quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Hoje tem clássico do futebol mundial


Às 20h de hoje acontece um jogo imperdível para os que amam o futebol não só como esporte, mas como drama e emoção. Uruguai e Argentina voltam a se enfrentar numa partida decisiva como não se vê desde a Copa de 1986, quando a futura campeã do mundo liderada pelo então iluminado Maradona venceu por apenas um gol de Pasculli. Jogando em Montevidéo, um empate classifica los hermanos, mas se alguém perder, corre o sério risco de não ir nem para a repescagem, caso o Equador vença o classificado Chile em Santiago.

É o jogo entre seleções que aconteceu mais vezes, foi o primeiro confronto oficial fora da Inglaterra e a primeira final de Copa do Mundo. Após perderem essa partida por 4 a 2 de virada, os argentinos boicotaram o torneio até 1958, quando tiveram uma participação pífia. Na verdade, atribui-se a Juan Domingo Perón a ausência do país nas duas primeiras copas do pós-guerra, pois o presidente usava o futebol como propaganda e queria manter o mito da superioridade argentina no esporte. Afinal, nos anos 40 o River Plate era, provavelmente o melhor time do mundo e toda aquela geração foi penalizada pelo conflito mundial que impediu a realização do mais importante torneio de futebol do planeta. Quando finalmente se decidiram em participar de uma copa, em 58, o que se viu foi que a falta de intercambio deixou sua seleção desatualizada em relação ao futebol praticado pelo resto do mundo, e acabou sendo eliminada pela Tchecoslováquia com uma goleada humilhante de 6 a 1 ainda na primeira fase. Demorariam 20 anos para que a Argentina recuperasse seu prestígio em casa, numa competição cercada de suspeitas, como a oportuna vitória por 6 a 0 contra o Peru.

Já para o pequeno Uruguai, o futebol representou a descoberta do país pelo mundo, após o bicampeonato olimpico de 1924 e 1928 e a Copa de 1930, que sediou e venceu. Vinte anos depois, uma nova vitória ainda mais heróica dentro de um Maracanã lotado consagrou a Celeste Olimpica como uma grande potencia futebolística. Nunca mais venceram uma Copa, mas montaram grandes times em 1954, quando foram derrotados pela Hungria de Puskas num jogo épico; em em 1970, na quando foram derrotados por aquela seleção brasileira - que é considerada pela revista inglesa World Soccer como o maior time de futebol que jamais existiu - num jogo nervoso e cercado pela mística do Maracanazzo de 1950.

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