quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Lula se encontra com Fidel Castro em Cuba

Da até para imaginar a capa de Veja esta semana...

Comercial de cerveja com Paris Hilton tem 3 processos no Conar


O Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária (Conar) informou nesta quarta-feira que abriu três processos éticos para analisar a campanha de lançamento da cerveja Devassa Bem Loura, da Schincariol, que teve a socialite Paris Hilton como garota propaganda. Os processos foram instaurados por supostas violações às restrições impostas pelo Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.

Segundo informações do Conar, um dos processos, aberto após denúncia de um consumidor, analisa a campanha e investiga a "utilização de apelos à sexualidade e desrespeito moral às mulheres". O segundo processo, que foi aberto diretamente pelo Conar no decorrer da semana, trata de uma promoção que teria ficado disponível no site da cerveja e que poderia estimular o uso excessivo de bebida alcoólica. Já a terceira ação foi aberta no início da tarde desta quarta-feira após denúncia da Secretaria Nacional dos Direitos da Mulher e trata de conteúdo disponível na página oficial do produto.

A Schincariol investiu em diversas mídias para promover nova cerveja da linha Devassa. Foi montado um camarote no sambódromo do Rio de Janeiro, para a circulação de artistas durante as apresentações das escolas. Os comerciais do produto foram destacados durante os intervalos da transmissão do Carnaval pela televisão e até mesmo Paris Hilton, a garota propaganda da nova marca, veio ao País. A cervejaria informa que não foi notificada oficialmente sobre os processos e, portanto, prefere não se posicionar.

***

Muito boa essa de desrespeito moral a uma moça milionária que lançou a moda de vazar vídeos caseiros de sexo para ficar famosa. E, na foto acima, numa noite de chuva, nem guindaste põe de pé de novo.

Museu do Futebol apresenta série “Brasil nas Copas”


O Museu do Futebol – instituição do Governo do Estado de S. Paulo, localizado no Estádio do Pacaembu - inicia no dia 27 de fevereiro a série Brasil nas Copas, um ciclo de atividades que discute a participação do Brasil em cada uma das 17 Copas do Mundo disputadas pela seleção canarinho. A série conta com a presença de jornalistas e pesquisadores que irão debater o tema em oito sessões. Os encontros também contam com a exibição de filmes ligados ao assunto.

Para inaugurar a série Brasil nas Copas, o jornalista e pesquisador Max Gehringer comanda um debate sobre o tema “Copas do Pré-Guerra”, abordando o desempenho brasileiro nos três primeiros mundiais da história do futebol: 1930, 1934 e 1938. Todos os encontros são abertos ao público e terão distribuição de senhas 30 minutos antes do início.

Sobre o Museu do Futebol – O Museu do Futebol é uma organização social vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado. Sua realização se deu com recursos do próprio Governo do Estado e da Prefeitura de São Paulo – por meio da Secretaria de Esportes e da São Paulo Turismo – a partir de projeto concebido pela Fundação Roberto Marinho em parceria com Telefonica, Ambev, Visanet, Santander e Rede Globo, sob os auspícios da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

Programação completa – Brasil nas Copas:

27/02

Tema: Copas do Pré-Guerra (Copas de 1930, 1934 e 1938)

Horário: 10 às 12 horas

Convidados: Max Gehringer

06/03

Tema: Complexo de Vira-Lata (Copas de 1950 e 1954)

Horário: 10 às 12 horas

Convidados: Roberto Muylaert e Geneton Moraes Neto

20/03

Tema: O Bicampeonato (Copas de 1958 e 1962)

Horário: 10 às 12 horas

Convidados: Francisco Michielin e José Carlos Asberg

27/03

Tema: A Volta Por Cima (Copas de 1966 e 1970)

Horário: 10 às 12 horas

Convidados: Antônio Carlos Napoleão (a confirmar) e Ivan Soter

10/04

Tema: Nos Tempos da Ditadura (Copas de 1974 e 1978)

Horário: 10 às 12 horas

Convidados: Valmir Storti e Rafael Casé

24/04

Tema: A Era Telê (Copas de 1982 e 1986)

Horário: 10 às 12 horas

Convidados: André Fontenelle e Marcelo Unti

08/05

Tema: A Era Dunga (Copas de 1990, 1994 e 1998)

Horário: 10 às 12 horas

Convidados: Maurício Noriega (a confirmar) e Gustavo Carvalho

29/05

Tema: Século XXI (Copas de 2002, 2006 e 2010)

Horário: 10 às 12 horas

Convidados: Vladir Lemos e Milton Leite (a confirmar)

Serviço:

Série “Brasil nas Copas” no Museu do Futebol

Data: 27/02 – sábado

Horário: das 10 às 12 horas

Local: Auditório Armando Nogueira (Museu do Futebol – Praça Charles Miller, s/nº)

Entrada gratuita (senhas serão distribuídas 30 minutos antes)

Site: www.museudofutebol.org.br

Telefone: (11) 3664-3848

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Começa a temporada 2010 da Sexta em Cena

Sempre com o objetivo de incentivar e criar um público consumidor de arte, a Estúdio em Cena retoma em 2010 a sua já conhecida Sexta em Cena, evento que acontece toda última sexta-feira de cada mês, e traz sempre apresentações gratuitas.Para essa reestréia do projeto, que acontece nesta sexta, dia 26, a academia apresentará dois solos de dança contemporânea, de duas artistas de expressão da cidade de Indaiatuba: Laisa Forquim e Nayla Dias, ambas com coreografias premiadas. Lembrando que o espetáculo começa às 20h30 e é gratuito. Mais informações pelo 3894-3860.

Premio Darwin pra ele

Homem tenta invadir bar e fica entalado em churrasqueira na zona norte de SP (Folha on Line)

Um jovem de 19 anos tentou invadir um bar na zona norte de São Paulo, mas acabou entalado na churrasqueira do estabelecimento, localizado na rua Campo Comprido, na Vila Romero, na madrugada desta terça-feira.

O suposto ladrão gritou para pedir socorro e acordou os proprietários do bar, que chamaram a polícia após ver apenas os pés do invasor.

Os bombeiros foram acionados e precisaram quebrar a churrasqueira para resgatar o rapaz. Após quase uma hora quebrando tijolos, as equipes conseguiram retirar o jovem, que foi encaminhado ao Hospital do Mandaqui.

Ele foi liberado depois de receber medicação e foi levado para o 13º DP, na Casa Verde. Nenhuma arma foi localizada.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Mestre a R$1


O CINEMA DE ALFRED HITCHCOCK – PARTE 1
Galeria Olido - Cine Olido. Centro. De 17 a 28. +12 Anos. R$ 1.

Hitchcock, homem excêntrico, criativo e com grande senso de humor, inspirou uma geração de cineastas e revolucionou o gênero do suspense. A mostra reúne títulos raros, do início da carreira do diretor, passando pelos clássicos. A partir do dia 20, a mostra chega também à Biblioteca Temática em Cinema Roberto Santos.
Todas as projeções têm suporte em DVD.

CHANTAGEM E CONFISSÃO
(Blackmail, Inglaterra, 1929, 84 min). Com Anny Ondra, Sara Allgood, Charles Paton e outros.
Jovem tímida aceita a sugestão do noivo detetive de conhecer o ateliê de um pintor. Lá, ela sofre uma tentativa de estupro e acaba matando o artista. A única testemunha do crime decide fazer chantagem.
| Dia 17, 15h. Dia 24, 17h

REBECCA – A MULHER INESQUECÍVEL
(Rebecca, Estados Unidos, 1940, 130 min). Com Laurence Olivier, Joan Fontaine, George Sanders e outros.
Moça humilde se casa com homem rico. Quando se muda para a mansão dele, passa a viver sob à sombra da ex-mulher, amada por todos, que morreu tragicamente. O filme ganhou o Oscar de melhor filme e fotografia.
| Dia 17, 17h. Dia 23, 19h30

O RINGUE
(The Ring, Inglaterra, 1927, 123 min, silencioso). Com Carl Brisson, Lillian Hall-Davis, Ian Hunter e outros.
Lutador de boxe em ascensão enfrenta dificuldades porque a esposa o está traindo com um campeão.
| Dia 17, 19h30. Dia 23, 17h

ASSASSINATO!
(Murder!, Inglaterra, 1930, 92 min). Com Herbert Marshall, Norah Baring, Edward Chapman e outros.
Atriz é vista pela polícia ao lado do corpo de uma amiga. Todas as evidências de culpa apontam para ela, que é julgada como assassina. Um membro do júri suspeita do namorado da ré e passa a investigar o caso.
| Dia 18, 15h. Dia 24, 19h30

TOPÁZIO
(Topaz, Estados Unidos, 1969, 126 min). Com Frederick Stafford, Dany Robin, John Vernon e outros.
Agente americano da CIA contrata um agente francês para ir a Cuba investigar os boatos de que os soviéticos estariam fabricando mísseis. A situação se complica com uma visita de Fidel Castro a Nova Iorque.
| Dia 18, 17h. Dia 25, 19h30

SR. E SRA. SMITH – UM CASAL DO BARULHO
(Mr. & Mrs. Smith, Estados Unidos, 1941, 95 min). Com Carole Lombard, Robert Montgomery, Gene Raymond e outros.
Casal descobre que não está oficialmente casado. O homem decide ter um caso com a própria mulher, mas ela não se diverte com a situação.
| Dia 18, 19h30. Dia 27, 15h

O MISTÉRIO DO NÚMERO 17
(Number Seventeen, Inglaterra, 1932, 63 min). Com Leon M. Lion, Anne Grey, John Stuart e outros.
Gangue de ladrões entra em uma casa pouco depois de ocorrer um roubo e um misterioso assassinato no local. Um detetive, porém, está atrás deles.
| Dia 19, 15h. Dia 25, 17h

SUSPEITA
(Suspicion, Estados Unidos, 1941, 99 min). Com Cary Grant, Joan Fontaine, Cedric Hardwicke e outros.
Socialite suspeita que o marido é um assassino.
| Dia 19, 17h. Dia 24, 15h

RICOS E ESTRANHOS
(Rich and Strange, Inglaterra, 1931, 92 min). Com Henry Kendall, Joan Barry, Percy Marmont e outros.
Casal recebe uma herança e decide realizar um sonho: viajar em um cruzeiro para pessoas ricas.
| Dia 19, 19h30. Dia 25, 15h

LIFEBOAT – UM BARCO E NOVE DESTINOS
(Lifeboat, Estados Unidos, 1944, 97 min). Com Tallulah Bankhead, Walter Slezak, William Bendix e outros.
No Atlântico, durante a Segunda Guerra Mundial, sobreviventes ingleses e americanos de um naufrágio ocupam um bote. No percurso, salvam um alemão que descobrem ser nazista.
| Dia 20, 15h. Dia 26, 17h

FRENESI
(Frenzy, Estados Unidos, 1972, 116 min). Com Jon Finch, Barry Foster, Barbara Leigh-Hunt e outros.
Mulheres são atacadas por um serial killer, em Londres, enquanto o principal suspeito tenta provar a inocência.
| Dia 20, 17h. Dia 26, 15h

TRAMA MACABRA
(Family Plot, Estados Unidos, 1976, 121 min). Com Barbara Harris, Bruce Dern, Karen Black e outros.
Um taxista e uma falsa médium tentam extorquir uma rica velhinha, afirmando poder se comunicar com o sobrinho morto. Enquanto isso, um joalheiro ladrão e a namorada seqüestram um magnata grego para obter o resgate. As tramas acabam se cruzando. Último trabalho de Hitchcock.
| Dia 20, 19h30. Dia 27, 17h

DISQUE M PARA MATAR
(Dial M for Murder, Estados Unidos, 1954, 105 min). Com Ray Milland, Grace Kelly, Robert Cummings e outros.
Homem decide matar a mulher e faz chantagem a um ex-colega de faculdade, obrigando-o a assassiná-la como se fosse um assalto. Um fato inesperado dá uma reviravolta no plano.
| Dia 21, 15h. Dia 26, 19h30

FESTIM DIABÓLICO
(Rope, Estados Unidos, 1948, 80 min). Com James Stewart, John Dall, Farley Granger e outros.
Na cidade de Nova Iorque, dois rapazes inteligentes matam um amigo. Para provar que são capazes de realizar o crime perfeito, decidem esconder o corpo em um baú o qual servirá, mais tarde, como mesa em uma festa.
| Dia 21, 17h. Dia 27, 19h30

JANELA INDISCRETA
(Rear Window, Estados Unidos, 1954, 112 min). Com James Stewart, Grace Kelly, Thelma Ritter e outros.
Enquanto está com a perna engessada, fotógrafo passa o tempo observando, através da janela de seu apartamento, a vida dos vizinhos. Certo dia, julga testemunhar um assassinato e pede à noiva e a um amigo policial que investiguem o fato.
| Dia 21, 19h30. Dia 28, 15h

THE SKIN GAME
(Inglaterra, 1931, 77 min). Com C.V. France, Helen Haye, Jill Esmond e outros.
Os resultados desastrosos da batalha entre duas famílias rivais.
| Dia 23, 15h. Dia 28, 17h


O CINEMA DE ALFRED HITCHCOCK – PARTE 1
Biblioteca Pública Roberto Santos. Zona Sul. De 20 a 28. +12 Anos. Grátis.

Todas as projeções têm suporte em DVD.
| Retirar ingresso meia hora antes.

UM CORPO QUE CAI
(Vertigo, Estados Unidos, 1958, 128 min). Com James Stewart, Kim Novak, Barbara Bel Geddes e outros.
Aposentado por sofrer de vertigem em locais altos, advogado é contratado por um ex-colega de faculdade para vigiar a esposa, uma suicida em potencial.
| Dia 20, 16h

PSICOSE
(Psycho, Estados Unidos, 1960, 109 min). Com Janet Leigh, Anthony Perkins, John Gavin e outros.
Mulher rouba o patrão e foge para encontrar o namorado na Califórnia. No caminho, hospeda-se em um hotel de estrada onde é misteriosamente assassinada. A irmã e o namorado da moça tentam descobrir seu paradeiro.
| Dia 20, 19h

INTERLÚDIO
(Notorious, Estados Unidos, 1946, 101 min). Com Cary Grant, Ingrid Bergman, Claude Rains e outros.
A filha de um espião alemão, preso pelo governo americano, é obrigada a ajudar a prender inimigos importantes dos Estados Unidos, no Rio de Janeiro, para evitar a morte do pai. Uma paixão inesperada interfere nessa missão.
| Dia 21, 16h

PACTO SINISTRO
(Strangers on a Train, Estados Unidos, 1951, 101 min). Com Farley Granger, Leo G. Carroll, Ruth Roman e outros.
Um homem psicótico e mimado quer matar o pai. Um tenista famoso deseja se casar com a filha de um senador, para depois pedir o divórcio. Ambos se conhecem em uma viagem de trem e decidem ajudar um ao outro a eliminar suas vítimas.
| Dia 21, 18h

OS 39 DEGRAUS
(The 39 Steps, Inglaterra, 1935, 86 min). Com Farley Robert Donat, Madeleine Carroll e outros.
Ao passar férias em Londres, homem se envolve em uma trama complexa após conhecer uma mulher que lhe confidencia algo sobre um caso de espionagem. Ela acaba sendo assassinada e ele decide investigar o caso.
| Dia 27, 16h

QUANDO FALA O CORAÇÃO
(Spellbound, Estados Unidos, 1945, 111 min). Com Ingrid Bergman, Gregory Peck, Leo G. Carroll e outros.
Médico famoso é contratado como diretor de uma clínica para doentes mentais, porém, a psiquiatra do local percebe algo estranho em seu comportamento.
| Dia 28, 16h

A DAMA OCULTA
(The Lady Vanishes, Inglaterra, 1938, 97 min). Com Michael Redgrave, Margaret Lockwood, Paul Lukas e outros.
Durante uma viagem de trem, na Inglaterra dos anos 30, uma jovem faz amizade com uma simpática senhora, que, logo depois, desaparece misteriosamente. Perguntando sobre ela aos demais passageiros, a moça descobre que ninguém a viu.
| Dia 28, 18h

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

300

Gerard Buttler, Rodrigo Santoro... Madonna e caixas de Brahma? THIS IS SPARTAAAAA!!!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Futebol ontem e hoje

Com a proximidade da Copa do Mundo, comparações entre as competições passadas e antigas começam a fazer parte das pautas jornalísticas, blogs e bate-papos de boteco. Enquanto saudosistas como Fernando Calazans e Armando Nogueira suspiram pelos passes de Didi e os dribles de Garrincha, gente que começou a acompanhar futebol a partir de Maradona – ou pior, Romário – acham que os velhos craques não jogariam tudo aquilo diante da marcação dos volantes e zagueiros velozes e aguerridos de hoje. Talvez....


Sempre digo que uma das poucas vantagens de ser velho é ter visto o melhor time de futebol de todos os tempos (segundo a revista inglesa World Soccer) jogar na melhor Copa de todas. È a seleção de Pelé, Rivelino, Gerson, Tostão e Jairzinho no México em 1970. Podemos dizer que é quando começou o futebol moderno. Foi a primeira competição a permitir substituições, a advertir com cartão amarelo e a usar uma bola moderna, em lugar das antigas “de capotão”. Além disso, vários países levaram ao torneio seus melhores times em anos, casos da Itália – que tinha o grande Gigi Riva -, do Uruguai – com a base do Peñarol, que dominou o futebol sul-americano e mundial depois do Santos abdicar da Libertadores - , da Alemanha – com o jovem Beckenbauer, o mortífero Gerd Muller e o lendário Uwe Seeler em sua última Copa – e da própria campeã do mundo Inglaterra, que muitos achavam ter um elenco superior ao de 66.

Também foi a primeira Copa em cores – ainda que tenha sido transmitida em preto-e-branco para o Brasil – e com replay, por isso suas imagens revistas pareçam mais contemporâneas que das copas anteriores. Já se marcava forte, sendo que a maioria dos times já jogava no 4-3-3 ao invés do 4-2-4 predominante até os anos 60. E como aquele Brasil inesquecível se distribuía em campo? No gol, tínhamos um goleiro mais ou menos, Felix, que falhou quando dava (contra o Uruguai e, ironicamente, Peru) e segurou quando foi indispensável (contra a Inglaterra, quando fechou o gol mais que o próprio Banks). Na lateral direita, Carlos Alberto, quase um ala, já que descia para apoiar. Na zaga central, o rústico, mas atlético Brito e o volante Piazza atuando na quarta-zaga. O lateral esquerdo era o discreto Everaldo, que não passava do meio de campo. A partir daí, começava o dream team: Clodoaldo, um volante abusado, que marcava mas também driblava e fazia gol, como o de empate contra o Uruguai na semifinal; Gerson, o meia-esquerda e cérebro do time, com seus passes de 40 metros; Jairzinho como falso ponta-direita, costumava vir de trás para finalizar, sendo o único jogador a fazer gol em todas as partidas de uma Copa do Mundo; Pelé, na melhor forma física de sua carreira, cuja maior marca nessa competição foram os gols não marcados, tal a beleza dos lances; Tostão, falso-centro avante que atuou como pivô para quem vinha de trás; e Rivelino, falso ponta-esquerda que era ídolo de Maradona por causa de sua perna esquerda. Paulo César, depois chamado Caju, era o reserva de luxo de Gerson, com atuação de gala contra a Inglaterra. Diz a lenda que, de Clodoaldo para a frente todo mundo era camisa 10 em seus clubes. Não é verdade, já que Tostão era 8 no Cruzeiro, sendo a 10 de Dirceu Lopes.

Os mais velhos argumentam que, comparando posição por posição, a seleção de 58-62 era superior, assim como os mais jovens podem achar, pelo mesmo critério, que a equipe de Tele Santana em 82 era melhor. Mas o que faz um time de futebol é o que ele apresenta em campo coletivamente e não apenas o talento individual de cada jogador. Fosse assim, o bando de 2006 podia levar a taça por antecipação, como todo mundo parecia acreditar. Dizem que Zagallo pegou o time já montado por João Saldanha, o que está muito longe da verdade. O lendário jornalista era um monumento de teimosia e achava que Pelé e Tostão não podiam jogar no mesmo time. O Velho Lobo, escolado pela Copa de 58, quando era jogador, devia ter aprendido algumas coisas. Primeiro, que nem sempre o melhor é o mais adequado. Só se ele fosse completamente idiota para ignorar que na sua posição havia dois jogadores muito melhores naquele tempo: Pepe, do Santos, e Canhoteiro, do São Paulo. Vicente Feola optou por Zagallo para dar sustentação ao meio-de-campo, já que ele costumava recuar para ajudar a marcação. Segundo: o craque sempre tem lugar no time. É famosa a história de que Nilton Santos, Didi e companhia haviam obrigado Feola a escalar Pelé e Garrincha contra a União Soviética, na terceira partida do torneio na Suécia. Os envolvidos negam, mas a lenda ficou. E o que fez Zagallo? Ao invés de impor um esquema a seus jogadores, adaptou-o ao talento deles. Como o meio de campo praticamente só tinha Clodoaldo marcando (e ainda assim...), o time todo recuava quando não tinha a bola. Os chamados atacantes não marcavam propriamente, mas ocupavam espaços, o que compensava a fragilidade do miolo de zaga. Em compensação, quando estava com a bola, era uma beleza. Do quarto-zagueiro ao ponta-esquerda todo mundo sabia o que fazer com a pelota. Com o time chegando ao ataque com Jarizinho, Pelé, Tostão, Rivelino e às vezes, o próprio Gerson, Clodoaldo e até Carlos Alberto como elemento surpresa, a marcação adversária ficava perdida. A Itália, então, com sua clássica marcação individual, e depois da estafante batalha contra a Alemanha na semifinal, foi presa fácil para esse Brasil, que marcou dois dos quatro gols com os chamados “homens vindos de trás”, Gerson e Carlos Alberto.

A Inglaterra, no entanto, no jogo mais difícil do Brasil, fazia uma partida equilibrada, quando Tostão limpou quase toda a defesa adversária e cruzou para Pelé, que ao ver dois zagueiros fechando em cima dele, tocou sem olhar para Jair, que penetrou livre na área e marcou o único tento do jogo. A jogada uniu o talento individual de Tostão, que desmontou o esquema defensivo inglês, com esquema de jogo, pois o lance com Pelé foi típico em toda a competição. Outro momento em que o jogo individual decidiu um impasse foi quando Clodoaldo partiu para o ataque, tabelou na intermediária e marcou o gol de empate contra o fantasma uruguaio.

pele3

Por outro lado, a Copa do México marcou a despedida de várias coisas. Foi a última de Pelé, que preferiu sair no auge e na imbatível condição de único tricampeão até hoje. Foi a última vez que os interesses dos clubes estrangeiros não interferiram com a cabeça dos jogadores (quatro anos depois, Jairizinho e Paulo César, já Caju, foram acusados de economizar suas canelas por conta de contratos milionários com clubes europeus). Também por 24 anos, a gigantesca sombra desse escrete se projetou sobre o futebol brasileiro, até a vitória literalmente suada na Copa de 1994, que só não foi tão ruim quanto a de 1990 porque nós ganhamos.

Mas voltemos sobre a comparação do futebol de ontem e hoje que originalmente motivou este gigantesco post. Sim, o jogo era mais lento antigamente, os zagueiros ficavam parados na frente do atacante esperando para ver para que lado ele ia ao invés de entrar de sola como hoje. O preparo físico hoje é outro e não dá tempo para o meia-esquerda parar e pensar para quem passar. Mas, por outro lado, a bola “de capotão” pesava muito mais, principalmente quando molhada. O resto do equipamento esportivo também era primitivo, principalmente as chuteiras quando comparadas com as de hoje. Não havia substituição, a não ser para o goleiro.

socrates

Além disso, quem garante que com o condicionamento físico de hoje, os craques de ontem não se sairiam bem também? O melhor exemplo é Pelé, que no auge da forma fazia 100 metros rasos com índice olímpico de então. O contra-exemplo seria Gerson, que fumava como uma chaminé e não dava um pique de 30 metros. No entanto, temos o doutor Sócrates, que foi grande mesmo já atuando em tempos mais modernos e passava longe do termo atleta. A incógnita é Garrincha, com seu evidente defeito físico que o classificaria como aleijado (eram tempos politicamente incorretos) para qualquer outro esporte que não o futebol. Matinas Suzuki Jr. acha que ele não sobreviveria no jogo praticado hoje. Difícil saber, mas ele não era apenas um malabarista da bola como nossos Denílson, Robinho e companhia. Sabia ser objetivo a ponto de ser um dos únicos a ganhar uma copa do mundo sozinho (os outros foram Paolo Rossi em 1982, Maradona em 1986 e Romário em 1994). Em tempos de cirurgia de menisco por laparocospia, quem sabe sua carreira poderia ter s estendido, sem as infiltrações da época?

garrincha-21

A verdade é a seguinte: seja como for, com absurdos de abitragem, os exageros de politicagem da FIFA e a condição de fim de temporada em que a maioria dos jogadores chega à competição, o fato é que a Copa do Mundo é a grande festa do futebol mundial, momento em que o planeta bola volta os olhos para o encontro de craques, escolas futebolísticas e momentos inesquecíveis para o amante do esporte.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A coisa mais sensata que já li sobre vinhos


10 dicas de como escolher e comprar o seu vinho

Beto Gerosa

O vinho, assim como a crase, não foi criado para humilhar ninguém. Mas muita gente sofre um pouco na hora de escolher qual garrafa vai levar para casa. “Eu não entendo de vinho” é frase mais comum de se ouvir. Como se fosse preciso algum conhecimento prévio para agradar o próprio paladar. O medo do consumidor diante da prateleira, ou da carta de vinho de um restaurante, lembra o temor do goleiro durante o pênalti.

Compreensível. São mais de 20.000 rótulos espalhados pelos pontos de venda e cartas às vezes extensas ou mal elaboradas. Ou seja, o sujeito tem pavor de levar uma bola entre as pernas.E jogar dinheiro fora. Para evitar este desconforto, um conjunto de dez dicas vai ajudá-lo na hora de escolher e comprar sua garrafa.

5 dicas para se dar bem

1. No restaurante. Confie no sommelier: ele é seu aliado. Em geral ele elaborou a carta e/ou tem conhecimento sobre a melhor combinação com a comida da casa. Seja claro sobre quanto quer gastar (lembre-se que os preços ali são mais altos mesmo) e o tipo de vinho que mais lhe agrada. Não se acanhe de pedir o rótulo mais barato da lista, muitos consumidores, evitando demonstrar falta de afinidade com o tema, acabam optando pelo segundo vinho da lista, que nem sempre entrega mais qualidade, mas obviamente será mais caro.

2. Nas lojas. Prefira as casas especializadas ou importadoras. As chances de o vinho ser melhor tratado ali é maior – eles vivem disso. Os catálogos das importadoras são uma ótima fonte de pesquisa sobre a origem e as características do produto. Alguns são tão bons e completos que valem como leitura. Claro que no texto todos os vinhos são excepcionais; alivie os elogios exagerados e fique na essência da informação Esteja aberto a sugestões dos vendedores das lojas, e crie uma relação de confiança com estes profissionais que entendem do riscado e podem ajudar muito na escolha. No geral eles preferem conquistar um consumidor com sugestões viáveis ao bolso do que empurrar um tinto ou branco encalhado no fundo da loja e perder a confiança de um potencial cliente.

3. Na internet. O comércio eletrônico já é realidade. Faz tempo. Transforme a tecnologia em uma aliada. Toda loja importante tem sua divisão de e-commerce. Praticamente todo rótulo tem uma resenha escrita na web. É uma espécie de catálogo digital, onde se pode pesquisar pelo produto, região, uva, safra e até pontuação da crítica, para quem acha isso um fator importante na hora da compra. Nem sempre é. A relação pontuação/preço daquele senhor com sobrenome de caneta (Robert Parker) em geral favorece mais o preço do que o consumidor. Mas não deixa de ser outro fator de decisão. Há ainda muitas opções de ferramentas para acessar pelo celular. Falta de informação, portanto, hoje em dia não é desculpa. É preguiça.

4. Ajuda dos amigos. A propaganda boca a boca é uma forma desinteressada de trocar experiências. Os amigos podem dar boas dicas, seja na mesa do restaurante, no escritório e principalmente nas redes sociais – para onde a conversa fiada foi transferida. A discussão rola solta nos fóruns, twitters e facebooks da vida. Curtiu um vinho? Fotografe o maldito rótulo – se não você vai esquecer – arquive a imagem e compartilhe com os colegas. Fica mais fácil repetir um pedido, provar uma recomendação, além de ser divertido.

5. Aposte na certeza. Se você está no começo desta jornada, não se arrisque: na dúvida, escolha um vinho pelas uvas mais conhecidas de cada país ou região. Malbec na Argentina, cabernet sauvignon no Chile, sangiovese na Itália, um corte bordalês (cabernet franc, cabernet sauvignon e merlot) na França, tempranillo na Espanha, touriga nacional em Portugal, riesling na Alemanha, sauvigon blanc na Nova Zelândia e espumantes no Brasil (se quiser um tinto, arrisque um merlot). Com tempo você deve se aventurar, apostar na variedade e mudar seu padrão de escolha, arriscando um torrontés argentino, um shiraz chileno, um pinot noir francês, um antão vaz lusitano, um mencia espanhol, um nebiolo italiano, os vinhos de corte (mistura de várias uvas) e por aí vai. As escolhas são infinitas (Clique aqui e conheça as uvas tintas e brancas).

5 cuidados na hora da compra

Alguns cuidados evitam levar gato por lebre. Xixi de gato, afinal, só é do jogo no aroma de algum sauvignon blanc mais bacana da França (alguém aí torceu o nariz? Saiba mais sobre os aromas do vinho clicando aqui). Siga então estas regras para se dar bem:

1. Observe se a garrafa está bem cheia. Um espaço livre muito grande entre a rolha e o líquido é sinal de vazamento.

2. Se puder, escolha as garrafas que estejam deitadas, nelas o líquido está em contato com a rolha.

3. Verifique o estado de conservação da cápsula e da rolha. A cortiça não pode estar saltada.

4. Cheque a cor do vinho, principalmente os brancos – uma cor amarelo-escura pode indicar oxidação; se estiver na cor âmbar, evite. Um tinto de safra recente de cor alaranjada – uma característica dos tintos mais evoluídos – também é sinal de problema.

5. Fique atento às safras. Tintos mais básicos, assim como os rosés e grande parte dos brancos devem ser servidos jovens, em no máximo três a quatro anos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Resistencia cultural


Escrevi hoje na Tribuna que São Luis do Paraitinga não faria seu carnaval das marchinhas por causa do desastre das enchentes que destruiram grande parte da cidade. Mas, mesmo assim, o Concurso de Marchinhas acontecerá, e em São Paulo.