de aula, teatro, auditório, haverá espaço de exposições, biblioteca, camarins, salas multimídia, ateliês, vestiários e espaços para ensaio.

(Foto: Gilberto Marques)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Anhanguera de Indaiatuba realiza oficina de redação para o vestibular

Para quem está se preparando para o vestibular, não pode perder a oportunidade que a Faculdade Anhanguera de Indaiatuba está oferecendo. No próximo sábado (dia 28), a instituição promove gratuitamente uma Oficina de Redação, das 14h30 às 18h00, nas dependências da Faculdade. Quem se inscrever para esse curso, ganhará a isenção da taxa de inscrição para o próximo vestibular da Anhanguera, que será no dia 13 de dezembro.

A oficina abordará dois temas essenciais para a produção de texto: coesão e coerência. Por meio da observação de textos (literários, jornalísticos, pessoais e trechos de relatórios), os participantes perceberão o importante papel desses elementos. Haverá também a elaboração de pequenos parágrafos, baseados nas distintas tipologias: narração, descrição e dissertação.

A diretora da Faculdade Anhanguera de Indaiatuba, Ana Paula Teixeira, explica que o foco é preparar os alunos do Ensino Médio para uma das etapas do vestibular que a maioria dos candidatos sente maior dificuldade: a redação. Ana Paula diz que a Oficina de Redação é um dos projetos do Programa de Extensão Comunitária (PEC), que visa a promoção da cidadania e a melhoria da qualidade de vida nas comunidades onde estão instaladas as unidades de ensino da Anhanguera.

Inscrição e informações poderão ser realizadas pelo e-mail extensao.inda@unianhanguera.edu.br ou pelo telefone (19) 3801-2856, com Rebeca ou Letícia.

Serviço



Data: 28 de novembro (sábado)

Horário: Das 14h30 às 18h00

Inscrições: extensao.inda@unianhanguera.edu.br ou pelo telefone (19) 3801-2856

Local: Faculdade Anhanguera de Indaiatuba

Endereço: Rua Cláudio Dal Canton, 89 (Bairro Cidade Nova 2)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Le Triskell é bi no Guia Quatro Rodas


O Guia Quatro Rodas é o que temos de mais próximo do Guide Michelin frances - na verdade, europeu - e o Le Triskell era o único da vizinhança, incluindo Campinas, a ostentar uma estrela na edição deste ano. Pois nosso querido bistrô conseguiu repetir o feito para 2010, e já recebeu sua aguardada nova estrela.
Para quem não sabe, são no máximo tres estrelas, como no Michelin, sendo que a cotação máxima é para restaurantes como o Fasano, por exemplo. Dois é para casas muito boas, como a do badalado Jun Sakamoto, considerado o melhor sushiman do Brasil. Uma estrela é para o que o guia considera boa cozinha, e nessa categoria estão casas famosas como o Don Curro, Fogo de Chão, Antiquarius, Le Coq Hardy... e o Le Triskell!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Exsa Ambiental fará plantio de tres mil e quinhentas mudas no domingo

A Exsa Incorporações, através de sua divisão Ambiental, fará o plantio de três mil e quinhentas mudas de árvores nativas, de 80 espécies, na fazenda Santa Cândida neste domingo, dia 22, às 9h. Farão parte desse trabalho, além profissionais da empresa, cinqüenta alunos da Fiec, a Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura e da Fatec Indaiatuba. O tempo estimado para o trabalho é de pouco mais de uma hora. O técnico em gestão ambiental Luiz Sombini é o responsável pela ação.
A Fazenda Santa Cândida fica no bairro de Videiras, zona sudeste do município, e o plantio fará parte do projeto de recuperação de mata ciliar da bacia do Rio Jundiaí.
A Exsa Empreendimentos com esse trabalho faz a reposição de árvores referentes aos loteamentos Vista Verde, em Itaici, e Vila Verde, próximo ao Jardim Primavera. A Fazenda onde será feito o plantio também participa com aproximadamente mil mudas pela recuperação do assoreamento de um dos lagos na propriedade.
Outra ação semelhante está prevista para o final de novembro, desta vez com o replantio de treze mil mudas no empreendimento Quintas da Terracota, situado na zona norte da cidade, na estrada que liga Indaiatuba a Monte Mor.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Takai


Noventa reais por um menu degustação em um restaurante japones que está começando? Quer dizer, pagar por isso para ser cobaia de um serviço em implantação? Tem gente viajando por aqui, especialmente se levarmos em consideração que o Kindai – durante muitos anos o Melhor Oriental de Campinas segundo a Vejinha – está cobrando R$41 (domingo a quinta) e R$49 (sexta, sábado, véspera de feriado e feriado) em seu Festival Degustação.

Programa imperdível neste sábado

sábado, 14 de novembro de 2009

50 filmes para ver antes de morrer

O canal TCM (número 91 da NET) exibe entre 1º a 25 de dezembro a 3ª edição do 50 Filmes que você deveria assistir antes de morrer. Alguns títulos da programação realmente fazem jus ao título pretensioso, que pela primeira vez traz produções não americanas, como o clássico japonês Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa, e o neo-realista Ladrões de Bicicletas, de Vittorio de Sica. Muitos dos títulos eu poderia dispensar antes de ir para o túmulo, como Goonnies e Dirty Dancing, mas algumas obras são realmente indispensáveis para cultura geral de qualquer cinéfilo digno do nome. Particularmente, pretendo assistir pelo menos duas raridades, Contrastes Humanos, de Preston Sturges, diretor respeitadíssimo em seu tempo mas que hoje só lembrado por especialistas; e Sangue de Pantera, o terror impressionista do diretor Jacques Tourneur, cujas qualidades muitos, como o videasta local Pedro Queiroz, atribuem ao produtor Val Lewton.

Confira abaixo a programação completa. Os títulos mais interessantes recebem mais informações e comentários:

1º de dezembro – terça-feira

22h – A Cor Púrpura (The Color Purple, 1985)

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0h – Uma Rua Chamada Pecado (A Streetcar Named Desire, 1951). Filme de Eliza Kazan que tornou Marlon Brando um fenômeno e deu o segundo Oscar a Vivien Leigh.

2 de dezembro – quarta-feira

22h – Hamlet (Hamlet, 1948). Dirigido e interpretado por Laurence Olivier, o maior ator do século passado, que ganhou o Oscar de Filme e Ator.

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0h – Drácula (Dracula, 1931). Filme que eternizou Bela Lugosi como imagem do conde vampiro.

3 de dezembro – quinta-feira

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22h – Uma Aventura na Martinica (To Have and Have Not, 1944). Primeiro encontro do casal Humphrey Bogart e Lauren Baccall dirigidos por Howard Hawks

23h45 – Loucuras de Verão (American Graffiti, 1973)

4 de dezembro – sexta-feira

22h – Mad Max (Mad Max, 1979)

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23h40 – Inferno Nº 17 (Stalag 17, 1953). Oscar de ator para William Holden, com direção de Billy Wilder. O pai de todos os filmes de campo de prisioneiros.

5 de dezembro – sábado

22h – Nascido para Matar (Full Metal Jacket, 1987).

Gunga

0h05 – Gunga Din (Gunga Din, 1939). Clássico de aventura de George Stevens dos tempos em que o imperialismo britânico era divertido. Indispensável para entender o início de Um Convidado bem Trapalhão, mais adiante.

6 de dezembro – domingo

22h – Corra Que a Polícia Vem Aí! (Naked Gun: From The Files of Police Squad, 1988)

23h30 – Alcatraz : Fuga Impossível (Escape from Alcatraz, 1979)

7 de dezembro – segunda-feira

TheRedShoes

22h – Os Sapatinhos Vermelhos (The Red Shoes, 1948). Um dos maiores musicais de todos os tempo, dirigido por Michael Powell e estrelado pela ruiva Moira Sherer.

0h – Círculo do Medo (Cape Fear, 1962). Tour de force entre Robert Mitchum e Gregory Peck, refilmado com Robert De Niro e Nick Nolre anos depois como Cabo do Medo.

8 de dezembro – terça-feira

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22h – Gilda (Gilda, 1946). Nunca houve mulher como ela. Saiba como Rita Hayworth pos a culpa numa vaca.

23h50 – Depois do Vendaval (The Quiet Man, 1952). Maior colaboração entre os John Ford e Wayne num filme que não era um western.

9 de dezembro – quarta-feira

22h – Os 39 Degraus (The 39 Steps, 1959). Primeira obra-prima de Alfred Hitchicock na Inglaterra.

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23h35 – Touro Indomável (Raging Bull, 1980). De Martin Scorcese com Robert De Niro (que ganhou o Oscar), considerado por muitos o melhor filme da década.

10 de dezembro – quinta-feira

22h – A Volta ao Mundo em 80 Dias (Around the World in 80 Days, 1956)

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1h10 – Monstros (Freaks, 1932). Filme instigante de Todd Browning que até hoje pode incomodar com suas aberrações sem trucagens. Um ensaio sobre a crueldade humana.

11 de dezembro – sexta-feira

22h – Os Goonies (The Goonies, 1985)

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1h – O Tesouro de Sierra Madre (The Treasure of Sierra Madre, 1948). Um dos grandes ensaios da ambição de John Huston com seu ator preferido, Humphrey Bogart.

12 de dezembro – sábado

22h – O Exterminador do Futuro (The Terminator, 1984)

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23h55 – Meu Ódio Será Sua Herança (The Wild Bunch, 1969). Faroeste outonal de Sam Peckimpah que inaugurou a chamada estética da violência. Um dos maiores filmes de macho já feitos.

13 de dezembro – domingo

22h – O Galante Mr. Deeds   (Mr.Deeds Goes to Town, 1936). Um dos grandes Frank Capra, com Gary Cooper interpretando o americano natural na visão do diretor nascido na Itália e Jean Arthur representando o cinismo das grandes cidades. Refilmado com Adam Sandler e Winona Rider, meu Deus!

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0h05 – Farrapo Humano (The Lost Weekend, 1945). Primeiro filme a retratar o alcoólatra de forma trágica, e não humorística. Oscar de Filme, Roteiro, Ator para Ray Milland e Diretor para Billy Wilder.

14 de dezembro – segunda-feira

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22h – Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette, 1948). Indispensável obra-prima do neo-realismo italiano.

23h30 – Os Implacáveis (The Getaway, 1972)

15 de dezembro – terça-feira

22h – E o Vento Levou (Gone With the Wind, 1939). Se nunca viu o maior clássico dos anos de ouro de Hollywood, é a oportunidade.

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1h55 – Contrastes Humanos (Sullivan’s Travels, 1941). Rara oportunidade de ver uma obra de Preston Sturges, considerado um dos maiores americanos, que só dirigiu 13 filmes.

16 de dezembro – quarta-feira

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22h – Sangue de Pantera (Cat People, 1942). Clássico do terror sugerido, feito com orçamento reduzido e refilmado nos anos 80 com Nastassja Kinski. Aqui, a mulher pantera é a francesa Simone Simon.

23h20 – Contatos Imediatos do Terceiro Grau (Close Encounters of the Third Kind, 1977)

17 de dezembro – quinta-feira

22h – Pink Floyd The Wall (Pink Floyd The Wall, 1982)

23h45 – O Exorcista (The Exorcist, 1973)

18 de dezembro – sexta-feira

22h – Tarzan e sua Companheira (Tarzan and His Mate, 1934)

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23h40 – O Poderoso Chefão Parte II  (The Godfather – Part II, 1974). Alguns acham que é melhor que o primeiro. Mas sem este, talvez não existisse Robert De Niro. Pacino está em um de seus maiores momentos.

19 de dezembro – sábado

22h – Rebeldia Indomável (Cool Hand Luke, 1967)

0h – Josey Wales, o Fora da Lei (The Outlaw Josey Wales, 1976)

20 de dezembro – domingo

22h – Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice, 1988). Primeiro longa de Tim Burton.

23h40 – A Testemunha (Witness, 1985)

21 de dezembro – segunda-feira

22h – Dirty Dancing - Ritmo Quente (Dirty Dancing, 1987)

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23h50 – Lolita (Lolita, 1962). Wladimir Nabokov filmado por Stanley Kubrick, com James Mason inspirado e um inesperado Peter Sellers. Sue Lyon foi a primeira e única Lolita.

22 de dezembro – terça-feira

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22h – O Picolino (Top Hat, 1935). Talvez o maior momento da dupla Fred Astaire e Ginger Rogers. Vendo-os dançar, quem diria que eles se detestavam?

23h45 – Um Convidado Bem Trapalhão (The Party, 1968)

23 de dezembro – quarta-feira

22h – Bravura Indômita (True Grit, 1969)

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0h – A Noiva de Frankenstein (Bride of Frankestein, 1935). Continuação de Frankenstein, considerado superior ao original, com o mesmo diretor James Whale e Boris Karloff como o Monstro. E Elsa Lanchester como a Noiva e como a autora, Mary Shelley.

24 de dezembro – quinta-feira

22h – A Canção da Vitória (Yankee Doodle Dandy, 1942)

0h – Grease - Nos Tempos da Brilhantina (Grease, 1978)

25 de dezembro – sexta-feira

22h – Simbad e a Princesa (The 7th Voyage of Sinbad, 1958).Um dos grandes trabalhos do mestre dos efeitos especiais da época, Ray Harryhausen.

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23h35 – Os Sete Samurais (Seven Samurais, 1954). Se você viu Vida de Inseto e Sete Homens e um Destino, talvez seja a hora de ver o original de Akira Kurosawa, com os dois atores favoritos do mestre: Takashi Shimura e Toshiro Mifune.

*Horário de Brasília. Programação sujeita a alterações sem aviso prévio.

Anselmo Duarte 1920-2009

Sábado passado eu estava fazendo aquele curso de Geografia, Geologia e Ecologia, no Centro de Educação de Cultura de Salto, quando, na hora do almoço, vi a notícia da morte de Anselmo Duarte. Por coincidência, eu havia justamente comentado que o teatro municipal, a Sala Palma de Ouro, localizado no térreo daquele complexo, não levava o nome do ilustre filho da cidade vizinha porque ele ainda era vivo. Abaixo da placa que identifica o espaço está escrito Tributo a Anselmo Duarte. Alguém colocou uma flor em homenagem a ele naquela tarde (foto). Único cineasta brasileiro a ganhar a Palma de Ouro do Festival de Cannes por O Pagador de Promessas, sua carreira está dividida em três fases: a de galã número um do cinema brasileiros nos anos 40, o brilhante diretor cujo auge foi o prêmio na França e a amarga personalidade que passou o resto da vida remoendo ódios e ressentimentos contra os que teriam acabado com sua carreira.
Anselmo Duarte nasceu em Salto, em 21 de abril de 1920, numa esquina da atual Rua Monsenhor Couto, em frente à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat, onde seu pai tinha um comércio, conhecido por Venda da Capivara. De origem humilde, é o sétimo filho de Olympia Duarte, senhora que, abandonada pelo marido poucos meses após dar a luz ao caçula Anselmo, muito se esforçava no ofício de costureira para sustentar toda a família. Ainda criança, trabalhou como engraxate, aprendiz de barbeiro e molhador de tela no antigo Cine Pavilhão, onde seu irmão Alfredo era projecionista.

Viveu em Salto até os 14 anos, quando foi para São Paulo, onde trabalhou como datilógrafo, contabilista e dançarino. Mudou-se para o Rio de Janeiro, e lá atuou como figurante em filmes e redator e repórter de uma revista.

Seu primeiro trabalho como ator foi no filme inacabado do diretor norte-americano Orson Welles, It's All True, em 1942. Maior galã do cinema brasileiro nos anos 1940 e 1950, participou de produções dos estúdios Cinédia, Atlântida e Vera Cruz. Estreou como ator principal no filme Querida Suzana, de 1946, e seu primeiro trabalho como diretor foi em Absolutamente Certo, de 1957.

De suas atuações como ator na Cinédia, destaca-se Pinguinho de Gente, de 1949. Na Atlântida, Anselmo Duarte atuou, dentre outros, em Carnaval no Fogo e Aviso aos Navegantes, ambos do diretor Watson Macedo. Uma das mais destacadas atuações de Anselmo foi em Sinhá Moça, do diretor Tom Payne, que ganhou o Prêmio Especial do Júri, em Veneza. No papel do compositor Zequinha de Abreu, em Tico-Tico no Fubá, também foi muito elogiado pela crítica.

Em Cannes, o então jovem diretor venceu concorrentes que pertencem à história cinematográfica mundial, como Luis Buñuel, Michelangelo Antonioni e Robert Bresson, mas além da glória, veio a polêmica com o pessoal do Cinema Novo, que acabou obscurecendo sua carreira posterior. A Nouvelle Vague francesa havia surgido como uma forma de reação ao que existia até então em seu país, os jovens diretores do movimento brasileiro atacaram o modelo cinematográfico predominante, cujo grande representante era o próprio Anselmo e sua Palma de Ouro. De uma hora para outro, seu cinema tornou-se velho, uma versão da cultura popular para ser vendida no Exterior, e seu talento renegado. Seus filmes seguintes – dos quais só vi o extraordinário Vereda da Salvação, baseado em peça de Jorge Andrade (como O Pagador era de um texto teatral de Dias Gomes) – foram massacrados pela crítica e fracassos de bilheteria. A partir de então, Anselmo tornou-se uma personalidade do cinema, uma figura do passado que remoia ressentimentos e ódios cada vez que lhe era dada uma oportunidade. Se estava certo ao atribuir exclusivamente aos cinemanovistas e alguns críticos o fim prematurao de sua carreira é difícil saber. No entanto, Vereda da Salvação, Quelé do Pajeú, Um Certo Capitão Rodrigo e O Crime do Zé Bigorna merecem ser reavaliados longe das polêmicas estético-ideológicas da época.

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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Atenção, motoristas!

O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) liberou no final da tarde de terça-feira (10) os radares fixos para início de operação em Indaiatuba. A aferição ocorreu durante todo o dia da quinta-feira passada (5) e conferiu os cinco equipamentos que começam a fiscalizar a velocidade dos veículos, amanhã (12) a partir das 6h.

O limite máximo de velocidade permitido nas vias onde eles estão instalados é de 60 km/h. Conforme a Secretaria de Defesa e Cidadania eles funcionam 24 horas por dia, da mesma forma que antes da interrupção do serviço, no final do ano passado. Os locais onde eles estão fixados são:
· Av. Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, nº 2800, em frente à Prefeitura no sentido Centro/Bairro
· Av. Francisco de Paula Leite, em frente ao nº 3057, no sentido Bairro/Centro
· Av. Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, próximo da rua Dom José, no sentido Bairro/Centro
. Av. Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, nº 2800, em frente à Prefeitura, no sentido Bairro/Centro
. Av. Conceição, próximo ao nº 2546, no sentido Bairro/Centro

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A maior luta de boxe de todos os tempos



Há 35 anos, aconteceu a maior luta de boxe de todos os tempos. Foi um circo armado em Kinhasa, no Zaire, mas os protagonistas eram verdadeiros titãs, ao contrário do ditador Mobutu Sesse Seko e do empresário-clown Don King, os artífices da festa. Há uma bela matéria sobre o assunto no Estadão.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ilha da Fantasia

Francamente, anônimo! A frase correta era "Patrão, patrão! O avião!"

Separadas no nascimento

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Faltam-me as palavras

Quando a gente acha que já viu tudo nessa vida...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Além de bárbaro, inútil e dispendioso



Washington, 20 out (EFE). A aplicação da pena de morte nos Estados Unidos se transformou num grande desperdício de dinheiro nos orçamentos dos estados que aplicam o castigo, segundo um relatório do Centro de Informação da Pena de Morte (CIPM) divulgado hoje. O documento diz ainda que a maioria das autoridades policiais do país está convencida de que a punição não reduz a criminalidade.

"Com tantos estados que gastam milhões de dólares para manter a pena de morte e quase nunca a aplicam, o castigo se transformou em uma forma muito onerosa de prisão perpétua", afirmou Richard Dieter, diretor do CIPM e autor do relatório. Em muitos casos a espera da execução pode prolongar-se mais de dez anos e atualmente, segundo os números de CIPM, nos corredores da morte 3.297 condenados aguardam o momento da execução.

Dieter acrescentou que com os atuais déficits orçamentários, a pena de morte faz parte "de um grupo de programas do Governo que não têm qualquer sentido e esbanjam gastos". O relatório cita o caso da Califórnia, um estado que gasta US$ 137 milhões na pena de morte e não realizou uma execução em quase quatro anos.

Acrescentou que na Flórida, onde os tribunais perderam 10% de seus recursos fiscais, o estado gasta US$51 milhões ao ano na pena de morte. A pena de morte foi restabelecida pela Corte Suprema dos EUA em 1976 e desde então foram executados 1.176 condenados, 441 deles no estado do Texas, segundo números do CIPM.

Nos últimos anos, 15 dos 50 estados abandonaram ou suspenderam tal castigo por denúncias de que se aplica de forma racista, se cometeram erros nos tribunais ou os acusados sem recursos careceram de uma defesa legal competente. Somente este ano 11 estados debateram projetos para abolir tal condenação.

Ao anunciar a abolição este ano, o governador do Novo México, Bill Richardson, indicou que não poderia viver com a culpa de, um dia, descobrir que seu estado teria executado um inocente.

"A tendência de reconsiderar a pena de morte à luz da atual crise econômica deve continuar", indicou o relatório. O apoio popular também não é mais o mesmo, já que caiu de 80% em 1976 a cerca de 60% em pesquisas recentes.

O relatório também realizou uma consulta entre chefes de Polícia do país que mostra que 57% deles acreditam que a pena de morte não reduz os crimes violentos porque seus autores não consideram as consequências.

O relatório acrescenta que mais de 53% preferiria a pena de morte com uma compensação para os familiares das vítimas em vez da pena de morte. A pesquisa escutou 500 chefes de polícia do país escolhidos de forma aleatória entre 29 de outubro e 14 de novembro do ano passado.

Segundo o chefe de polícia do condado de West Orange, no estado de Nova Jersey, "a pena de morte é um desperdício colossal de dinheiro que teria melhor uso se houvesse mais agentes na rua".

Acrescentou que o estado esbanjou US$ 250 milhões nos últimos anos sem conseguir resultados positivos. "A pena de morte não é um fator dissuasivo. A taxa de criminalidade em Nova Jersey caiu desde que o estado aboliu a pena de morte" há dois anos, acrescentou.

****

É normal reagirmos com ódio e indignação diante de determinados crimes bárbaros e impulsivamente desejarmos a morte do perpetrador com requintes de crueldade. O Estado existe tanto para coibir comportamentos antissociais como para impedir que crimes se transformem em ciclos contínuos de vendettas, como na Sicília ou na Corsega de há não tanto tempo atrás.

Se quando um pai ou uma mãe se vinga da morte de um filho tendemos a compreender o ato como humano - ainda que seja contra a lei dos homens e da maioria das religiões - o mesmo não se pode dizer quando o Estado se torna o algoz. Primeiro, porque não há nada de humano na forma impessoal e industrial com que a sentença de morte é executada (estou falando de países civilizados e não onde se pratica a lapidação e outras formas sádicas de pena de morte). Segundo, porque a Justiça é falha e, uma vez aplicada a pena capital, não há como reverter o erro. A cena acima de À Espera de um Milagre talvez a cena mais emblemática sobre o tema no cinema recente, por ter sido um filme de sucesso revisto até hoje. Mas Não Matarás, de Krzysztof Kieslowski, é o mais poderoso libelo contra a pena de morte que a Sétima Arte já produziu. Para começar, ao contrário do John Coffey de À Espera de um Milagre, o sociopata Jacek Lazar é culpado até o último fio de cabelo.

O assassinato que comete é mostrado de forma brutal e compreendemos que é um homeme que não pode ficar à solta em qualquer sociedade humana. Mas o processo que o leva à execução na forca também é estúpido e absurdo. O Estado deveria salvaguardar a integridade física e mental de seus cidadãos, e mesmo quando ele não consegue por falhas na aplicação das leis e da destinação dos recursos para esse fim, o princípio existe e é por eles que os governantes deveriam se guiar.

Agora, quando o mesmo Estado assume o papel de vingador que não lhe cabe, a barbárie fica estabelecida. O criminoso não deixa a condição de humano com a sentença. Ele deve ser mantido vivo pelo Estado para que este possa matá-lo. E os americanos, que criaram formas criativas e cruéis de execução como a cadeira elétrica e a camara de gás, hoje acham civilizado matar um homem com uma injeção de um coquetel de drogas. Nada da praticidade da guilhotina francesa (abandonada junto com a pena de morte por lá), da cimitarra dos países árabes ou do tiro na nuca à chinesa, que pelo menos matam na hora.

domingo, 18 de outubro de 2009

Febeapá


Segundo Stanislaw Ponte Preta, a feijoada só é completa quando tem ambulancia na porta. Então a de hoje, no Indaiatuba Clube, estava completíssima!

Barrichello mantém cabeça erguida: "tem que saber perder" (Terra)


Nessa matéria, Rubinho é livre-docente...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O amanhã como reflexo do presente



No princípio, a ficção-científica como proposta por Julio Verne era a projeção do extraordinário progresso científico do século XIX, quando parecia que a Revolução Industrial estava destinada a acabar com as misérias humanas, ilusão que acabaria de vez nas trincheiras da I Guerra Mundial. Mas um vitoriano já não compartilhava do otimismo do francês, H.G Wells, autor de A Máquina do Tempo, que criou um futuro distante em que duas raças descendentes do Homo sapiens seriam predador e presa uma da outra, numa metáfora da luta de classes então em curso na Europa.


No cinema, a ficção-científica surge nas ingênuas pantomimas de George Mélies, que usa como base o próprio Julio Verne em Viagem à Lua. Durante quase toda a primeira metade do século passado, o gênero se pautou pela fantasia de Flash Gordon ou projeções de um futuro clean para a humanidade. Depois da II Guerra Mundial, tudo mudou.


A Guerra Fria e a ameaça nuclear criou monstros das mais diversas formas e o advento da mitologia dos discos voadores criou os aliens invasores, muitas vezes, metáforas de uma ameaça externa muito mais próxima, como em Vampiros de Almas, de Don Siegel, em que americanos pacíficos e individualistas eram substituídos por cópias vegetais coletivistas. “Eles estão chegando!”, era o alerta dirigido aos espectadores no final do filme. Pior que uma invasão alienígena, o fim do modo americano de vida parecia então muito mais ameaçador.


O seriado Jornada nas Estrelas se especializou em fazer de outros planetas cópias alternativas da Terra, que colocavam em evidências problemas da Humanidade, como o racismo, o autoritarismo x democracia (num episódio, um historiador terráqueo adota o modelo nazista para uma raça que vivia uma crise econômica) e as alternativas históricas, como no clássico Cidade á Beira da Eternidade, em que uma pacifista deve ser sacrificada para que Hitler não vença a guerra.


Em 1973, Richard Lester filma No Mundo de 2020 (foto), uma distopia que adiantava problemas que viraram moda a partir da constatação do aquecimento global como realidade, tendo como conseqüência mais grave uma crise mundial de alimentos, que faz com que a maioria da população só tenha acesso a uma fonte de proteína para sobreviver, um composto cuja matéria prima são cadáveres humanos.


Esse cenário de um mundo futuro em desconstrução por causa dos erros cometidos no presente teria em Blade Runner (1982) o modelo mais acabado. Em meio a uma tecnologia capaz de levar o homem a outros planetas, convive-se com o caos urbano, poluição e degradação do meio ambiente. Todos os personagens humanos são mirrados, feios e deformados, enquanto a maioria de seus servos replicantes são altos, belos e fortes. Ah, mas tem o mocinho Harrison Ford. Bom, que versão do filme você assistiu?


Distrito 9
segue essa tradição, sem qualquer sutileza, como observa Isabela Boscov, da Veja, impactando o espectador com imagens da intolerância e segregação aos aliens mantendo um pé na realidade: as principais locações são favelas reais de Johanesburg. O próprio nome, Distrito 9, é inspirado no Distrito 6, região da cidade sulafricana em que se localizava o famoso bairro negro de Soweto.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Agora é Copa


Praticamente encerradas as Eliminatórias, restam as repescagens. Na América do Sul, o Uruguai vai jogar com a Costa Rica de Rene Simões o direito de ir à Africa do sul, após ser derrotada pela Argentina (foto) pela primeira vez em Montevidéo desde 1975. Curiosamente, o técnico vencedor naquela ocasião era um dos grandes desafetos de Maradona, Cesar Menotti, que ao não convocar El Pibe em 1978 evitou que ele somasse dois títulos mundiais, como Ronaldo Fenômeno, duas vezes campeão mundial mesmo sem entrar em campo em 94.

A partida foi menos excitante do que eu esperava, por causa da falta de competencia uruguaia - que praticamente vive de Lugano na defesa e Forlan no ataque - e da retranca imposta por Maradona, que escalou inacreditáveis quatro zagueiros. Beques, mesmo. E quando o resultado em Santiago já garantia, no mínimo, a repescagem e o empate, a vaga direta, ele tira o único atacante para por um volante e o que acontece? O cara faz o gol da vitória. Isso é o dedo do técnico. El dedo de Diós.

O Brasil acabou ficando em primeiro nas Eliminatórias Sulamericanas graças a vitória da Colombia sobre o Paraguai por 2 a 0 em pleno Defensores del Chaco, o que fez com que o Chile acabasse em segundo lugar pelo saldo de gols. Isso não vale rigorosamente nada, apenas para o currículo de Dunga, que venceu todas as competições que disputou como técnico até agora. Que não vai adiantar nada se não ganhar a Copa.

Na Europa, os melhores times que vi jogar na Eurocopa se classificaram com 100% de aproveitamento: Holanda e Espanha, duas eternas potencias que nunca chegaram lá, ainda que os flamengos tenham chegado em duas finais. A Inglaterra quase fez 100%, mas perdeu um jogo. Os súditos de Elizabeth II ganharam sua Copa em casa em 66 e, dizem, tão na marra quanto os argentinos em 78.

Na repescagem européia, os segundos colocados de oito dos nove grupos jogam por quatro vagas. Os melhores ranqueados na Fifa são cabeças de chave: França, Portugal, Rússia e Grécia. Os outros são Eslovenia, Bósnia, Ucrania e Irlanda. França e Portugal não devem, pela lógica, ter problemas em jogos de ida e volta contra qualquer um dos quatro últimos. Russia e Grécia vão depender de quem for sorteado contra eles, mas, sinceramente, não farão diferença na Copa.

Se tudo der certo, todas as principais potencias futebolisticas devem ir à África do Sul, provavelmente, todos os campeões do mundo. O que, certamente, vai abrilhantar a primeira Copa no Continente Negro e tornar a disputa muito mais interessante.

Hoje tem clássico do futebol mundial


Às 20h de hoje acontece um jogo imperdível para os que amam o futebol não só como esporte, mas como drama e emoção. Uruguai e Argentina voltam a se enfrentar numa partida decisiva como não se vê desde a Copa de 1986, quando a futura campeã do mundo liderada pelo então iluminado Maradona venceu por apenas um gol de Pasculli. Jogando em Montevidéo, um empate classifica los hermanos, mas se alguém perder, corre o sério risco de não ir nem para a repescagem, caso o Equador vença o classificado Chile em Santiago.

É o jogo entre seleções que aconteceu mais vezes, foi o primeiro confronto oficial fora da Inglaterra e a primeira final de Copa do Mundo. Após perderem essa partida por 4 a 2 de virada, os argentinos boicotaram o torneio até 1958, quando tiveram uma participação pífia. Na verdade, atribui-se a Juan Domingo Perón a ausência do país nas duas primeiras copas do pós-guerra, pois o presidente usava o futebol como propaganda e queria manter o mito da superioridade argentina no esporte. Afinal, nos anos 40 o River Plate era, provavelmente o melhor time do mundo e toda aquela geração foi penalizada pelo conflito mundial que impediu a realização do mais importante torneio de futebol do planeta. Quando finalmente se decidiram em participar de uma copa, em 58, o que se viu foi que a falta de intercambio deixou sua seleção desatualizada em relação ao futebol praticado pelo resto do mundo, e acabou sendo eliminada pela Tchecoslováquia com uma goleada humilhante de 6 a 1 ainda na primeira fase. Demorariam 20 anos para que a Argentina recuperasse seu prestígio em casa, numa competição cercada de suspeitas, como a oportuna vitória por 6 a 0 contra o Peru.

Já para o pequeno Uruguai, o futebol representou a descoberta do país pelo mundo, após o bicampeonato olimpico de 1924 e 1928 e a Copa de 1930, que sediou e venceu. Vinte anos depois, uma nova vitória ainda mais heróica dentro de um Maracanã lotado consagrou a Celeste Olimpica como uma grande potencia futebolística. Nunca mais venceram uma Copa, mas montaram grandes times em 1954, quando foram derrotados pela Hungria de Puskas num jogo épico; em em 1970, na quando foram derrotados por aquela seleção brasileira - que é considerada pela revista inglesa World Soccer como o maior time de futebol que jamais existiu - num jogo nervoso e cercado pela mística do Maracanazzo de 1950.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nas ruas



Já está circulando o mais belo guia de compras de Indaiatuba. Ou será o guia com a mais bela equipe de vendas?

domingo, 4 de outubro de 2009

Olimpíadas no Brasil. Eeeehhh




Mesmo com 20 anos no País, J.J. Jackson ainda precisa entender algumas coisas sobre o Brasil

Sexta à noite, no Ciaei o cantor J.J. Jackson tentou animar o público indaiatubano comemorando a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Cri, cri, cantaram os grilos. Mais um tentativa e... alguns Eeehhh meio desanimados. A falta da ânimo para o que parece ser um momentos histórico para o Brasil desconcertou o americano, radicado há mais de 20 anos aqui.

Para o público classe média informado que estava no Ciaei para ver J.J. e o sensacional quarteto de Cesar Machado, a realização do maior evento esportivo do mundo no País significa farra com o seu, o meu, o nosso dinheiro dos impostos. Não há, portanto, motivo para comemorar.

Mas a importancia histórica da primeira Olimpíada na América do Sul não é menor por causa disso. A primeira no hemisfério sul que não é num pais de língua inglesa. Isso coloca definitavamente o Brasil entre os principais emergentes. Isso sem falar no prestígio internacional de Lula, que, para todos os efeitos, ganhou de Barack Obama, que caiu na aramadilha política de se expor na reunião do COI e perder. Aguente o presidente do Brasil depois dessa...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Salve Geral entra em cartaz amanhã


Antes mesmo de entrar em cartaz, Salve Geral, um dos lançamentos nacionais em Indaiatuba esta semana, já gerou polêmica. A ser indicado pelo Ministério da Cultura como candidato oficial do Brasil ao Oscar, muitas vozes se levantaram contra alegando que mais uma vez se privilegiava uma imagem negativa do País no Exterior. Afinal, ano passado Última Parada 174 foi o escolhido para representar o País na disputa. Mas será mesmo assim? Há dois anos, o delicado O Ano que meus pais saíra de Férias bateu Tropa de Elite na indicação do MinC. Cidade de Deus também não foi escolhido para ser o representante oficial do Brasil no Oscar, mas acabou concorrendo em outras categorias no ano seguinte graças a uma manobra dos distribuidores internacionais. Se Tropa de Elite ganhou o Urso de Ouro do Festival de Berlim, não foi porque alguém aqui quer exportar uma imagem de violência do País, mas porque o filme é bom e foi selecionado pelos organizadores do evento para competir. O mesmo se deu com a escolha de Linha de Passe para abrir o Festival de Cannes no ano passado, independente de qualquer ingerência do governo brasileiro.


O que pesou no ano passado foi mais a família Barreto que a temática em si. Bruno, diretor de Última Parada 174, assinou O Que é Isso Companheiro, que se classificou entre os cinco indicados em 1997 e o irmão Fábio dois anos antes com O Quatrilho.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Deu no Terra



Ventos fortes que atingiram a região de Campinas (SP) nesta quarta-feira causaram destruíção e derrubaram a estátua Menina de Ouro, símbolo do Festival Paulínia de Cinema. A cidade de Nova Odessa decretou situação de calamidade pública no bairro São Fernando, com o destelhamento de 120 casas, queda de postes, muros, árvores e outdoors.

A situação foi provocada pela força do vento, seguida de forte chuva, no começo da tarde de hoje. O temporal que durou cerca de 5 minutos e causou muito prejuizo aos moradores.

Um morador de Nova Odessa ficou levemente ferido com um pequeno corte na cabeça e passa bem. Um posto de saúde e um supermercado foram destruidos.


***

A pergunta que não quer calar é: voces tem certeza que querem botar isso de volta no lugar?

Blog novo no ar

Quem está chegando ao universo dos blogs é minha amiga e atriz de talento Fernanda Moeller, cujos comentários sobre a vida cultural (?) de Indaiatuba agora podem ser lidos em A Arte Inquieta. Eu recomendo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Freud vive


De vez em quando eu via um programa americano em que alguém dizia "a psicanálise está superada" ou "Freud foi desmentido". Mas como? Já faz tempo que deixei de conviver com o meio, mas nos meus tempos de Instituto de Psicologia da USP, além de ser cosiderado o melhor psicólogo de boteco da turma, era também o freudiano mais ortodoxo, "mais do que caixa de maisena", nas palavras do Analista de Bagé. Renato Mezan, em seu livrinho sobre Freud na coleção Encanto Radical, da Brasiliense, dizia que o fundador da Psicanálise havia feito a "aventura mais solitária e mais arriscada jamais empreendida por um ser humano: a descoberta do seu próprio inconsciente e a formulação das leis que regem não apenas este inconsciente individual, mas também o de todos nós". Mais de 100 anos depois da publicação da Interpretação dos Sonhos, a fantástica descoberta do neurologista vienense está em descrédito?

Domingo, o Caderno 2 de Estadão, foi quase todo dedicado a Sigmund Freud e responde a alguns desses questionamentos, especialmente a entrevista com a psicanalista e intelectual francesa Elisabeth Roudinesco. A efeméride que justifica as seis páginas do suplemento cultural de um dos principais jornais do País são os 70 anos da morte de Freud, que serão completados amanhã, 23 de setembro.
Ele morreu quando se iniciava a maior comprovação de uma de suas teorias mais contestadas, que era a instinto de morte, a pulsão destrutiva que todo ser humano carrega dentro de si e que tinha que ser contida por leis, repressão, o chamado superego. A Segunda Guerra Mundial e sua escalada de matança mostra o ponto que esse impulso destrutivo pode atingir. Até então, todos achavam que o máximo de mortandade que se poderia chegar era o conflito 1914-18, mas Freud, que perdeu um filho nas trincheiras, já apontava para as possibilidades nefastas do nazismo, que o levou a deixar sua Viena por Londres, onde faleceu.

Roudinesco aponta para os motivos pelos quais a psicanálise andou em baixa nos últimos tempos. Em primeiro lugar, ela critica o cientificismo, que "biologizou" a psiquiatria, e o isolacionismo dos psicanalistas, que se fecharam em si mesmos e seus dogmas, se omitindo diante dos problemas da sociedade em geral. Para a intelectual, a psiquiatria "era uma medicina da alma. Mas a deslocaram para a biologia. Curamos a loucura? Não. Acalmamos os loucos? Sim. Vivemos um recuo de 50 anos com a psiquiatria 'biologizada'."
Em relação à tribalização da Psicanálise, Roudinesco, marxista, fica intrigada com o fato da maioria dos psicanalistas serem conservadores. Para ela, é que eles se desinteressaram dos problemas sociais e, assim, tornaram-se conservadores. A sociedade e a civilização eram temas explorados por Freud em textos durante muito tempo subestimados, mas que depois foram reavaliados. Quando antropólogos como Malinowski descobriram culturas que não consideravam o incesto tabu, muitos consideraram que aquilo demolia a Psicanálise. Mas a estrutura do tabu é um constante em todas as culturas, então não importa se a proibição é em relação a pais e filhos ou entre tios e sobrinhos, a repressão é fundamental para o que chamamos de civilização. Isso significa também que não se devia ler Totem e Tabu como uma tentativa de antropologia, mas uma psicanálise da Humanidade por meio de seus sonhos, que são os mitos. É a partir daí que Jung vai inventar o inconsciente coletivo, com bases supostamente científicas, que não existem.

Joseph Campbell, pelo seu lado, vai para a análise comparada dos mitos de todas a culturas e por meio desses paralelos, estabelece essas histórias universais fazem parte de um patrimônio comum a toda Humanidade e que nos ajudam a viver e a nos relacionar com os outros.
A psicanalista considera que estamos assistindo um grande retorno de dois grandes pensadores: Freud e Marx. "Não ao comunismo e à psicanálise, mas a Marx e Freud. Autores como Marx, Freud, Nietzsche e toda a filosofia da rebelião se tornaram malditos nos últimos 20, 30 anos, quando caímos em um estado de neoconservadorismo. A crise econômica, em especial como a que se passou nos Estados Unidos, vai desempenhar um papel considerável. Vamos voltar ao pensamento da rebelião", avalia.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

As Eras relançadas



Na terça-feira, foi com prazer dos velhos tempos que li a entrevista com Eric Hobsbawn, terça-feira na Ilustrada, na nova versão eletrônica da Folha de S. Paulo. O mais importante historiador vivo terá sua principal obra – a trilogia sobre o “longo século XIX” – reeditada no Brasil. O primeiro volume, A Era das Revoluções, foi lançada em 1962, o segundo, A Era do Capital, em 1975 e o terceiro, A Era dos Impérios, em 1987. O mais recente teve 11 edições nacionais anteriores, sendo a última em 2007, há apenas dois anos. Por que uma nova edição com a última ainda podendo ser encontrada nas livrarias? Muito do que aconteceu no século XX e acabou desembocando neste nosso momento foi esboçado – quando não desenhado mesmo – no período que vai da Revolução Francesa até a I Guerra Mundial.


Perto de se comemorar os 20 anos da Queda do Muro de Berlim, Hobsbawn acha oportuna a celebração, porque a atual crise representa o fim de um ciclo que começou a ruir junto com a Cortina de Ferro. Para ele, os ex-membros do Pacto de Varsóvia estão tendo dificuldades em romper com o legado comunista, mas é o Ocidente quem precisa refletir sobre o que aconteceu durante a Guerra Fria e o que pode ser feito para evitar um novo colapso.


A repórter Sylvia Colombo perguntou ainda se falta aos historiadores de hoje a ambição de realizar um estudo como o seu, sobre um amplo período, e Hobsbawn respondeu que hoje em dia os jovens academicos perderm muito tempo com especializações e que, quando estão prontos para saltos maiores, hesitam. "A história equivocadamente se afastou da 'história total' que fazia Fernand Braudel", sentenciou.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

10 e 11 de setembro

september 11

Hoje o mundo relembra os oito anos dos atentados de 11 de setembro, mas ontem completaram-se também oito anos do assassinato do prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT. Se até hoje a superpotência norte-americana ainda não pos as mãos em Osama Bin Laden, igualmente a morte de Toninho não foi satisfatoriamente esclarecida. A versão oficial é tão fantasiosa quanto os homicídios de PC Farias e do também petista prefeito de Santo André, Celso Daniel, e é tanto mais estranho o fato da falta de empenho do governo do correligionário Lula não ter feito nada para chegar á verdade.

toninho

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Muita calma nessa hora




Tudo bem que a vitória sobre a Argentina sábado foi linda. Também é ótimo ir a Salvador desfalcado sem a preocupação com a classificação. Mas é bom lembrar de algumas coisas antes de entrar no clima do já ganhou.

Em primeiro lugar, faltam 10 meses para a Copa e até lá muita coisa pode acontecer. Em 1990, Careca era um dos melhores - senão o melhor - centroavante do mundo mas se machucou às vésperas da Copa. Em 1994, Carlos Alberto Pareira apostava em Raí e esse chegou aos EUA em má fase técnica. Entrou Mazinho, jogamos mais feio, mas ganhamos. E a defesa até às vésperas da estréia era formada pelos Ricardos Gomes e Rocha, que se machucaram e deram lugar a Aldair e Marcio Santos, que formaram a melhor dupla de zagueiros que o Brasil já teve em uma Copa do Mundo. Em 98, Romário tinha tudo para formar o ataque dos sonhos com Ronaldo, mas se contundiu, embora ele jure que daria para ir à França.

Em segundo lugar, a nossa seleção só ganha a Copa quando sai desacreditada do Brasil. Não tem lógica, mas tem sido assim, exceção feita a 1962, no nosso único bi de verdade.

Em terceiro lugar, ao contrário do que muita gente acha, o time não está fechado, nem pode. Dunga ainda não sabe quem vai fazer dupla de ataque com Luis Fabiano - titular absoluto com méritos - nem quem serão os reservas. Apesar do recorde de participações seguidas na Seleção batido no sábado, Robinho não jogou nada contra a Argentina, como não vem jogando há muito tempo. Não está garantido na África do Sul. Se Ronaldo voltar bem como estava antes da contusão e perder mais uns quilos antes do próximo ano, uma das vagas é dele. Pato decepcionou Dunga e vai ter que jogar muito para voltar a ser convocado. Quem mais tem chance? Nilmar? Vai ter que se destacar muito pelo Villareal, num campeonato que tem o Super-Barça e o Real Madrid Galático. Adriano? Não com o Flamengo do jeito que está. Wagner Love? Difícil, mas se ajudar o Palmeiras ser campeão, pode ser. Diego Tardelli, convocado recentemente, tem chances remotíssimas.

Mas não há dúvidas que é melhor viver a situação de conforto que Dunga usufrui agora, do que o sufoco por que passam França e Portugal - que tem mais chances de não se classificar do que ir à Copa - e a Argentina, que parece fadada a repetir a humilhação de jogar a repescagem contra a Oceania - que agora, sem a Austrália, é uma moleza maior ainda.

***

PS: A Repescagem Sulamericana será contra o quarto colocado da Concacaf. O que é uma moleza mas não tanto quanto a Austrália.