Tinha lido a matéria http://portalexame.abril.uol.com.br/revista/pme/edicoes/0008/m0128325.html
sobre o trabalho de Adhemar de Oliveira no Espaço Arteplex e resolvi fazer algumas reminiscências dos tempos da minha miltância. Fui dar uma pesquisada na Internet sobre alguns dados que a memória não lembrava - já vão lá uns 20 anos - quando me deparei com o site do meu velho amigo Felipe Macedo, guru do cineclubismo engajado, discípulo direto de Paulo Emílio Salles Gomes (quem quiser saber mais sobre cineclubismo, vá até http://cineclube.utopia.com.br/). De repente , o passado me atingiu feito uma madeleine de Proust. A ilustração de Hélio Coelho, brilhante desenhista capixaba, um cara bom demais para viver neste mundo insensato. No livro de visitas, velhos amigos como André Gatti - segundo consta, hoje curador de audiovisual do Centro Cultural São Paulo e professor de cinema - ; Marcos Valério, amigo que nos hospedou em Vila Velha no longínquo Carnaval de 1988; Carlos Seabra, um gentleman lusitano; João Carlos Bacellar, veterano do Cincelube Barão, que ajudou a projetar a primeira sala do Topázio...
Vejo que Felipe não mudou suas convicções do cinema enquanto instrumento transformador da sociedade, ainda que antigos aliados e inimigos, como Adhemar de Oliveira e André Sturm tenham triunfado no final das contas, com seu capitalismo focado no nicho do chamado "Cinema de Arte". O próprio Felipe fez sua tentativa com o Elétrico Cineclube, que funcionou na Rua Augusta em 1990, mas o centralismo democrático da administração e a inépcia do próprio enquanto administrador acabou com o sonho.
Da turma, acho que só o Kaxassa, do Cineclube Cauim, de Ribeirão, ainda está na ativa, firme e forte. De certa forma, ainda que esporádico, o Cineclube Indaiatuba que programo com o Penna no Multiplex Topázio mantém, ainda que longínquamente, esse ideal trasnformador da Sétima Arte, não mais no sentido marxista-gramsciano, mas aquela mudança de quando somos tocados por uma obra de Arte.
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