segunda-feira, 31 de março de 2008

Um belo filminho


Acabo de ver "Juno", o filme independente americano do ano, repetindo no Oscar o que "Pequena Miss Sunshine" foi no ano passado (mais ou menos, faltou o premio para atuação que Alan Larkin faturou pelo papel do avô lokão).

Teve quem achou muito barulho por nada, mas ele me agradou muito, principalmente pelo artesanato delicado com que Jason Reitman ("Obrigado por Fumar") conduziu o premiado roteiro de Diablo Cody. O elenco é muito equilibrado - aproveitando até o fato de Jennifer Garner ter acabado de ser mãe - mas quem carrega o piano é a jovem, lindinha e talentosa Ellen Page ("Menina Má.com", "X-Men 3"). Ao mesmo tempo que ela é esperta e descolada, também tem as incertezas, paixões e pitis de adolescente. Sua conexão com o adulto-garoto de Jason Bateman deflagra a crise conjugal com a estruturada e controladora esposa interpretada por Jennifer. Ao mesmo tempo, Juno é mais madura que seu "ficante" feito por Michael Cera, e só percebe que o ama quando o pai lhe dá umas dicas.

Enfim, nada muito profundo, mas é, ao mesmo tempo, cheio de vigor. Revelou uma roteirista de talento, consolidou um diretor criativo e espero que permita vôos mais altos à atriz principal.

domingo, 30 de março de 2008

Quem ganhou a Guerra Fria?


Quem leva “Jogos do Poder” a sério pode pensar que o fim da Guerra Fria foi algo simples assim, por vontade e perseverança de um congressista malandro, uma socialite texana e um agente da CIA com problemas com hierarquia. Isso é tão ridículo quanto atribuir ao papa João Paulo II a Queda do Muro de Berlim, como aconteceu na última sessão do Cineclube. Quer dizer, todo mundo tem direito à opinião, mas não de proferir sandices como se fossem verdades estabelecidas.

“Charles Wilson’s War” – título original – tenta resgatar a interessante história do congressista texano que por meio de uma subcomissão do Legislativo e diversos contatos consegue enviar recursos, treinamentos e armas para que a guerrilha afegã derrotasse o Exército Vermelho. É um roteiro de Aaron Sorkin, o criador da série “The West Wing” – o melhor seriado sobre política de todos os tempos – que infelizmente não se deu tão bem em longas como na sua obra-prima televisiva. Dos quatro roteiros assinados por ele três são sobre política: “Questão de Honra”, “Meu Querido Presidente” e “Jogos do Poder”. O melhor, no entanto, é o suspense “Malícia”, acho que é o primeiro filme em que deu para levar Nicole Kidman a sério como atriz.

Em favor de Sorkin e do diretor Mike Nichols, sabe-se que a versão original foi modificada porque a verdadeira Joanne Harring ficou escandalizada ao ver na avant-premiére que o filme sugeria que os armamentos que ela e Wilson conseguiram para os afegãos teriam servido para armar a Al Qaeda e, de alguma forma, contribuído para o 11 de setembro. Como a mulher tem prestígio suficiente para ser interpretada por Julia Roberts, só restou uma leve menção ao fato, no finalzinho.

Acho que o único produto hollywoodiano que fez explicitamente esse link entre a intervenção americana no Afeganistão e o novo terrorismo islâmico fundamentalista foi “Nova York Sitiada”, de 1998, que profetizava tanto uma América aterrorizada por atentados quanto a reação xenófoba da superpotência. A agente da CIA Anette Bening representava a promiscuidade - literal – entre a comunidade de informações americanos e os terroristas treinados por ela e que se voltariam contra seus antigos patrocinadores. Em “Jogos de Poder”, só se fica com a primeira parte da história, o que a torna meio sem sentido dentro do contexto histórico atual. Pra que então fazer esse filme hoje? Para celebrar um herói desconhecido? Não com esse elenco oscarizado e um diretor de primeira linha, ainda que decadente.

Julia não tem muita função na trama além de seduzir Tom Hanks na cama e para a causa afegã e serve mais para dar destaque à personagem Joanne. Restam a Hanks – abaixo de suas atuações habituais – e Philip Seymour Hoffmann – que está conseguindo bons papéis após seu prêmio da Academia – segurarem a onda. As a montagem final não valoriza os diálogos afiados e os acontecimentos meio que se precipitam no último quarto do filme.

O fim da União Soviética não acabou com a História, como quis Francis Fukuyama (“e pur si muove”, diria Galileu...) nem fez surgir a “Nova ordem Mundial” anunciada por George Bush pai (não há ordem mundial, para dizer o mínimo). Os eventos desde a queda do Muro de Berlim, seguida da derrubada uma a uma dos governos aliados de Moscou, até a tentativa de golpe militar contra Mikhail Gorbachev e a decretação do fim da URSS foram acompanhadas de forma atônita e passiva pelos EUA e seus serviços de inteligência.


O que aconteceu no Afeganistão foi quase um replay oposto do Vietnã, com a diferença de que, embora os EUA nunca mais tenham sido os mesmos após o envolvimento no Sudeste Asiático, a economia e sistema político americanos tinham estrutura para resistir ao baque de uma derrota humilhante para um país subdesenvolvido. A URSS não, como podemos ler em “A Era dos Extremos”, de Eric Hobsbawn, e “Ascensão e Queda das Grandes Potências”, de Paul Kennedy. O regime se sustentava na auto-estima do povo russo – não soviético – e no aparato militar, que sucumbiram na retirada apressada do Afeganistão. Que de rincão perdido na Ásia se transformou em peça chave na geopolítica mundial, trazido à tona não apenas pelo terror fundamentalista e pela intervenção americana, mas também pela literatura e, agora, o cinema.

Vinho não é o único produto de qualidade que importamos do Chile

Viva El Mago!

sábado, 29 de março de 2008

É nóis!


Palmeiras 3 x São Caetano 1, estamos nas semifinais.

Selton Mello é o cara


O sujeito é descolado, estrelou o filme do ano e tá pegando a Luana. É mole ou quer mais?

sexta-feira, 28 de março de 2008

Baile do Hawaii



Amostra grátis do que será a decoração do Indaikiki - o Baile do Hawaii do Indaiatuba Clube - no próximo dia 5 de abril. Ao fundo, o presidente Carlos Waldyr De Gennaro e Edinho Santa Cruz, principal atração musical da noite.

Subindo pelas paredes


A ex-vedete e atriz Iris Bruzzi com a colega de palco e produtora Antonia Fontelle promovendo a peça "Subindo pelas Paredes" hoje à tarde no Café Kopenhagen. O espetáculo será apresentado amanhã às 21h no Ciaei.

Lions tem novo associado


O Lions Club Indaiatuba ganhou mais um associado na figura do jornalista Antonio Devanir Leite Jr. e sua esposa Etelvina Fonseca Martins Sampaio, ambos apresentados pelos padrinhos Airton José e Rosemary de Almeida. A Reunião Festiva que acolheu o novo leão e sua domadora aconteceu na quarta-feira, na sede do clube, com a presença do ex-governador Frederico Dimov.

Cultura na Praça


Até o dia 16 de abril os indaiatubanos poderão conhecer um pouco da arte abstrata brasileira por meio da Exposição Coleção Satamini, montada na Praça Prudente de Moraes. É uma série de painéis que conta a trajetória do movimento abstrato brasileiro e de alguns de seus artistas mais representativos.

Imagem dos EUA


Ige D'Aquino e Gary em Old Lyme-Connecticut após visitar a casa onde viveu Katherine Hepburn.

Romário desmente aposentadoria e diz que só está sem clube (IG - Último Segundo)

Em entrevista à TV Globo, o atacante Romário desmentiu a informação de sua aposentadoria e disse que volta a jogar caso receba uma boa proposta
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Esse é o Romário.

Fenomenal atacante


Não é preciso eu dizer: quem escreveu o texto abaixo foi o camisa 9 do maior time de todos os tempos na opinião dos ingleses - os maiores estudiosos em futebol e guerra - , a Seleção Brasileira de 1970.

Tostão
Folha de São Paulo. Brasil, novembro de 2004.


Romário fez nos Estados Unidos a sua despedida internacional do futebol. Ele não foi o mais premiado centroavante de todos os tempos, nem sei se foi o melhor, mas foi o mais genial, o que mais me fascinou.

Pena que os jovens não assistiram ao Romário nos seus grandes momentos, da década de 80 até a Copa de 98, na França, quando foi cortado da seleção brasileira por contusão. Antes do Mundial de 94, nos EUA, Romário jogava no Barcelona e já era o melhor atacante do mundo, o que foi confirmado na Copa.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso fazer muitos gols, de todos os jeitos, sendo muitos maravilhosos, como fez o Romário. Parafraseando o poeta, que me perdoem os artilheiros, mas a beleza do gol é fundamental.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso sair da área para receber a bola, tabelar, ter uma ampla visão e dar ótimos passes para os companheiros marcarem gols, como também fazia o Romário.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso ter as pernas fortes, uma excepcional "explosão muscular" e muita velocidade para receber lançamentos longos, como tinha o Romário. Ele chegava na bola sempre antes do zagueiro.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso dominar a bola em pequenos espaços, não deixá-la fugir nem ficar colada aos pés e finalizar rápido e com eficiência, como fazia o Romário. Quando era necessário, ele driblava o seu marcador antes de chutar. Para ser um fenomenal centroavante, é preciso não ficar ansioso diante do goleiro e finalizar com o corpo ereto, com o pé de apoio paralelo e próximo à bola, olhando para o goleiro e não para a bola, como fazia o Romário.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso, mesmo sendo baixinho, ter uma boa impulsão, se colocar bem, olhar para o goleiro e cabecear com os olhos abertos no canto, como fazia o Romário.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso, no momento em que é realizado o lançamento, para não entrar em impedimento, colocar o corpo de lado para facilitar a arrancada inicial, ter um olhar na bola e no companheiro que vai dar o passe e outro nos movimentos e na posição do zagueiro, como fazia o Romário. Quando o defensor virava o corpo, ele já estava longe.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso ser esperto, não ficar colado ao zagueiro, se afastar um pouco e "se fingir de morto", para então conseguir enganar o defensor, como fazia o Romário.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso antever o passe, o lançamento, e se antecipar ao zagueiro, como fazia o Romário. A bola não procura o artilheiro. Ele é que sabe antes dos outros aonde a bola vai chegar.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso ser imprevisível, fantasista e inventivo, como era o Romário.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso ser conciso, economizar gestos, simplificar, não se enrolar com a bola e executar bem o que é fundamental, como fazia o Romário. Talento é tornar simples o que é complexo.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso treinar o que se vai executar no jogo, como fazia o Romário. Numa ocasião, fui entrevistá-lo pela ESPN Brasil em Valência, na Espanha, e o Romário estava fora do treino por causa de uma contusão. Perguntei o que havia acontecido, e ele respondeu: "Não tenho nada. Só não quero treinar dois toques num campo pequeno. Isso não acontece na partida". Os técnicos de todo o mundo adoram este treinamento.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso ter muita confiança e saber esperar os poucos momentos que terá para brilhar, como fazia o Romário. Não dá para ser craque durante todo o jogo e em todas as partidas.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso ser solidário, participar do jogo coletivo, entretanto é necessário também ser ambicioso, egocêntrico, pretensioso e ter a convicção de que só ele vai decidir a partida, como tinha o Romário.

Para ser um fenomenal centroavante, é preciso fazer sem pensar, sem saber por que faz, como fazia o Romário.

O craque não planeja; faz. O craque não tem explicação; ele é.

"Não sei explicar, mas desexplicar." (Manoel de Barros)

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Como andaram pichando na época da última visita de João Paulo II ao Rio: Se Deus é 10, Romário é 11!

Romário diz a jornal que sua carreira está encerrada (UOL Esporte)

Tá bom, só ele ainda não sabia. Mas, apesar de tudo, do lero-lero dos mil gols, da marra e da relutância em reconhecer o óbvio final da carreira, Romário de Souza Faria foi um dos maiores craques da história - do Brasil e do mundo - , um dos mais mortíferos centroavantes que já vi jogar e um dos únicos a ganhar uma Copa do Mundo carregando o time nas costas (os outros foram Garrincha em 1962, Paolo Rossi em 1982 e Maradona em 1986). Segue uma seleção do que o compilador (eu acho que faltou o gol de cabeça na defesa mais alta da Copa de 94, a da Suécia, na semifinal) considerou seus 10 maiores gols, com a adequada trilha musical de Bezerra da Silva.

Amanhã no Tom

Hoje e amanhã na Zoff Club

Just do it

E a Nike já faturou!

102 anos atrás...





Há mais de um século, Rodrigues Alves - provavelmente o maior presidente da República Velha - erradicou a febre amarela do Rio de Janeiro mediante uma radical reforma urbana - realizada pelo prefeito nomeado Pereira Passos - e pela vacinação obrigatória e caça aos mosquitos promovida pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz.

Essas medidas foram muito impopulares na época e até hoje são contestadas pelos histpriadores - que acusam Alves e Passos de promoverem uma urbanização "de cima para baixo" que derrubou os cortiços e transferiu seus habitantes para os morros, originando, assim, as favelas. Mesmo as ações sanitárias de Oswaldo Cruz - que hoje sabemos serem cientificamente corretas - resultaram no que se chamou Revolta da Vacina. Mas eles acabaram com a febre amarela da Capital do Brasil, cuja beleza os estrangeiros apreciavam à bordo dos navios porque tinham medo de desembarcar por causa das endemias.

Um século se passou, a ciência viveu um avanço sem precedentes no período e o que acontece? Mortes por endemia transmitidas pelo mesmo mosquito da febre amarela. E o prefeito Cesar Maia culpa o clima pelo surto de dengue. Saudades de Pereira Passos e Rodrigues Alves.

Nas fotos, o Rio dos tempos da febre amarela e da era da dengue...

Rissa Matsumoto (1977-2008)


Falar o que?

Enterro hoje às 16h no Memorial.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Uma odisséia na telona







Muito se falou sobre a recente morte de Arthur C. Clarke, o autor do romance que deu origem ao melhor filme de ficção-científica e todos os tempos, "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Li o livro depois de ver a obra-prima de Stanley Kubrick e só tive reforçada a impressão de que o que tinha visto no cinema - no Teatro Castro Mendes, em Campinas, a única e inesquecível vez que o assisti em tela grande - era de autoria completa do cineasta.

Kubrick pega basicamente idéias gerais de Clarke, mas ao não se preocupar com explicações para o espetáculo visual que nos proporciona dá espaço para as maiores reflexões metafísicas a respeito do Homem, Deus e o Universo. Para mim, pessoalmente, abriu os horizontes para as possibilidades do cinema enquanto arte.Saí do cinema tão alucinado que peguei o ônibus errado para ir embora (e olhe que estávamos em dois, eu e uma garota linda que também saiu do cinema como um zumbi).

Agora, acaba de sair uma nova versão de "2001" em DVD duplo, com extras na mesma duração do filme original, entre os quais uma entrevista em que Clarke desmente um dos mitos de seu romance, a de que o nome do computador HAL seria uma variação de IBM (pegando uma letra antes do abecedário da sigla da multinacional). Na verdade, HAL significa Heurístico ALgoritmo, mas o próprio escritor sabia que isso não abalaria a versão consagrada.

O ano 2001 veio e passou - e deixou como principal marco o 11 de setembro - mas o futuro anunciado por Kubrick ainda não. Lá, a Pan Am ainda existe, assim como a Guerra Fria. Mas o espaço ainda permanece como uma fronteira pouco explorada por olhos humanos. Nada de estações orbitais gigantescas ou postos avançados na Lua. E, pior, as novas gerações não tiveram a opotunidade de ver esse grande filme na telona, como ele merece ser visto.

Krig-rá bandolo*


Americanos protestam contra capa de revista com Gisele Bündchen (Terra)

Algumas comunidades americanas estão levantando protestos contra a revista Vogue, alegando que a capa da edição de março, que traz no destaque Gisele Bündchen e o jogador da NBA LeBron James, promove o racismo.

A reclamação vem da pose de James na foto: com os dentes à mostra, corpo inclinado pra frente e mãos segurando a cintura de Gisele, alguns críticos da mídia especializada estão dizendo que o ensaio lembra um 'King Kong" possuindo uma donzela da cor branca. De fato, alguns críticos chegaram até a dizer que o ensaio é livremente inspirado no filme de 1933.

A discussão sobre o assunto tomou conta de fóruns na Internet e programas de TV que abriram espaço para o tema durante a semana. A revista Vogue ainda não se pronunciou a respeito do assunto.

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O gozado é que a donzela loira da foto é quem representa o Terceiro Mundo.

* Era o grito de guerra de Tarzã nos gibis

Vá ao Ato, mas não me chame

O dia 27 de março foi escolhido pelos integrantes do REDEMOINHO como um marco para uma mobilização nacional, onde os grupos participantes do movimento, articulados em suas regiões, estarão propondo ações que defendam a cultura como direito inalienável do Homem e, portanto, dever do Estado para com seus cidadãos.

Reafirmando a necessidade de uma política pública e de continuidade, que efetivamente garanta a circulação, a manutenção, a pesquisa e a criação teatral no Brasil e reafirmando a arte como campo de pensamento e de atuação pública, fundamental para o exercício da cidadania, o REDEMOINHO propõe a criação da LEI FEDERAL: PROGRAMA DE FOMENTO AO TEATRO BRASILEIRO, como exemplo para a criação de uma nova política de Estado, e não de governo.

Artistas de diversas cidades estão preparando uma intensa programação para o dia 27 de março. Abaixo os contatos dos responsáveis pela mobilização em cada uma dessas cidades:

Belo Horizonte - MG: Marcelo Bones . Grupo Teatro Andante . celobones@gmail.com

Campinas - SP:
Tiche Vianna . Barracão Teatro . tiche@barracaoteatro.com.br

Curitiba - PR:
Sueli Araújo . Cia Senhas . ciasenhasdeteatro@terra.com.br

Franca - SP:
Ana Cláudia Segadas . Grupo ATO . anaclaudia@teatral.zzn.com

Ipatinga - MG:
Luzia di Resende . Grupo Perna de Palco . luziadiresende@bol.com.br

Natal - RN
: Fernando Yamamoto . Clowns de Shakespeare . fernando@clowns.com.br

Porto Alegre - RS
: Tânia Farias . Tribo de Atuadores Oi Nois Aqui Traveiz . oinois@terra.com.br

Rio de Janeiro - RJ
: Licko Turle . Tá na Rua . lickoturle@tanarua.com.br

Salvador - BA
: Gordo Neto . Teatro Vila Velha . gordoneto@gmail.com

São Paulo - SP
: Mariana Senne . Cia São Jorge de Variedades . marianasenne@uol.com.br

Uberlândia - MG: Kátia Bizinotto . Grupontapé . katiabizinotto@grupontape.com.br

informações: rede@redemoinho.org

MANIFESTO REDEMOINHO

Acreditamos que Cultura é uma construção coletiva, que se projetando na história almeja entender a Arte, e em particular o Teatro, como um bem simbólico localizado no tempo e no espaço. Entendemos as nossas criações como um pensamento em construção que objetiva a constituição de uma sociedade humanista.

A Cultura esvaziada de pensamento, estruturada pela visão política que tem no marketing o seu fundamento, é o que alimenta na sociedade a competição, a concentração de renda, o preconceito, a privação dos direitos elementares do cidadão e a manutenção do status quo.

Não compete à Arte dar o pão, nem forjar pseudo-inclusões sociais através de políticas públicas que acreditam propiciar a inclusão e a contenção da insatisfação social. À Arte compete apontar para além dos limites impostos pela dura realidade, na tentativa de buscar novos caminhos para a política e para o homem.

Sob esse olhar, a Cultura é uma questão prioritária do Estado por fundamentar o exercício crítico da cidadania na construção de uma sociedade democrática. Há anos, diversos grupos e companhias de teatro vêm desenvolvendo trabalhos que visam tecer novas relações sociais e humanas entre a Arte e a sociedade.

Ao dotarmos a nossa prática artística de uma função social, não reivindicamos privilégios ou benesses. Reafirmamos a necessidade da criação de condições sociais, políticas e econômicas para a construção de um país que alimente a utopia de uma sociedade na qual a Arte e a Cultura sejam compreendidas como reafirmação da vida.

Integrantes do REDEMOINHO
Movimento Brasileiro de Espaços de Criação, Compartilhamento e Pesquisa Teatral.

Falta do que fazer...


BBB: deputados do Piauí questionam vitória de Rafinha (Terra)

A vitória de Rafinha no BBB 8 está sendo questionada. A Assembléia Legislativa do Piauí, Estado de Gyselle, aprovou proposta do deputado estadual Warton Santos (PMDB) para solicitar à TV Globo explicações sobre a final.

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Eu tinha prometido a mim mesmo que não ia postar nada sobre o entediante e imbecilizante reality show da Globo. Mas diante desta notícia só me resta recordar a imortal frase de Juca Chaves: "Piauí, Piauí, se o mundo tem cu, o cu do mundo é aqui..."

Não vejo ninguém na nossa frente - 2

Como está dando sorte, e o torcedor é um supersticioso, vamos a mais um post em vídeo, desta vez da vitória do Palmeiras sobre a Portuguesa - um jogo que já foi chamado de clássico - ontem à noite:

Em cartaz



Amanhã entram em cartaz no Multiplex Topázio (Shopping Center Jaraguá Indaiatuba) os filmes "Jumper" (lançamento nacional) e a comédia "Jogos do Poder".

"Jumper" é uma fantasia no estilo "Highlander", em que uma subespécie de escolhidos têm o poder de se teletransportar à vontade - um bando de "hiros nakamura" com total controle sobre seus dons. O canastrão Hayden Christensen - Annakin Skywlaker dos Episódios II e III de "Star Wars" - é o herói David Rice; o eterno "Billy Elliot" Jamie Bell é seu parceiro de talento Griffin, a bela Rachel Bilson ("The O.C.") é a namorada Millie Harris e Samuel L. Jackson é Roland, líder de uma seita dedicada a caçar os jumpers. A direção é Doug Lyman, de "A Identidade Bourne" e "Sr. e Sra. Smith".

"Jogos do Poder" parte da história real de um congressista meio picareta que, junto com uma socialite texana e um agente da CIA em desgraça na organização, teria conseguido armar os afegãos e ajudado a expulsar o soviéticos do país que, anos depois, os próprios EUA invadiriam.

Embora á primeira vista pareça uma história de "como ganhamos a Guerra Fria", na verdade ,essa comédia retrata a ineficiência da agência de inteligência americana e da política externa oficial de Washington, a ponto de um trio quixotesco equipado de charme, influência e malandragem atropelou o Departamento de Estado e conseguiu realizar a mais bem sucedida intervenção americana em um enfrentamento direto com os soviéticos na história recente, e sem por em risco nenhum soldado ianque.

O elenco ajuda muito a contar essa aventura: Tom Hanks ("Filadélfia" e "Forrest Gump") é o congressista Charles Wilson, Julia Roberts ("Erin Brokovich") faz a milionária Joanne Herring e Philip Seymour Hoffman ("Capote") interpreta o espião da CIA Gust Avrakotos. Somados ao do diretor Mike Nichols ("A Primeira Noite de um Homem") são cinco Oscar envolvidos nessa produção.

Não vejo ninguém na nossa frente


Jorge Preá, liderança na bacia das almas.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Cineclube


O filme do Cineclube Indaiatuba da próxima quinta-feira, às 19h30, é “A Vida dos Outros”, Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2007. O ingresso único é R$4 e após a sessão no Multiplex Topázio haverá debate com o público.


Em novembro de 1984, o governo da Berlim Oriental busca assegurar seu poder através de um cruel sistema de controle e vigilância sobre os cidadãos. O capitão Anton Grubitz busca ser promovido em sua carreira, com o apoio dos mais influentes círculos políticos da época, e para isso dá a um fiel agente do sistema, Gerd Wiesler, o encargo de coletar evidências contra o bem-sucedido dramaturgo Georg Dreyman e sua namorada, a atriz Christa-Maria Sieland.

O filme de Florian Henckel von Donnersmarck discute a invasão de privacidade e como quem vigia os outros passa a de certa forma viver a vida do vigiado (Big Brother Brasil?). No elenco, Ulrich Mühe (“Amen”), Martina Gedek, Sebastian Koch (“Amen”) e Ulrich Tukur (“Amen”).

Filmes no Casarão


O Casarão Cultural Pau Preto promove neste mês de abril uma programação de filmes brasileiros - por causa do mês do Descobrimento, segundo o superintendente Marcelo Cerdan.

Sexta, dia 28, às 19h30

O Coronel e o Lobisomem, de Mauricio Farias. Com Diogo Vilela, Selton Melo e Ana Paula Arósio. Ponciano de Azeredo Furtado é um coronel de patente e fazendeiro por herança, que luta contra seu irmão de criação Pernambuco Nogueira para manter as terras da Fazenda Sobradinho e conquistar o coração de sua prima Esmeraldina. Para vencer esta batalha Ponciano precisa enfrentar feras, agiotas e ladrões, além de se envolver com a vida boêmia da cidade e ainda espantar assombrações. Baseado em livro homônimo de José Cândido de Carvalho escrito em 1964.


Sábado e domingo às 15h

Turma da Mônica – Uma Aventura no Tempo, de Mauricio de Souza. Franjinha inventa uma máquina que domina o tempo juntando os quatro elementos da natureza: água, fogo, terra e ar. A confusão começa quando Cebolinha e Cascão entram correndo no laboratório, fugindo da Mônica, que erra a mira e atira o coelhinho Sansão na máquina de Franjinha. O choque faz os quatro elementos irem cada um para uma época diferente, mas sempre no mesmo lugar: o bairro do Limoeiro, onde a turma vive.

Domingo às 19h30

Cinema, Aspirinas e Urubus (foto), de Marcelo Gomes. Com Peter Ketnath, Hermila Guedes e José Leite. Em 1942, no meio do sertão nordestino, dois homens se encontram: Johann (Peter Ketnath), um alemão que fugiu da guerra, e Ranulpho (João Miguel), um brasileiro que quer escapar da seca que assola a região. Viajando de povoado em povoado, eles exibem filmes para pessoas que jamais haviam conhecido o cinema, a fim de vender um remédio "milagroso". Nesta jornada, os dois aprendem a respeitar as diferenças e surge entre eles uma amizade incomum, mas que marcará suas vidas para sempre. Filme escolhido para representar o Brasil no Oscar em 2006, mas não chegou à indicação. Azar deles, porque o filme é ótimo.

Serviço:
Lotação máxima: 60 pessoas. 
Os convites devem ser retirados no dia da exibição, a partir das 13 horas.
Casarão Pau Preto: Rua Pedro Gonçalves, 477 – Jd. Pau Preto – Tel.: 19 3875-8383


terça-feira, 25 de março de 2008

Artesanato deixa Casarão

A direção da Fundação Pró-Memória, que administra o Casarão Cultural Pau Preto, comunica à população que a Feira de Artesanato que acontecia aos sábados, das 13h às 17h, deixará de funcionar a partir deste final de semana. A AIA, associação que expunha no Casarão, justificou dizendo que com a Praça das Artes e a união das entidades da classe, o objetivo é tornar o projeto um evento único e periódico. Esta periodicidade ainda está sendo discutida pelas entidades.

A Praça das Artes aconteceu no sábado, dia 15 de março, na Praça Dom Pedro II.

Organizadores acertam detalhes para eleger Miss Centenário (G1 - globo.com)



O concurso Miss Centenário Brasil-Japão vai eleger a garota descendente de japoneses mais bonita no país no dia 17 de maio. Mas ainda devem ser definidas candidatas do Pará, de Mato Grosso e de São Paulo.

O evento faz parte das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil e será realizado no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. De acordo com organizadores, grupos de danças típicas japonesas e a banda KLB já confirmaram presença no evento.

Segundo Kendi Yamai, organizador do Miss Centenário, a ascendência japonesa é obrigatória. “A beleza física será o principal quesito avaliado pelos jurados, mas eles não vão se esquecer de analisar o conjunto. Carisma, simpatia, desenvoltura e elegância também são importantes”, afirma.

Embora o concurso seja nacional, não são todos os estados brasileiros que terão representantes na disputa final. “A grande concentração de nipo-brasileiros está em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Pará. Isso dificultou para que achássemos representantes em todos estados”, diz Yamai.

Por outro lado, alguns estados terão mais de uma candidata. São Paulo terá, pelo menos, quatro concorrentes. Paraná contará com três e Mato Grosso do Sul, mais duas.

Segundo o organizador do evento, quem quiser assistir o concurso pode trocar o ingresso por uma lata de leite em pó e um agasalho infantil.

Na foto da esquerda, Maira Yuri Shiraishi e Harue Daniele Chiuji concorrem por Mato Grosso do Sul. À direita, Lais Higashi, Natalia Catrochio e Karla de Oliveira são as candidatas do Paraná.

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Se houvesse uma eliminatória desse concurso em Indaiatuba, quais seriam suas candidatas? Mande suas sugestões.

Rubens Edwald Filho vai dirigir peça sobre Bruna Surfistinha!





Com esse diretor, o casting não corre o risco de ser no sofá.

O futebol por outros pontos de vista


Em um mundo cada veez mais globalizado, poucas coisas permanecem tão anacronicamente patrióticas como o futebol. Porque outra razão os sócios menores do Reino Unido fazem questão de montar seleções separadas da inglesa, mesmo com escassas chances de ganhar qualquer torneio importante.

Em "Transpotting", que se passa na Escócia, um dos personagens tem como reliquia um vídeo da vitória da seleção de seu país contra a Holanda na Copa de 78 - o que pode parecer estranho para nós, brasileiros, para quem o torneio mundial é tudo ou nada, mas perfeitamente normal para uma nação para quem ir à fase final já constitui um feito memorável.

Outro filme que nos dá um interessante ponto de vista do futebol fora de nosso umbigo verde-amarelo é "Milagre de Berna", apelido que os alemães deram à vitória de seu escrete sobre a poderosa Hungria de Puskas na final da Copa de 54. É uma fábula que fez enorme sucesso no país de origem (5 milhões de espectadores para uma população de 82,5 milhões de pessoas) que conta a trajetória da seleção de Sepp Herberger no torneio da Suiça, tendo como pano de fundo um país se recuperando da guerra, mas ainda sofrendo suas conseqüências, como a pobreza, o desemprego e o retorno dos soldados feitos prisioneiros na Frente Russa (os últimos só seriam repatriados em 1955, dez anos após a rendição alemã).

Herberger era o técnico da seleção desde a eliminação prematura da Alemanha nos Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim até 1942 - auge da Segunda Grande Guerra - e retomou o cargo em 1946, mesmo tendo sido nazista de carteirinha, deixando o posto somente em 1964. Como acontece também com os selecionados brasileiros que acabaram campeões do mundo, o da Alemanha em 54 também saiu desacreditado de casa, carregando nas costas o peso da auto-estima de uma nação derrotada e humilhada nos campos de batalhas e tornada pária das competições esportivas até aquela data.

O grande trunfo era a experiência e liderança do capitão Fritz Walter, que jogava na seleção desde 1940 e foi paraquedista durante a II Guerra Mundial. Mas o jogador que mais aparece no filme é Helmut Rahn, apelidado "Derr Boss" - ou "O Chefe" - e que foi autor de dois gols na lendária final contra os húngaros (3 a 2 de virada para a Alemanha).

A vitória inesperada enlouqueceu um país calejado com reveses como a derrota na guerra e a divisão de seu território em dois. A partir daí surgia uma nova superpotência do futebol e, por que não dizer, foi dado o empurrãozinho para que o país voltasse a ser também uma potência econômica.

Orquídeas


A razão pela qual nós, a imprensa indaiatubana, fomos convidados à festiva do Rotary Club foi para divulgar a V Expo Orquídeas, que acontece de 4 a 13 de abril no Shopping Center Jaraguá. A realização é do Rotary e do Sindicato Rural patronal de Indaiatuba, personificado na figura de Wilson Tomaseto, integrante das duas entidades e força motriz dessa e de muitas iniciativas na área rural do Município, incluindo aí a inclusão da cidade no Circuito das Frutas.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Geiss homenageia Aydil no Rotary


Antônio Reginaldo Geiss, sócio-proprietário da Rádio Jornal, fez uma emocionada homenagem a Aydil Bonechela hoje à noite na reunião festiva do Rotary Club. Ele ainda está a procura de alguma locutora que entre no horário outrora ocupado pela nossa "hebe camargo". Substituta é uma palavra meio forte e inexata.

Luxemburgo engrena o 'Limão Mecânico' (Lancenet)

Se a vida te der limões, faça uma limonada.

domingo, 23 de março de 2008

Ainda Aydil


Segundo Antônio Reginaldo Geiss, dono da Rádio Jornal, ao chegar para trabalhar na quinta-feira Aydil Bonachella já desceu do carro passando mal. Colocaram-na num sofá e lá se constatou que ela estava tendo um ataque cardíaco. Ela foi levada ao hospital, mas não conseguiram reanimá-la. A radialista faleceu aos 71 anos, na véspera de uma romaria – essa vai a pé até Pirapora na Sexta-Feira Santa – assim como sua filha Andréia, ao lado de quem foi sepultada.


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Miriam Dall’Alba, que foi quem a arrumou lindamente no caixão, disse que ao chegar na casa da
amiga para pegar roupas, encontrou a auxiliar dela, Gertrudes, que contou a ela que Aydil se queixou naquela manhã de ter passado muito mal à noite. Antes de sai para a Rádio Jornal teria dito: “Hoje, eu vou morrer”. E assim foi.

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Um jornal local "ressuscitou" o marido da Aydil, que já morreu, em seu obituário. Talvez porque fosse Semana Santa...

sábado, 22 de março de 2008

Caio Túlio Costa. De novo.



Todos os dias ao entrar na Internet cumpria um roteiro fixo de navegação, que incluía entrar no portal IG para ver a chamada do Conversa Afiada na capa. Dependendo do que tratava, entrava. Na semana que termina reparei que o espaço fixo de Paulo Henrique Amorim, num ponto nobre na "primeira dobra", ao lado do Último Segundo, deixou de existir. Achei que fosse uma mudança editorial e que tinha posto o Conversa na geladeira por ter ficado muito repetitivo nos ataques aos tucanos e ao PIG - Partido da Imprensa Golspita. Só hoje fiquei sabendo que seu contrato com o IG foi "descontinuado" na terça, dia 18. O editorial do diretor-presidente do IG, Caio Túlio Costa, dá o lado da empresa:

Editorial
Sobre a saída de Paulo Henrique Amorim do iG
Na tarde de terça-feira (18/3/08), o iG descontinuou o contrato com o jornalista Paulo Henrique Amorim, do site Conversa Afiada. Com o passar do tempo, os custos do contrato e as condições de mercado tornaram inviável a sua manutenção. Tomada a decisão, todas as condições rescisórias foram atendidas e o jornalista devidamente indenizado. Aos funcionários do Conversa Afiada, presentes na sede do iG no momento em que foi despachada a notificação de rescisão e retirado da rede o site, foi facultada a possibilidade de levar embora os materiais necessários, mas não o fizeram. Paulo Henrique Amorim preferiu agir sob força de um mandado de busca e apreensão para retirar seus pertences e copiar o arquivo do seu site, o que poderia ter feito sem precisar de recurso judicial. Descontinuar colaborações faz parte da vida das empresas e da vida dos jornalistas. O próprio Paulo Henrique já passou por empresas como a Editora Abril, Jornal do Brasil, TV Globo, TV Bandeirantes, TV Cultura e UOL. Suas colaborações, evidentemente, cessaram quando ele partiu. Não podia ser diferente no iG. O iG não abre mão da sua independência e da necessidade de manter-se uma empresa equilibrada e saudável. O iG segue firme na determinação de ser um portal que aposta na pluralidade de opiniões, no respeito à liberdade de expressão e no protagonismo dos internautas. Caio Túlio Costa Diretor Presidente do iG

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A saída abrupta de Paulo Henrique Amorim levou seu amigo Mino Carta a deixar seu blog no IG - um dos recomendados da minha lista à esquerda - em solidariedade. Na Carta Capital, revista que Mino dirige, ele conta o lado do jornalista:

Ao batuque da minha Olivetti, tenho um blog no iG. Ou melhor, tinha. Hoje foi ao ar o meu último post. Acostumei-me com estas expressões, mas confesso desabridamente ter medo do computador, tenho certeza de que ele me engolirá caso me aproxime demais. De sorte que resisto no comando da minha vetusta máquina de escrever. Assim diz a minha derradeira manifestação: “Meu blog no iG acaba com este post. Solidarizo-me com Paulo Henrique Amorim por razões que transcendem a nossa amizade de 41 anos. O abrupto rompimento do contrato que ligava o jornalista ao portal ecoa situações inaceitáveis que tanto Paulo Henrique quanto eu conhecemos de sobejo, de sorte a lhes entender os motivos em um piscar de olhos. Não me permitirei conjecturas em relação ao poder mais alto que se alevanta e exige o afastamento. O leque das possibilidades não é, porém, muito amplo. Basta averiguar quais foram os alvos das críticas negativas de Paulo Henrique neste tempo de Conversa Afiada”.
As razões alegadas oficialmente pelo portal não convencem sequer o mundo mineral. Fala-se, porém, de uma pendência pessoal entre o diretor-presidente do iG, Caio Túlio Costa, e Paulo Henrique. Certo é que o jornalista recebeu uma lacônica e inesperada notificação de que seu contrato estava rompido. Invocava-se ali um artigo do mesmo, pelo qual qualquer uma das partes pode denunciá-lo com 60 dias de aviso prévio. Não somente esta determinação do tal artigo não foi cumprida, mas também Paulo Henrique foi informado a respeito da decisão do iG quando Conversa Afiada já fora tirada do ar. Sua equipe tivera cancelado o crachá de entrada na sede do portal e o computador sofrera o vexame final de ser lacrado. Se havia desentendimentos pessoais entre o diretor-presidente e o jornalista, quem sabe pudessem ser dirimidos de outra maneira. O tratamento reservado a um profissional honrado e competente como Paulo Henrique é inadmissível. Contudo, e infelizmente, a situação justifica a forte impressão de que houve razões mais fortes, a significar censura.

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Caio Túlio Costa protagonizou uma das mais famosas polêmicas do jornalismo brasileiro quando era ombudsman da Folha de S. Paulo - o primeiro - com a estrela da casa, Paulo Francis. O episódio levou à ida de Francis ao concorrente Estado de S. Paulo e tornou Costa famoso. Agora, segundo Mino Carta, como executivo, ele tira da sua empresa uma de suas estrelas por "desentendimentos pessoais", dessa vez, por meio de uma demissão sumária. Mas não custa lembrar que o IG é uma empresa da Brasil Telecom, um dos alvos preferenciais do Conversa Afiada, junto com os tucanos em geral e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Eu achava o superblog do jornalista um pouco recorrente e agressivo demais, apesar de admirar sua postura de foco de resistência ao senso comum que se formou na grande mídia e adorar alguns apelidos que ele inventava, como "Farol da Alexandria" para FHC (porque iluminava a Antiguidade) e "presidente eleito" para Serra(porque, para o PIG - sigla que ele também criou, mas que não "inventou" - só faltava ele tomar posse). A "descontinuidade" (eita eufemismo pra demissão) do Conversa Afiada é uma grande perda para a Internet brasileira, como o No Mínimo, curiosamente também uma ex-grande atração do IG.

Henrique V por Kenneth Branagh

Henrique V por Laurence Olivier

A arte de atuar

Estava lendo o capitulo sobre Laurence Olivier do livro de que já falei de Kenneth Tynan, "A Vida como Performance", e fui atrás de algo dele no Youtube. Acabei revendo o discurso Saint Crispin's Day da obra de Shakespeare "Henrique V", que ele dirigiu e atuou em 1944, como uma espécie de peça de propaganda para levantar o moral britânico em pleno calor da Segunda Guerra Mundial. Aproveitei e revi também o mesmo discurso na versão de Kenneth Branagh para o mesmo texto, em filme de 1989. Ao menos no cinema, Branagh nunca mais atingiu um patamar tão elevado de atuação, chegando a superar Olivier em muitos pontos. Postei as duas interpretações e o texto original aqui para que vocês possam comparar.

Henry V:-

"This day is called the feast of Crispian:
He that outlives this day, and comes safe home,
Will stand a tip-toe when the day is named,
And rouse him at the name of Crispian.
He that shall live this day, and see old age,
Will yearly on the vigil feast his neighbours,
And say 'To-morrow is Saint Crispian:'
Then will he strip his sleeve and show his scars.
And say 'These wounds I had on Crispin's day.'
Old men forget: yet all shall be forgot,
But he'll remember with advantages
What feats he did that day: then shall our names.
Familiar in his mouth as household words
Harry the king, Bedford and Exeter,
Warwick and Talbot, Salisbury and Gloucester,
Be in their flowing cups freshly remember'd.
This story shall the good man teach his son;
And Crispin Crispian shall ne'er go by,
From this day to the ending of the world,
But we in it shall be remember'd;
We few, we happy few, we band of brothers;
For he to-day that sheds his blood with me
Shall be my brother; be he ne'er so vile,
This day shall gentle his condition:
And gentlemen in England now a-bed
Shall think themselves accursed they were not here,
And hold their manhoods cheap whiles any speaks
That fought with us upon Saint Crispin's day"

sexta-feira, 21 de março de 2008

O adeus


O Cemitério Parque dos Indaiás, manhã de Sexta-Feira Santa...

quinta-feira, 20 de março de 2008

Globo vai transmitir jogos do Corinthians na Segundona


Os gambás não precisam mais se preocupar em filar a TV a cabo pra ver seu time na Segunda Divisão. A Globo está fechando acordo para transmitir os jogos do Corinthians aos sábados.

Essas partidas serão irradiadas para o Estado de São Paulo e, eventualmente, também para Brasília. A Rede TV! exibirá 30 jogos da Série B em rede nacional, vários deles com Corinthians.

O canal pago SporTV também terá Série B. E os Premiere, canais de "pay-per-view", transmitirão para todo o país os jogos da Segundona.

Nota à imprensa

Com a morte da radialista Aydil Bonachella, vai-se também um pouco da história da rádio em Indaiatuba. Em nome de todos da Secretaria Municipal de Educação, lamento a grande perda que sofremos hoje. Mas, também, agradeço por tê-la tido conosco, abrindo espaços em seu programa para assuntos relacionados à Educação, levando informação com credibilidade para a comunidade.

A voz, a personalidade e o trabalho da radialista, tenham certeza, ficarão para sempre em nossas memórias de educadores. Que neste momento, Deus ilumine toda a equipe da Rádio Jornal, amigos, fãs e familiares, deixando como certo, que vocês não estão sozinhos na dor; assim como não estavam quando Aydil adentrava em nossos lares para falar de Gente & Koisas, todas as manhãs. A todos vocês, nossas condolências.


Profª Drª Jane Shirley Escodro Ferretti

Secretária Municipal de Educação

Horários

O velório da Aydil começa às 16h na Câmara Municipal e o enterro será amanhã às 9h no Cemitério Parque dos Indaiás.

Luto oficial

O prefeito de Indaiatuba e presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas, José Onério (PDT), decretou nesta quinta-feira, dia 20, luto oficial por três dias em decorrência do falecimento da radialista Aydil Bonachella, ocorrido na manhã de hoje. O luto, que foi oficializado pelo Decreto nº 9715, se estende a todas as dependências da Prefeitura, autarquias e fundações municipais.

José Onério declarou que a morte de Aydil é uma perda lamentável para Indaiatuba. “Ela era uma radialista muito querida na cidade, e, por meio de seu programa da Rádio Jornal, direta e indiretamente estava sempre ajudando as pessoas. Por não ter medo de sempre falar a verdade, era muito respeitada por todos”, finaliza. “Gostaria de prestar meus sentimentos aos familiares e aos amigos”, finaliza.

Aydir Pinesi Bonachela, como consta em seu registro de nascimento, faria 72 anos em junho próximo. Professora primária e bacharel em Direito, Aydil iniciou sua carreira de radialista há 26 anos e atualmente era uma das principais atrações da Rádio Nova Jornal, onde apresentava o programa “Aydil Falando de Gente & Koisas”.

Atenção!

O velório da Aydil pode ser no plenário da Câmara. Depende ainda de confirmação da família. O presidente da casa, Nelson Laturraghe, emitiu nota oficial:

"A Aydil era a cara da Rádio Jornal e a voz da comunidade. A gente vai sentir muito sua falta. Eu particularmente fiquei muito triste com a notícia. Coloquei o plenário Joab José Puccinelli a disposição da família para realizar o velório e só me resta rezar para que Deus a acolha em sua Paz infinita"
Nelsinho Laturraghe
Vereador
Presidente da Câmara de Vereadores de Indaiatuba

Aydil Pinesi Bonachella (1936-2008)


Como tenho formação budista, dificilmente um falecimento me abala, pois considero parte inevitável do ciclo de nascimento, vida e morte. Mas a notícia da morte da minha amiga Aydil Bonachella na manhã desta véspera de Sexta-Feira Santa me deixou estatelado, assim como toda Indaiatuba.

Ela parecia uma força da natureza e por isso incontrolável (seu patrão, Antônio Reginaldo Geiss, que o diga). A única comunicadora que falava o que queria de qualquer um - inclusive eu - e não temia quem quer que fosse. Ironia do destino, em seus últimos dias estava acometida de Síndrome do Pânico.

Quem mais enfrentaria as tragédias que a vida lhe deu - o AVC do marido que o deixou inválido com poucos anos de casados, a trágica morte da filha Andréa numa romaria, a perda da irmã durante uma cirurgia estética - e ainda seria capaz de criar uma entidade como a Casa do Caminho - outro filho que a vida lhe tirou - e realizar inúmeros outros serviços assistenciais. Sem falar em ser a voz da cidade durante 25 anos.

A foto ao lado foi tirada em seu aniversário, em 3 de junho do ano passado, que ninguém imaginava que seria o último. Um beijo, amiga.

Lotus em Campinas



Ontem à noite foi inaugurada a Lotus Campinas, filial da famosa casa noturna paulistana, que por sua vez é uma versão brazuca da de Nova York. Trata-se de um lounge onde ainda funcionará um restaurante que atende apenas mediante reservas (segundo os donos, só há vagas para abril). O visual - muito bonito - é assinado pela arquiteta Virgínia Albertini.

Para o nível da casa - que cobra R$ 10 mil pelo cartão membership (embora suspeito que muitos bacanas vão recebe-lo de graça) e R$ 120 a entrada para homem e R$ 60 para mulher - a inauguração não foi assim uma brastemp. A cerveja Eisenbahn era abundante, embora quente, e a Absolut acabou aos 15 minutos do primeiro tempo. Lá pela uma hora eu estava bebendo Sagatiba com Red Bull. Triste. Enfim, veremos se a iniciativa vai durar mais que os habituais seis meses, maldição que parece cercar as casa noturnas de Campinas. Mais fotos e informações no Gente etc de sábado.

Chegou


Saiu o número 2 da Casa Magazine, revista de arquitetura e construção tocada por Jair Italiani e Carla Machado. A diagramação é um beleza e difere muito do habitual papel colorido que vemos por aqui. Tem até conteúdo! Para o próximo número, Jair pretende entrevistar Oscar Niemeyer, que está para assinar uma obra aqui na terrinha. Cirucla em Indaiatuba, Salto e Itu estamos chegando em Cabreúva, ao condomínios do bairro Jacaré, e, na próxima edição, em Campinas. Uia!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Por aí na Rede TV!


O programa Por Aí estréia na VTV - afiliada da Rede TV! - provavelmente no dia 13 de abril, das 13h Às 13h30. Ainda não está certo o horário da reapresentação. Muito menos a participação de Hellen Guimarães no Pânico na TV.

Na foto, a Mulher-Samambaia, atração do principal programa da RedeTV! Qualquer semelhança é mera coincidência, hein?

No Tom Club

Em cartaz



"Juno" - o independente sensação do ano - começa a ser exibido amanhã, véspera de feriado, mas as demais estréias da semana são "Senhores do Crime", de David Cronemberg, e "Espartalhões", da dupla de "Uma Coméidia Nada Romântica" e "Deu a Louca em Hollywood".
No filme que é considerado o "Pequena Miss Sunshine de 2007", a adolescente Juno se descobre grávida de um amigo e resolve ter a criança e dá-la para pais mais capacitados. A história simples é carregada nas costas pela jovem Ellen Page - de "Menina Má.com" e "X-Men 3" - com Jennifer Garner, Jason Bateman, J.K. Simmons e Michael Cera como coadjuvantes. A direção é de Jason Reitman ("Obrigado por Fumar")
"Senhores do Crime" marca a segunda colaboração entre David Cronemberg eViggo Mortensen. Desta vez, a enfermeira Anna (Naomi Watts) se compadece de um bebê orfão, filha de uma adolescente viciada que morre no parto, e tenta saber de onde as duas vieram por meio de um diário, que a leva tomar contato com a perigosa Máfia Russa em Londres. Viggo é um capanga graduado muito ligado ao chefão vivido por Armin Mueller-Sthal, que fará tudo para proteger seu filho, interpretado por Vincent Cassel.
"Espartalhões" é mais uma sátira cionematográfica da dupla Jason Friedberg e Aaron Seltzer, que pretendem herdar a coroa de outros criadores judeus: David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker, os ZAZ. O trio ficou conhecido a partir de "Apertem os cintos, o piloto sumiu" - hoje, um clássico -, repetiram a dose no ótimo "Top Secret" e criaram a série que deu origem a "Corra que a Polícia vem aí". Friedberg e Seltzer não t~em um décimo do talento dos ZAZ e fazem questão de provar isso a cada filme. Isso sem falar naquele que tornou a sátira cinematográfica uma forma de arte, Mel Brooks.

Nóis na Tribuna

A colega e amiga Cynthia Santos soltou uma nota terça-feira, em sua coluna "Dropes", na Tribuna de Indaiá, a respeito deste blog:

Blogosfera 1

Jornalistas da terrinha estão fazendo sucesso com seus blogs na internet. O mais novo nesse meio é meu amigo Marcos Kimura, que colocou a coluna Conversa de Botequim, do seu Gente e Etc, na rede. O endereço é www.conversadebotequimonline.blogspot.com. É atualizado o dia todo com comentários inteligentes sobre notícias de Indaiatuba, Brasil e do mundo.

Cidades se organizam para combater a corrupção eleitoral

Diferentes iniciativas da sociedade civil buscam combater a corrupção nas eleições deste ano e a conscientização dos eleitores sobre a importância do voto. Boa parte das atividades fazem parte do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), formado por entidades sociais e religiosas e de âmbito nacional.

Em Bertioga, no litoral de São Paulo, entidades e empresas estão promovendo um abaixo-assinado para obter ampla divulgação na imprensa local da Lei 9840, de iniciativa popular, aprovada em 1999. As entidades querem conscientizar a população de que, conforme a lei, fraudes, compra de votos, aliciamento de eleitores e outros casos de corrupção eleitoral podem ser denunciados aos comitês regionais do Movimento.

O Programa de Cidadania Eleitoral Amigos do Guarujá, proposta pela Amigos Associados de Ribeirão Bonito (Amarribo), Instituto Brasil Verdade e Movimento Voto Consciente, conseguiu a adesão de 34 entidades da cidade. O objetivo é tornar o eleitor mais consciente com relação ao voto e, com isso, melhorar a gestão dos recursos públicos e a vida da comunidade.

O programa no Guarujá tem várias etapas e inclui a realização de debates, palestras e oficinas, a distribuição de livros e cartilhas educativos, a veiculação de campanha na mídia sobre a importância do voto consciente, a criação de um site na internet sobre a situação da gestão pública na cidade e a criação de um Núcleo do Voto Consciente. A campanha inclui ainda a proposta para proprietários de imóveis de lazer para transferirem seus títulos eleitorais para o Guarujá, a fim de poderem participar das decisões sobre o uso dos recursos.

A cidades de Marília, Brotas e Cosmópolis, no interior do Estado, iniciaram as atividades das Caravanas "Todos Contra a Corrupção", de 2008.

A Caravana é realizada desde 2005 e já visitou 36 cidades em 7 estados do Brasil. As Caravanas visam conscientizar cidadãos e autoridades sobre a importância da transparência na administração pública para prevenir a corrupção e fortalecer as ONGs locais de controle social. Nas atividades há a participação de voluntários de vários órgãos associados ao IFC, integrantes da Amarribo, auditores voluntários do CGU e do SUS.

Coisas que fazem a vida valer a pena


Cheguei do cinema ontem e vi que o Tele Cine apresentaria de madrugada "Manhattan", de Woody Allen, um de meus filmes favoritos de todos os tempos, que não revia há anos. Ele foi lançado em 1979, logo depois daquele que é considerado pela maioria seu melhor filme, "Annie Hall" (com seu estúpido título em português, "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa", ganhador de quatro Oscar: Filme, Diretor, Roteiro e Atriz para Diane Keaton) e de sua primeira tentativa de emular o cinema europeu, o bergmaniano "Interiores".

Sempre achava que preferia "Manhattan" a "Annie Hall" apenas por motivos pessoais: enquanto o primeiro assisti abestalhado em Campinas (no cine Regente) quando ainda fazia o colegial, o segundo só vi na TV muitos anos depois, já na faculdade e escoladíssimo em Woody Allen (durante anos não perdia um só filme dele). Afinal, foi "Annie Hall" que revolucionou a comédia americana, com seus diálogos mordazes e mostrando à América e ao mundo o ambiente boêmio e intelectual de Nova York, além de alguns de seus costumes, como na antológica cena em que Allen vai "cheirar" pela primeira vez e acaba espirrando em cima da "parada"). A revisão desta madrugada me mostrou que eu tinha motivos concretos para a preferência.

Começando por aquilo que caracteriza o cinema, que são as imagens. A abertura ao som de "Rhapsody in Blue" com cenas de uma Manhatan em preto e branco que só existe na memória afetiva do diretor é deslumbrante ainda hoje. Os enquadramentos em que os personagens viram detalhes nos ambientes, valorizando o espaço da cidade e dos cenários, faz com que vejamos os dramas daquelas pessoas como alguns dentre os milhões na cidade mais importante do mundo a partir de 1945.

Percebi ainda quantos elementos do filme foram literalmente copiados pela dupla Rob Reiner-Nora Ephron em "Harry e Sally - Feitos uma para o outro", que inaugurou a comédia romântica americana contemporânea. Os diálogos afiados, a discussão sobre relações amorosas, a exploração do cenário de Nova York e a trilha musical com standards da grande música americana - em "Manhattan", apenas composições de George Gerrshwin com o Orquestra Filarmônica de Nova York regida por Zubin Mehta - são alguns elementos em comum aos dois filmes e às comédias subsequentes de Nora Ephron (e que tornariam Meg Ryan o arquétipo do gênero), "Sintonia de Amor" e "Mensagem Para Você".

Existe um lirismo mágico em "Manhattan", como a supracitada abertura, o passeio pelo Central Park com Allen e Mariel Hemingway, a sequência no planetário com Allen e Diane Keaton (copiada em "Harry e Sally") e - principalmente - o final, a partir do momento em que Allen volta a seu livro e começa a arrolar os motivos pelos quais a vida vale a pena, a compreensão de que, de fato amava Mariel, a corrida pela cidade e o encontro no hall do prédio dela. Close no rosto do diretor-ator após a ninfeta deixá-lo desarmado e eclodem os acordes finais da "Rhapsody in Blue".

E o que fazia a vida valer a pena, segundo Woody Allen, em 1977? "Groucho Marx, para citar um nome... e Willie Mays (jogador de beisebol)... e hum... o Segundo Movimento da Sinfonia Jupiter... a versão de Louis Armstrong para "Potato Head Blues"... filmes suecos, naturalmente... "A Educação Sentimental de Flaubert.... uh... Marlon Brando, Frank Sinatra... hum... aquelas incríveis maçãs e peras de Cézanne.... uh, os caranquejos do Sam Wo's.... uh... o rosto de Tracy (Mariel Hemmingway)"

Ídolos da infância, a grande música, cinema, literatura, heróis pessoais, a epifania com a grande pintura, memórias gastronômicas e o amor. Coisas simples que valem a pena.

terça-feira, 18 de março de 2008

Um filme extraordinário


Acabo de sair da sessão de "Sangue Negro", o excepcional filme de Paul Thomas Anderson que deu a Daniel Day-Lewis o seu segundo Oscar. Levou ainda o prêmio de Fotografia, para o ótimo trabalho de Robert Elswit ("Syriana", "Boa Noite e Boa Sorte"), mas ficou faltando o de trilha sonora para Johnny Greenswood, do Greenday (na eerdade, não pôde concorrer porque parte dela não era inédita, mas devia). Juntos a atuação de Day-Lewis, a fotografia de Elswit e a música de Greenswood já seriam do caraca, mas sob a batuta de Anderson, ganham um dimensão fabulosa.

Realmente, as indicações ao Oscar deste ano surpreenderam. "Desejo e Reparação" era muito mais a cara da Academia, mas na reta final quem ficou cabeça a cabeça foram "Onde os Fracos não tem vez" - que levou - e "Sangue Negro". Qual o melhor? Difícil dizer, mas os dois têm uma visão da América que não é muito do gosto habitual dos velhinhos que votam no Oscar.

É uma saga sobre ódio, solidão, ganância e poder; uma fábula sobre o capitalismo. Daniel Planview é um garimpeiro de prata na magnífica abertura sem diálogos, num trabalho duro, solitário e perigoso, que logo em seguida passa para a prospecção de petróleo. Um acidente num poço lhe deixa custódia de um bebe, a quem adota e passa a usar para fechar negócios, lhe dando um ar de respeitabilidade.

Já estará estabelecido no negócio quando uma garoto vem e lhe dá a dica de um grande campo petrolífero onde sua família mora, mediante o pagamento de 500 dólares. Planview vai até lá com o filho e descobre que o garoto não mentiu. Descobre também que ele tem um irmão gêmeo metido a pastor e que vai lhe dar muita dor de cabeça enquanto tenta arrancar a terra e o óleo daquela gente.

A construção do personagem por Day-Lewis é magistral. Ele aos poucos vai moldando o personagem, que vai se transformando num monstro moral, implacável com quem o magoa ou o humilha. O jovem Paul Dano no papel duplo de Paul e Eli, é um bom partner em muitas cenas, ainda mais para quem o viu como amigo nerd do protagonista em "Show de Vizinha". Mas é basicamente Day-Lewis quem carrega o filme.

Pena que ele só vá ficar até quinta em cartaz na cidade.

Virada Cultural

Yes, nós temos Virada Cultural! Aquela maratona criada pelo Serra quando era prefeito da Capital, virou estadual e agora se espalha por outras cidades de São Paulo, incluindo Indaiatuba. Vai ser das 18h do dia 17 de maio às 18h do dia seguinte. Ainda não sabemos quais serão as atrações, mas a abertura vai ficar por conta da Banda Sinfônica "Tom Jobim".

Arezzo


Ontem à noite aconteceu o round final (será?) da "guerra dos scarpins": a inauguração da loja Arezzo na Avenida Kennedy, que deixou as luluzinhas alvoroçadas. Para os homens, que absolutamente não se interessam por esse tipo de coisas, foi reservado um espaço onde pudessem sentar, beber e conversar sobre algo que não fossem sapatos.

O evento teve a grife de Kleber Patricio e serviço de bufe de Cláudia Portero.

Na foto, as irmãs Jane e Vania, da Nova Loja, Eva Maria, da Eva Marie Bijoux, e a proprietária da Arezzo de Indaiatuba, Enice da Rocha Pereira Elias, a Nicinha.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Eu só quero chocolate


Depois do "Imperador" ter antecipado a goleada e se cagado antes do clássico, agora tem essa:

Pague suas dívidas com o cartão corporativo!

Acesse o sensacional Gerador de cartão corporativo tabajara: http://www.cartaocorporativo.com/



A importância da blogosfera

Programa espanhol sobre a importância dos blogs muito bom, com duração de uns 20 minutos. Confira:

Festa de Babette


Cláudia Castilho, da Mundo Mídia, comemorou seu aniversário sábado reunindo amigos em petit comité, na casa da amiga Zucca Leonardi. Além de deliciosas entradas - como presunto tipo jamón e queijo parmesão - o menu teve como pratos principais risoto de aspargos, leitoa defumada e um abadejo com um molho celestial. Assim é que não me livro dos quilos adquiridos no cruzeiro...