quinta-feira, 27 de março de 2008

Uma odisséia na telona







Muito se falou sobre a recente morte de Arthur C. Clarke, o autor do romance que deu origem ao melhor filme de ficção-científica e todos os tempos, "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Li o livro depois de ver a obra-prima de Stanley Kubrick e só tive reforçada a impressão de que o que tinha visto no cinema - no Teatro Castro Mendes, em Campinas, a única e inesquecível vez que o assisti em tela grande - era de autoria completa do cineasta.

Kubrick pega basicamente idéias gerais de Clarke, mas ao não se preocupar com explicações para o espetáculo visual que nos proporciona dá espaço para as maiores reflexões metafísicas a respeito do Homem, Deus e o Universo. Para mim, pessoalmente, abriu os horizontes para as possibilidades do cinema enquanto arte.Saí do cinema tão alucinado que peguei o ônibus errado para ir embora (e olhe que estávamos em dois, eu e uma garota linda que também saiu do cinema como um zumbi).

Agora, acaba de sair uma nova versão de "2001" em DVD duplo, com extras na mesma duração do filme original, entre os quais uma entrevista em que Clarke desmente um dos mitos de seu romance, a de que o nome do computador HAL seria uma variação de IBM (pegando uma letra antes do abecedário da sigla da multinacional). Na verdade, HAL significa Heurístico ALgoritmo, mas o próprio escritor sabia que isso não abalaria a versão consagrada.

O ano 2001 veio e passou - e deixou como principal marco o 11 de setembro - mas o futuro anunciado por Kubrick ainda não. Lá, a Pan Am ainda existe, assim como a Guerra Fria. Mas o espaço ainda permanece como uma fronteira pouco explorada por olhos humanos. Nada de estações orbitais gigantescas ou postos avançados na Lua. E, pior, as novas gerações não tiveram a opotunidade de ver esse grande filme na telona, como ele merece ser visto.

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