terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Woody Allen e o destino

Há cinco anos, Woody Allen inaugurou uma nova fase em sua cinematografia com "Match Point", seu primeiro trabalho fora dos Estados Unidos, longe de sua Manhattan e o início de sua colaboração com sua nova musa, Scarlett Johansson.Basicamente era um retorno ao tema dostoievskiano de "Crimes e Pecados", acrescido de uma paixão sexual inexistente no filme de 1989. Também entra em cena uma elemento que vai marca essa nova fase: o destino. O resultado de um jogo de tenis pode depender se a bola cai de um lado ou outro da rede, ou se a prova de um crime desaparece ou não.
O tema retorna em "Você vai conhecer o homem de seus sonhos", seu mais recente trabalho, em cartaz no Multiplex Topázio (mas, provavelmente, só até quinta), que infelizmente não foi tão bem recebido quanto o anterior, "Tudo pode dar certo". O clima parece mais com "Match Point", embora não envolva necessariamente um homicídio, e as esperanças e frustrações são criadas a partir de idealizações dos personagens em relação à vida e ao amor, como em "O Sonho de Cassandra", outro trabalho sombrio dessa fase recente. Alguns manipulam, outros são manipulados mas todos se iludem. Na subtrama do escritor frustrado, revemos citação de "Um Lugar ao Sol" que vem se repetindo em Allen. Em "Match Point", Jonhathan Rhys-Meyers reproduz o arrivista de Montgomery Clift do filme de George Stevens, que se livra da amante para manter o casamento de interesse, com a diferença que se dá bem. Em "Scoop", Hugh Jackman tenta matar Scarlett Johansson do mesmo jeito que Clift se livra de Shelley Winters, mas comete um engano de informação. Aqui, Josh Brolin, demonstrando grande versatilidade, também comete um crime para ficar com o best-seller e a garota bonita, mas um erro de informação o mantém em suspense. No placar dos trapaceiros de Allen, uma vitória, uma derrota e um empate. O acaso decide.
"Você vai conhecer os homem dos seus sonhos" mostra uma curiosa maturidade do diretor na terceira idade, em que ele não hesista em ridicularizar velhos sátiros (o próprio Allen é casado com a ex-enteada, como todo mudo sabe) na figura de um Anthony Hopkins patético (não na atuação) em sua busca pela juventude. Naomi Watts tem os melhores momentos de interpretação do filme, nas cenas da tensão sexual no carro (brilhantemente conduzida pelo diretor), da revelação da amiga e no confronto final com a mãe. A personagem da mãe é conduzido com a habitual competencia britânica pela veterana Gemma Jones, que flana pela história alheia aos dramas dos demais personagens, iludida pela vidente vivida por Pauline Collins (a Shirley Valentine do filme de 1989). Como a devota idosa do conto de Voltaire, "A Velha e o Brâmane", ela acaba feliz sendo estúpida.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A morte de Blake Edwards

Outro dia mesmo comentei A Corrida do Século, uma das minhas comédias subestimadas favoritas, dirigida por Blake Edwards, que morreu ontem aos 88 anos de idade.Certamante meu amigo Ige D'Aquino está revendo a série A Pantera Cor de Rosa em sua homenagem.

Em que pese sua longevidade, Edwards não filmava desde 1993, merce do mercado americano que impede que um diretor com certa idade exerça sua profissão por causa do seguro. E pior, seu canto de cisne foi a frustrada tentativa de ressuscitar o grande personagem que criou junto com Peter Sellers, o inspetor Closeau, na figura de um suposto filho, interpretado pelo futuramente famoso Roberto Benigni (é difícil perdoar o cineasta por isso).
Seu primeiro sucesso foi a divertida comédia passada na guerra, Anáguas a bordo, de 1959, com Cary Grant e Tony Curtis, que deu origem a uma série de TV. É o início de uma grande fase, que prossegue com Bonequinha de Luxo (1961), que como disse Inácio de Araújo, é o filme mais leve a tratar de prostituição; Vício Maldito (1962), com Jack Lemmon e Lee Remick vivendo um casal de alcoólatras; e, finalmente, em 1963, A Pantera Cor de Rosa. Em A Vida e Morte de Peter Sellers (2004) há uma visão da criação de Closeau que lembra muito como Robert Downey Jr. chega a Carlitos em Chaplin. De fato, o personagem era secundário na trama e era para ser apenas um policial pomposo e idiota. O formato final do inspetor seria dado apenas em Um Tiro no Escuro, lançado no ano seguinte.A Corrida do Século, de 1965, não fez o sucesso que se esperava, apesar de ser genial.
Segue-se um fase de maus resultados nas bilheterias, apesar de Um Convidado bem Trapalhão, de 1968, hoje um cult movie, que não fez muito sucesso na época. É quando ele convence Peter Sellers a voltar a usar a capa e o chapeuzinho de Closeau em A Volta da Pantera Cor de Rosa, onze anos depois de Um Tiro no Escuro. Seguem-se A Nova Transa da Pantera Cor de Rosa (de 1976, para mim, a mais divertida) e A Vingança da Pantera Cor de Rosa (1978), que foi a despedida de Sellers do papel que o marcou, já que ele morreu em 1980. Edwards fez mais tres filmes importantes, Mulher Nota 10 (1979), que transformou Bo Derek num dos sex symbols da época, S.O.B. (1981), abreviação de Son of a Bitch, um acerto de contas com a indústria, e Victor ou Victória (1982) comédia musical que resgatou a sua carreira e a de sua mulher Julie Andrews, e que até hoje é sucesso quando remontada nos palcos.
Depois disso seguiram-se tentativas patéticas de faturar com o cadáver do Inspetor Closeau e alguns filmes rotineiros que não faziam jus á sua antiga forma. Em todo o caso, sua obra como um todo é um das mais divertidas da história de Hollywood.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Esse falou tudo!

A maior derrota da história do futebol brasileiro

Eduardo Tessler
 
De Porto Alegre (RS)

Há uma diferença fundamental entre a Seleção do Uruguai, que venceu a do Brasil na final da Copa de 1950 no Maracanã por 2 a 1 - de virada - e o Mazembe, desconhecida equipe do Congo que derrotou o Internacional ontem pelo Mundial da Fifa de Abu Dhabi: a equipe de Obdulio Varela e Gigghia jogava muito bem.
O Brasil chorou o "Maracanaço" e por 60 anos ninguém conheceu uma derrota mais vergonhosa. Desde ontem a façanha pertence à equipe gaúcha do Internacional, que sofreu 2 a 0 de um time ingênuo, amador, fraco, e com isso fica de fora da final do Mundial Interclubes, frustrando 10 mil torcedores que estão nos Emirados Árabes (média de US$ 5 mil gastos por cada um), 100 mil sócios e cerca de 4 milhões de colorados. O Mazembe não tem futebol para disputar a terceira divisão do Maranhão. Seria páreo duro para o pernambucano Ibis, considerado o pior time do mundo. Mas ganhou de um Inter nervoso, apagado, que só pensava na eventual final contra a Inter de Milão. Nunca houve vexame maior na história do futebol brasileiro.
Desde que o Inter ganhou a Libertadores da América, em agosto, o treinador da equipe, Celso Roth, só pensava na partida do próximo sábado. Foi aos poucos abandonando o Brasileirão e nem se preocupou com os sinais de que as coisas não andavam bem. Enquanto perdia para o quase rebaixado Avaí e empatava com o rebaixado Vitória - em casa - o treinador desdenhava os erros. Dizia apenas "nosso futebol está guardado para Abu Dhabi". Ficou tão bem guardado que ninguém encontrou.
A derrota faz parte do futebol. Há dois anos o Flamengo levou 3 a 0 do América do México no Maracanã. Uma vergonha. O Fluminense levou 4 a 1 da LDU. Um desastre. O Brasil foi eliminado da Copa da África pela Holanda e quatro anos antes, na Alemanha, pela França. Desilusão. Mas esses adversários têm tradição, qualidade, mesmo que tenham surpreendido o Brasil.
Levar 2 a 0 do desconhecido Mazembe será motivo de piada eterna para os colorados. A torcida do tradicional rival - Grêmio - vai confeccionar uma faixa com o nome da equipe do Congo para exibir em todos os clássicos Gre-Nal daqui para a frente. Até porque o Inter tem no currículo uma conquista de Mundial (2006) e agora, na melhor das hipóteses, um terceiro lugar. O Grêmio tem um Mundial (1983) e um vice.
Foram 90 minutos de terror. Uma equipe de jogadores experientes contra um bando de corredores, sem disciplina tática, mas que encontrou dois gols.
Trata-se do maior vexame da história do mágico futebol brasileiro. Só que a mágica, dessa vez, quebrou a varinha do professor Roth.


Eduardo Tessler é jornalista e consultor de empresas de comunicação. Edita o blog Mídia Mundo.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vexame colorado

O Brasil em Copas nunca perdeu da Coréia do Norte como a Itália em 1966; de Camarões como a Argentina em 1990, de uma seleção amadora como era os EUA em 1950, como fez a Inglaterra; mas hoje, na competição equivalente para clubes, o Internacional de Porto Alegre conseguiu ser o primeiro sulamericano a não ir para uma final de Interclubes. O que dá uma justificativa para a Fifa para o atual formato reunindo campeões de seis continentes.
Deméritos totais ao técnico Celso Roth, que além de não ter sabido montar o time, não conseguiu ler o jogo, como ficou demonstrado nas substituições que fez. Tirar o Rafael Sobis - responsável por quase todas as finalizações da equipe apesar de estar posicionado longe da área - para manter dois volantes num jogo em que o adversário fez os gols em ligações diretas da defesa com o ataque (e, diga-se de passagem, com falha de um dos volantes no segundo gol) é não ler direito o que estava acontecendo em campo. Com passagens por grandes clubes brasileiros, Roth nunca havia conquistado um título de peso até que a Libertadores lhe caiu no colo. É um burrocrata como ficou provado hoje. Lamentável para os cerca de 8 mil colorados que pagaram caro para assistir seu time ser bimundial e vão ter que se contentar com uma melancólica disputa de terceiro lugar. Que não será fácil também, diga-se de passagem.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Morreu Mario Monicelli

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ROMA - O cineasta italiano Mario Monicelli, 95 anos, suicidou-se nesta segunda-feira (29), atirando-se da janela do hospital San Giovanni de Roma onde estava internado, anunciou agora à noite a agência Ansa.
Entre suas obras-primas, Monicelli deixa para a posteridade filmes como "O Incrível Exército de Brancaleone", "Quinteto Irreverente", "Meus Caros Amigos". Nasceu em 15 de maio de 1915 em Viareggio, na Itália.

Este brevíssimo obituário anunciou a morte de um dos ultimos sobreviventes da grande era do cinema italiano. Mario Monicelli era do segundo time daquela geração, mas só porque o primeiríssimo time era formado pelos genios Rosselini, Visconti, Antonioni, Fellini e Pasolini. Sua longuíssima carreira começa ainda nos anos 30 e chega até o século atual.

Após dirigir alguns veículos para o comediante Totó, faz seu primeiro sucesso internacional foi Os Eternos Desconhecidos (1958), iniciando fertilíssima parceria com o ator Vittorio Gassmann, que continuou em A Grande Guerra (1959), outro grande êxito.

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No filme de episódios Bocaccio 70 (1962), moda na época, dividiu os créditos com Vitoria de Sica, Federico Fellini e Luchino Visconti, o que mostra seu prestígio na época. Seu filme seguinte, Os Companheiros (1963) foi um cult-movie das esquerdas, estrelado pelo grande Marcello Mastroianni, com quem filmou ainda o divertido Casanova 70 (1965).

Finalmente, em 1968, filma o que talvez seja sua comédia mais lembrada, O Incrível Exército de Brancaleone, com Vittorio Gassmann investido como uma imitação de Don Quixote que se mete nas mais desastrosas aventuras na Idade Média. Teve uma sequencia não tão boa, Brancaleone nas Cruzadas (1970).

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Meus caros Amigos (1975) é um caso raro em que a sequencia, Quinteto Irreverente (1982), é melhor que o original, tanto é que o segundo ficou mais de um ano em cartaz em São Paulo, fazendo com que o primeiro fosse relançado em razão do sucesso da continuação.

Outro filme de episódios, Os Novos Monstros (1977), faz com que divida os créditos com Ettore Scola e Dino Risi, cineastas com quem tem muitos pontos em comum.

Em 1985 faz a versão cinematográfica da pela de Pirandello, As Duas Vidas de Matia Pascal, com Mastroianni, mas é no ano seguinte que faz um de seus mais belos trabalhos da maturidade, Tomara que seja mulher, com um elenco estelar formado por Catherine Deneuve, Liv ullman, Steffania Sandrelli, Philippe Noiret, Bertrand Blier e Giulianno Gemma.

Em 1992 já é um dos diretores mais velhos em atividade no mundo, quando emplaca Parente é Serpente, em que sintetiza sua visão da humanidade e do mundo no final do século pasado, e ela não é nada bonita

Sua obra em longa de ficção se encerra com A Rosa do Deserto, de 2006.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Isso é que é futebol, não aquilo que eu tenho em casa


O Barcerlona acaba de destroçar o Real Madrid por 5 a 0, no jogo mais esperado após a Copa do Mundo. O Barça é o Barça faz tempo, com o melhor do mundo Lionel Messi e o meio campo campeão do mundo formado por Iniesta e Xavi. O Real de Cristiano Ronaldo vem reforçado pelo supertécnico José Mourinho - aquele que o Luxxemburgo queria ser quando crescer - e pelas grandes revelçaões da Copa da África, os alemães Khedira e Ozil.
Esperava-se umduelo equilibrado, já que o Real era o líder invicto do Espanhol, seguido de perto pela equipe catalã, mas não foi o que se viu em campo. O perfeito poscionamento tático imposto por Mourinho em todos os seus times não conseguiu se equiparar com o toque de bola envolvente que levou a Espanha ao seu pimeiro título mundial, acrescido do talento de Messi. O Real não viu a cor da bola e em menos de 20 minutos já tinha tomado dois gols, de Xavi e Pedro. Veio o seguno tempo e ao nove e aos 12 minutos, Messi deixou Davi Villa duas vezes na cara do gol para decretar a goleada. No finalzinho, o garoto Bojan tocou para o também menino Jeffren, ambos oriundos das categorias de base do Barça, para humilhar de vez o Real, que ainda por cima perdeu a cabeça e apelou para os pontapés, que resultou em vários amarelos e um vermelho para Ricardo Carvalho, por uma entrada criminosa em Messi.
Mas do que uma goleada, vimos um exemplo de como se joga futebol, sem ligação direta de defesa para ataque, sem jogador rifando a bola por não saber o que fazer com ela, com toque de bola e infiltrações, como se fazia aqui há não muito tempo.

Comparando, os jogos do Brasileirão deste final de semana pareciam partidas da Segunda Divisão do Campeonato Paulista, no qual o Primavera chafurda há várias temporadas.A falta de "catigoria" é assustadora, mesmo entre os tres times que disputam o título, a ponto do Corinthians depender de um ex-jogador em atividade, Ronaldo, e o Fluminense de um argentino que sequer é convocado para sua seleção nacional, Conca. Aqui, sáo craques porque o resto é resto. E já faz tempo que é assim. Ano passado, o Flamengo dependeu do emocionalmente desequilibrado Adriano e do sérvio veterano Petkovic. Anos atrás, Romário em fim de carreira foi artilheiro do campeonato. E afirmou que jogar aqui era melhor por que as defesas eram mais fracas.

Outro dia, no Bem, Amigos, comentaram que a garotada preferia ver os gols internaconais. É claro. Uma coisa é ver alguém fazem um gol bonito contra o Gremio Prudente, outra é ver o Barcelona destroçar o Real Madrid. A chamada garotada sabe onde está o futebol de verdade, enquanto os velhos ficam discutindo essa "beleza" de campeonato brasileiro, em que o menos ruim vencerá. Triste.

Uhú, U2 sem pista VIP!

U2 faz show em São Paulo no estádio do Morumbi em abril de 2011

29/11/2010 11h10 Vírgula

A produtora T4F acaba de confirmar a vinda do U2 ao Brasil em 2011. O grupo fará uma apresentação no dia 9 de abril no Estádio do Morumbi, em São Paulo, com a turnê 360º Tour. O show contará com a abertura dos ingleses do Muse.
Para a sorte dos fãs brasileiros, o show não terá pista Vip. Os ingressos para a pista comum saem por R$ 180.

A pré-venda para clientes dos cartões Citibank, incluindo os cartões Credicard e Diners, acontece nos dias 04 e 05 de dezembro de 2010 (sábado e domingo) e para o público em geral na terça-feira, dia 07 de dezembro de 2010.
Ingressos podem ser adquiridos pelo telefone 4003-0806 (válido para todo o País) e pelo site www.ticketsforfun.com.br. Membros do site oficial do U2 poderão obter ingressos antes da pré-venda para clientes Citibank.
U2 – 360° TOUR
Quando: 9/04/11 às 20h
Onde: Estádio do Morumbi
Quanto: de R$180 (pista) a R$380 (cadeira superior azul, vermelha, amareça e laranja)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tropa de Elite 3 já está em cartaz

Rio de Janeiro vive guerra contra o tráfico; ataques a veículos continuam

Do UOL Notícias
Em São Paulo 


Ministério da Defesa libera envio de 800 militares do Exército para o Rio

O Globo

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Beatles forever

Durante anos o mundo parecia dividio entre quem gostava mais dos Beatles e quem era mais Rolling Stones. Depois que os Fab Four se separaram, a divisão passou a ser quem era mais John ou Paul. O assassinato do primeiro o transformou num mito, enquanto seu parceiro permaneceu humano, falível. E multimilionário.

O show dele no domingo (que infelizmente só vi na TV) mostra que a mítica dos Beatles sobrevive com ele. Aos 68 anos, sir Paul ainda mantém aquela jovialidade que contribuiu para gerar a beatlemania. Um fenômeno que não se restringe aos anos 60.
Mas o que exatamente os distinguia das muitas bandas que surgiram na mesma época na Inglaterra? Já me disseram que era a harmonia vocal dos quatro, outros atribuem ao modelo comportado criado por Brain Epstein (composto pelos cabelos pajem e terninhos) e tem até quem ache que era a batida do reconhecidamente limitado Ringo Starr é que fazia a diferença. Sejá lá qual era a mágica, ela parece funcionar até hoje, e levas de fãs se formam a cada geração.
Das músicas consideradas simples com letras tolas da primeira fase (e que mesmo assim fazem parte da memória coletiva da civlização ocidental), eles partiram para experimentações que só eram possíveis por que eles eram os Beatles. Fizeram o primeiro concerto de rock num estádio aberto (o Shea Stadium, em Nova York), a primeira distorção de guitarra feita em gravação em Day Tripper, introduziram a cítara no rock em Norwegian Wood, fizeram o primeiro lançamento de música transmitida via satélite para o mundo todo com All You Neede is Love, criaram o disco conceitual com Sgt. Peoples Lonely Hearts Club Band, usaram uma orquestra sinfônica só para fazer efeito em A Day in the Life, foram os primeiros gravar em oito canais e fizeram o  primeiro heavy metal da história com Heler Skelter (quem diz não sou eu, mas Kid Vinil em seu Almanaque do Rock). Mesmo na pimeira fase “ingênua”, há quem considere She Loves You revolucionária por romper o estigma dos tres acordes que caracterizavam o rock até então, introduzindo acordes dissonantes de sexta maior e sétima maior, até então, possíveis apenas no jazz (!). Sem falar que a música dos Beatles sintetizou os anos 60, como é mostrado no filme Across the Universe.
Depois do fim, em 1970, todos tiveram carreiras importantes, especialmente Paul, do ponto de vista comerial, e Lennon, como polemista e ativista anti-guerra. Mas comparar os Beatles com o que cada um fez sozinho é comparar o que Pelé fez no Santos com sua passagem pelo Cosmos. Mas, da mesmoa forma que o Rei do Futebol é recebido com festa em todo o planeta; Paul McCarntey, a metade restante da dupla de compositores mais ouvida no mundo, ainda eletrifica todo o lugar em que ele se apresenta, mesmo a quilometros de distancia do palco, como se fosse uma energia residual de All These Years Ago.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Apocalipse agora

 

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Assisti ontem “O Nevoeiro, de Frank Darabont, mais uma vez baseado em Stephen King, de quem ele já havia transformado em sucesso “A Espera de um Milagre” e “Um Sonho de Liberdade”, que é bem legal, mas obviamente não foi um blockbuster, não apenas pelo final ttrágico como também pela incacidade dramática do protagonista Thomas Jane (ruim demais). O mesmo Darabount dirigiu o piloto e é responsável pelo seriado Walking Dead, que estreou no canal pago Fox na semana passada.

É mais um, e um dos mais interessantes, exemplares da onda apocalíptica que assola o cinema há tempos. Tudo pode ter sido deflagradao pelo 11 de setembro, já que dois dos filmes mais importantes da nova onda sforam lançados em 2002: “Extermínio”, de Danny Boyle, e “Resident Evil”, baseado em um popular videogame. O primeiro é um filme de autor – um autor em baixa após uma fracassada aventura em Hollywood, e que mais tarde sacrificaria seus princípios por um Oscar – e o segundo uma produção comercial, mas ambas partem de um princípio comum: um virus artificial que transforma suas vítimas em zumbis canibais. Boyle segue os canones de George Romero para o subgenero e faz de sua narrativa uma fábula da condição humana. 

“Madrugada dos Mortos”, de 2006, colocou Zack Snyder no mapa ao refilmar com brilho o clássico de Romero, mantndo seu espírito mas modernizando algusn princípios. Em 2007, o superastro Will Smith estrelou a terceira versão para o cinema de “Eu Sou a Lenda”, em que ele busca uma cura para um virus artificial que condenou a Humanidade usando os infectados como cobaias. Com consequencias trágicas.

Só este ano foram lançados “Virus”, “O Livro de Eli”, “A Estrada” e “A Epidemia”, todos abordando o fim da civilização (americana?) por uma epidemia misteriosa ou outro fator não detalhado.

Diferente da onda apocalíptica dos anos 80, a Nemesis da Humanidade não será mais a guerra nuclear, mas a ciência mal utilizada, o homem brincando de ser deus. Pode tanto criticar o fundamentalismo religioso – como em “O Nevoeiro” – como reforçá-lo – como “O Livro de Eli”.

Trata-se de um mero modismo ou a representação de noso tempo por meio da produção cultural? Os filmes de criaturas modificadas pela radiotividade nos anos 50 foram intepretados posteriormente como representação do medo do Holocausto nuclear, enquanto as histórias de invasões alienígenas o temor de uma invasão soviética. O apocalipse atômico dos anos 80  - “Mad Max 2”, “O Dia Seguinte”, “Blade Runner”, “Akira”, entre outros – refletia a opinião generalizada de que o confronto entre EUA e URSS parecia inevitável.

Tudo se dissipou em parte após a queda do império soviético, mas um novo temos parece estar sendo projetado nas telas de cinema e transmitido nas telas planas das TVs. Os zumbs representariam a horda de sub-humanos ávidos por avançar sobre o modo de vida americano? A crise do qual o império ianque parece ser incapaz de superar está gerando uma nova era de paranóia?

A julgar pelas últimas eleições nos EUA, é o que parece. O obscurantismo ganha espaço e em breve a solução de atirar nas cabeças dos zumbis parecerá óbvia a muitos. 

sábado, 6 de novembro de 2010

Homens-objeto

Antigamente, os sedutores do cinema eram automaticamante grandes astros. Clark Gable, Errol Flynn, Humphrey Bogart, Tyrone Power, Cary Grant e Rock Hudson, mesmo que na vida real não fossem muito chegados. James Bond sintetizou as fantasias masculinas em torno de uma franquia e não mais numa persona cinematográfica.

Quando as mulheres passaram a um papel mais ativo tant na sociedade quanto no jogo da sedução, surgem os objetos de desejo que não são necessariamente estrelas do primeiro time. São loverboys, partners romanticos de atrizes mais importantes.

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Os anos 90 foi a época de Dermot Mulhoney, que poucos conehcem de nome mas trabalhou com algumas das principais estrelas femininas de seu tempo. Em 93 foi o namorado da Assassina Bridget Fonda, no remake de Nikita. Em Quatro Mulheres e um Destino, o faroeste feminista de de 94, era o interesse romantico da lider Madeleine Stowe. Em Copycat, de 95, tanto a psiquiatra surtada Sigourney Weaver quanto a policial Holly Hunter flertam com ele enquanto perseguem um serial killer imitador. Em Kansas City, que Robert Altman filmou em 96, Jennifer Jason Leigh sequestra a mulher de um milionário para salvá-lo das mãos de um gangster. Finalmente, em 97, Julia Roberts faz de tudo para tirá-lo de Cameron Diaz em O Casamento do meu Melhor Amigo (foto).

Em tempos menos glamurosos, em 2005, ele se assumiu como gigolo cinematográfico em Muito bem acompanhada, ao ser o escort boy de Debra Messing, então em alta por causa de Will & Grace, para o casamento da irmã dela. E em Ela é Poderosa (2007) é assediado pela ninfeta Lindsay Lohan, mas fica firme.

vincent perez

Sua versão francesa era Vincet Perez, que foi acompanhante para estrelas mais velhas como Jaqueline Bisset (com quem namorou de verdade) em La Maison de Jade (1988) e Catherine Deneuve em Indochina (1992). Em Cyrano (1990) foi o testa-de-ferro de Gerard Depardieu na conquinta da bela Anne Brochet. No mesmo ano, fez A Viagem do capitão Tornado e contracenou com duas deusas, Onrala Muti e Emmanuélle Béart. Em Fanfan (1993) fez par com Sophie Marceau. Em 1994, foi amante da Rainha Margot, Isabelle Adjani em seu último grande momento (foto). Em Trazido pelo Mar (19967), sua parceira romaantica foi Rachel Weisz.

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O cara da vez é Clive Owen. Em 2003 tornou-se parceiro romantico de Angelina Jolie em Amor Sem Fronteiras. No anos seguinte, fez o papel-título de Rei Arthur contracenando com uma Keira Knightley que se tornaria uma estrela muito mais importante. Em Closer, do mesmo ano, disputou simultaneamente Natalie Portman e Julia Roberts com Jude Law, e ganhou. Em Sin City, de 2005, fez Britany Murphy chifrar Benicio de Toro com ele e provou um massacre ao lado da amante Rosario Dawson. Em Fora de Rumo, tabém de 2005, tem um caso com Jennifer Aniston e passa a ser perguido por isso. Em Mandando Bala, de 2007, manda bala em Monica Bellucci (foto). No mesmo ano, cai em desgraça com a rainha Kate Blanchett ao namorar a dama de companhia Abbie Cornish sem sua autorização em Elisabeth, a Era de Ouro. Finalmente, no ano passado, se envolve novamente com Julia Roberts numa trama de cama, mesa e trapaças em Duplicidade.

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No Brasil, fenômeno semelhante aconteceu com Antonio Fagundes nos anos 80. Embora já fosse um grande nome na época, foi escalado apra participações especiais em diversos filmes protegonizados por mulheres, para ser o “grande amor da vida delas”. Em Os Sete Gatinhos (1980), ele faz o gigolo Bibelo, cujo papel na trama era desvirginar Cristina Achê, magricela que era na época sex-symbol do cinema brasileiro. Gaijin, do mesmo ano, conta a saga da  imigração japonesa pelos olhos da niponica Kyoko Tsukamoto, que se apaixona por quem? Pelo gaijin Antonio Fagundes (foto), é claro. Em Eternamente Pagu (1987, ele foi escalado para ser o Oswald de Andrade (com quem não guarda nenhum semelhança) da protagonista Carla Camuratti. Papel semelhante em Leila Diniz, do mesmo ano, quando intepretou Ruy Guerra para viver um grande amor com Louise Cardoso, no papel de sua vida.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Degustação amanhã

Mario e Santoro Mirone abriram a Italycomex Exportação e Importação do Brazil e estão trazendo com exclusividade para o Brasil vinhos da Sicília, terra de seus ancestrais. Os rótulos foram selecionados pelo professor Pedro Coco e pela sommelière Josi Pieri. Tive a honra e o prazer de participar dessas degustações seletivas e posso adiantar que os vinhos são ótimos.

sábado, 30 de outubro de 2010

Gatas da semana


Camila Ramos, no 1o aniversário do Boteco São Bento de Campinas

Ana Paula Leme, ex-Playboy e ex-Casa Bonita, também na superfesta do Boteco São Bento de Campinas

De volta

Nossa! Praticamente um mes sem blogar. Não sei exatamente o que me desanimou, mas voltamos à carga. Justamente às vésperas da eleição mais polarizada desde 1989. Conversei ontem com meu amigo Marcelo Chileno, que trabalhou em campanha em Alagoas nos últimos tres meses, e achamos a mesma coisa: seja lá quem ganhe, pouca coisa vai mudar. Serra é mais desenvolvementista? É. Mas terá contra si uma oposição muito mais forte, além do PFL (chamá-los de Democratas é uma piada pronta) ávido por cargos e sinecuras.A única coisa que une de fato tucanos e pefelistas é o ódio ao PT - ou "essa raça", como diria Jorge Borhausen. 


É curioso ver como a mídia trata a ida de Serra ao segundo turno como uma derrota de Lula. Há dois anos, Serra era o candidato ungido da oposição e Dilma Roussef não era ninguém, ou "um poste". Porém, a partir do momento em que Lula a impos como candidata - contrariando diversos segmentos do PT - sua campanha começu, ao passo que no início deste ano Serra ainda hesitava contra o inevitável. Por que? Uma eventual segunda derrota o alijaria para a próxima corrida presidencial, dando espaço ao jovem Aécio Neves. A demora fez toda a diferença, e o resultado é que ele quase perde ainda no primeiro turno. Não adianta por a culpa na máquina ou nas pesquisas. Seja porque o PSDB achava que a disputa já estava no papo no início do ano, seja pela demora de Serra em definir a candidatura, a responsabiilidade por um eventual novo fracasso é dos tucanos. Lembrem-se que durante dois anos o maior temos dos opositores foi um evetual terceiro mandato para Lula, que mesmo sem nunca ter sido aventado pelas hostes governistas, era chamado de golpe por políticos da oposição e por setores da mídia. Na época, parecia ser o único cenário que impediria a eleição de José Serra, daí o afã de matar a proposta antes que ela nascesse.


A campanha que muitos amigos de classe média andam fazendo para não se viaje no feriadão para ajudar José Serra me lembra uma aula de Estatísctica há muitos anos, no Instituto de Psicologia da USP. O professor Severo era estatístico do Instituto Gallup, que na época ainda fazia pesquisas eleitorais. Franco Montoro, do PMDB, já estava eleito e o segundo colocado era Reinaldo de Barros, do PDS. Restava saber quem ficaria em terceiro, Jano Quadros, do PTB, ou Luis Inácio Lula da Silva, do PT. Segundo Severo, sew chovesse, Lula ficaria na frente, se fizesse bom tempo, o terceiro lugar iria para Jânio. "Mas por que?", perguntamos. Aí ele explicou que, por causa da diferença mínima entre os dois, o eleitorado mais velho poderia ser decisivo. "Como quem tem mais de 65 anos não é obrigado a votar, em caso de mau tempo, esse eleitor não vai sair de casa e dar a vantagem para Lula". Resultado, não choveu e Jânio ficou com a terceira colocação, fato que, em retrospecto, lhe deu foilego para disputar e ganhar a Prefeitura de São Paulo tres anos depois.

No momento, uma frente fria mudou o tempo no Sudeste.

domingo, 3 de outubro de 2010

Gatas da semana

Carla Nogueira, no SeoRoa, em Campinas.

Ruane Gracio, no João Coragem, em Indaiatuba.

Carolina Andrade, no Bar Maria Helena, em Indaiatuba.

Flávia Souza, no Bar Maria Helena, em Indaiatuba.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A morte de Tony Curtis

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Senti bem mais o impacto da morte de Tony Curtis, anunciada hoje, do que a de Arthur Penn, que comentei ontem. Bernard Schwartz, seu nome verdadeiro, foi o maior galã de Hollywood e um dos homens mais bonitos de seu tempo. Era habituée da Sessão da Tarde dos anos 70 em filmes como “20 quilos de Confusão” (1963), “O Escudo Negro de Falsworth” (1954), “Boeing Boeing” (1965), “Médica, Rica e Solteira” (1964), “De Folga para Amar” (1958), “Anáguas a Bordo” (1959), “Monsieur Cognac” (1964) ou o meu favorito, pelo qual matei aula no Dom José, “A Corrida do Século” (1965, na foto abaixo), comédia de Blake Edwards com um genial Jack Lemmon interpretando o vilão Professor Fate (inspiração para o Dick Vigarista de Corrida Maluca), Peter Falk como seu desastrado assistente, Natalie Wood como a mocinha sufragista e Tony Curtis como o Grande Leslie, herói-bom-em-tudo cujos dentes brilhavam quando sorria. Nunca ri tanto na minha vida do que quando assisti a estreia na TV, num sábado à noite, horário que a Globo reservava aos grandes lançamentos.
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O trabalho pelo qual é lembrado até hoje, no entanto, é “Quanto mais quente melhor” (1959), considerado pelo American Film Institute (AFI) como a Melhor Comédia feita em Hollywood no século 20. Mas seu talento dramático exibido em produções como “A Embriagues do Sucesso” (1957, sua melhor atuação, na foto abaixo com Burt Lancaster) , “Acorrentados” (1958) e “O Homem que odiava as mulheres” (1968) foi sempre subestimado. Mesmo em “Spartacus” (1960), na cena em que é “cantado” por Laurence Olivier – um clássico gay – ele consegue não ser engolido em cena pelo grande ator.
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PS: A Folha.com, em matéria da France Presse, publicou que seu seriado dos anos 70, Persuaders, não chegou a fazer sucesso. Não é disso que me lembro. Eu adorava a parceria entre o rude milionário americano de Curtis e o refinado aristocrata de Roger Moore e, se não me engano, a série só acabou porque o inglês aceitou ser o novo James Bond. Convite que se deveu em grande parte por causa de sua interpretação como Lord Brett Sinclair.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Show de Paul McCartney no Brasil são confirmados (Folha)


Foram confirmados nesta quarta-feira três shows que o ex-Beatle Paul McCartney fará no Brasil em novembro deste ano. McCartney virá ao país com sua turnê "Up and Coming".

A notícia foi confirmada nesta quarta-feira pelo site do Grupo RBS. A assessoria da DC Set Promoções também confirmou as informações à Folha.

Ele se apresenta no dia 7 de novembro, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Já nos dias 21 e 22 de novembro, McCartney fará shows no Estádio do Morumbi, em São Paulo.

Segundo a assessoria do grupo, o contrato foi assinado nesta quarta-feira em São Paulo pelo vice-presidente executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer e Dody Sirena, da DC Set Promoções.

Mais detalhes sobre a venda de ingressos serão divulgados nos próximos dias.

McCartney também faz shows nos dias 10 e 11 de novembro em Buenos Aires.

Ainda de acordo com a assessoria da DC Set Promoções, o Rio deve ficar de fora da turnê do músico, já que o Estádio do Maracanã está fechado para obras.

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Era um garoto, que como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones...

Arthur Penn (1922-2010)


Dois cineastas que fizeram história e morreram em quase completo ostracismo foram Robert Aldrich e Arthur Penn. O segundo morreu em 1983 eo segundo ontem De acordo com Molly Penn, sua filha, o diretor morreu em sua casa em Manhattan, após sofrer parada cardíaca. Segundo Evan Bell, amigo e empresário de Penn, o cineasta estava doente havia um ano.
Seu filme mais conhecido é Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas (1967), em que ele revelou Faye Dunaway e Gene Hackman, embora tenha sido Esthelle Parsons quem levou Oscar de Atriz Coadjuvante. Anos antes, ele havia dirigido Anne Bamcroft e Patty Duke em O Milagre de Anne Sullivan (1962), que deu à dupla as estatuetas de atriz principal e coadjuvante (enquanto Anne se consagraria como uma das grandes atrizes americanas, Patty fez um seriado com seu nome e depois sumiu).
Em Caçada Humana (1965) reuniu um elenco de peso: Marlon Brando, Jane Fonda, Robert Redford, Angie Dickinson e um ainda desconhecido Robert Duvall. A crítica à sociedade americana e o estilo vigoros se aprofundaria em Bonnie e Clyde, que é considerado influência decisiva sobre Francis Ford Coppolla e Martin Scorcese.
Já em 1970 ele fez Pequeno Grande Homem, com Dustin Hoffman e Faye Dunaway, uma visão ácida do extermínio dos índios promovido pela cavalaria americana que faz Dança com Lobos parecer um pastiche mal ajambrado. É um dos meu westerns críticos favoritos.
Em 1976 teve a chance de fazer mais um grande filme ao reunir Marlon Brando e Jack Nicholson em Duelo de Gigantes. Infelizmente a enorme expectativa gerada pelo encontro dos grandes atores não foi cumprida, ainda que o faroeste tenha seus momentos. Além de não ter sido fácil administrar os egos de ambos - embora Jack ainda não fosse o superastro de hoje - o momento de Arthur Penn tinha passado.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Menu degustation

Na quinta-feira, o Bistrô Le Triskell, aqui de Indaiatuba, realizou um jantar gastronômico em comemoração do primeiro ano do chef Sébastien Michaut na casa. Mas o evento serviu ainda para celebrar a nova estrela do Guia Quatro Rodas, para a edição de 2011, a primeira com o culinarista francês. Pela primeira vez, a placa foi entregue ao restaurateur Gilles Mourier em festa promovida pelo guia em São Paulo, que contou com a maioria dos laureados, como Rogério Fasano, cujo restaurante foi considerado o melhor do Brasil.

Quanto ao jantar em si, arrisco a dizer que de um modo geral estava melhor que o da semana passada no Bellini, com o chef Claude Troigros.

Como muse en bouche, foi servido um capuccino ao foi gras com espuma de funghi que foi de chorar de tão bom. Ao receber a sugestãode incluir o acepipe no menu da casa, o proprietário Gilles Mourier infromou que, pelo custo e trabalho, só seria possível servi-lo em eventos como esse. Que ele repita, então!

A entrada foi tartare de robalo e vieiras ao caviar de capelin, azeite extravirgem e creme de agrião, tacos ao cominho, também delicioso.

O primeiro prato, espeto de abadejo assado ao gergelim com molho de ostras, divino.

Granié faz a função do antigo sorbet servido entre um prato e outro para limpar a lingua, e no jantar da semana passada foi composto de raspadinha de flor de hibisco ao cabernet sauvignon com morangos.

Foi a introdução para o carré de vitelo de leite com moriles, pure de cará e pinhão na flor de sal, que estava excelente, embora tenhamos que lutar contra as fibras ca carne mal passada, como se deve.

A sobremesa fechou o banquete com chave de ouro: mil folhas de chocolate belga em diferentes texturas e coulis de laranjas amargas.

Uma inovação foi a carta de vinhos em taças que facilitaram a harmonização de cada prato. Fui de Albredo Roca Chardonnay para os peixes e VEO Cabernet-Syrah para acompanhar a carne.

Geisy Arruda comete erro de português ao se despedir dos amigos



Geisy Arruda, que estará hoje em A Fazenda 3, mandou um e-mail se despedindo dos amigos no último domingo (26). Segundo a coluna Zapping, do jornal Agora São Paulo, a mensagem dizia: "Gostaria de agradecer a todos os e-mail de ajuda e repretos de muito carinho!!" (sic).

A loura ficou famosa após ser hostilizada na universidade em que estudava, por usar um microvestido rosa durante a aula. Recentemente, Geisy aceitou a proposta da revista Sexy para posar nua.


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Também, não deixaram a donzela terminar a "facurdade"!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Gatas da semana

Na semana que passou, fotografei tres beldades que não sei dizer qual mais bela. portanto, seguem as tres no post, sem ordem de preferencia.

Isabela Gual, na Pepis

Jamile, também na Pepis

Mayara Messias, idem

E aí? Qual delas é mais gata?

domingo, 26 de setembro de 2010

Bar Brejas promove Oktoberfest campineira


Todo bêbado tem que ir uma vez na vida à Oktoberfest, seja em Munique, seja em Blumenau. O Bar Brejas pretende trazer a tadição também para nossa região, mas para um público mais seleto. No próximo dia 6 de outubro, a partir das 19h, o estabelecimento promoverá pela primeira vez na cidade uma versão da festa da cerveja. Na ocasião, os participantes poderão degustar pratos típicos, além de chopes alemães a preços reduzidos. “Também teremos a execução de músicas genuinamente germânicas e até o tradicional concurso de Chope em Metro. Quem conseguir tomar tudo em menos tempo, sem babar, ganhará um brinde”, antecipa Maurício Beltramelli, um dos sócios do boteco. A Oktoberfest do Bar Brejas oferecerá uma série de atrações, a começar pelas bebidas. Quem for ao festim poderá molhar a palavra com os deliciosos chopes Warsteiner, Hofbräu, Erdinger Weissbier e Erdinger Dunkelweizen. O copo do primeiro (500 ml) custará somente R$ 10,00, quando o preço normal é R$ 15. Os demais, também servidos em copos de 500 ml, sairão a R$ 13,00 cada – normalmente custam R$ 17,90. Já o cardápio contará com pratos típicos da cozinha alemã, como o einsbein (joelho de porco) e o wurst (salsicha), entre outros. Os convites para a Oktoberfest do Bar Brejas já estão à venda no próprio boteco. Quem comprar antecipadamente até dia 28 pagará somente R$ 35. Entre 29 de setembro e 5 de outubro o valor será de R$ 40. Se restarem convites, eles serão vendidos no dia do evento a R$ 50. Cada convite dá direito a um caneco de vidro especial de 500ml e 1 vale-chope. “Quem comparecer trajando roupa típica alemã ganhará mais um chope”, afirma Fabiana Panobianco, que também é sócia da casa. Localizado no charmoso bairro do Cambuí, em Campinas, o Bar Brejas tem a maior e melhor carta de cervejas especiais da região.

Akira!


Em compensação, a Focus está lançando esta semana ao anime Akira em Blu-ray. A obra-prima de Katsuhiro Otomo, lançada em 1988, foi a ponta de lança da invasão dos desenhos animados adultos nos EUA. Se o futuro mostrado no filme lembra muito o visual pós-apocalíptico de Blade Runner, sua influencia posterior sobre a cultura pop ocidental é muito maior. Mesmo porque, o mangá original, também de autoria de Otomo, começou a ser publicado em 1982, mesmo ano do lançamento do longa de Ridley Scott.

No final do século 20, uma misteriosa explosão destrói Tókio e começa a Terceira Guerra Mundial. Após a guerra, os sobreviventes começam a reconstruir a cidade. Em 2030, o Japão se torna um país decadente, com políticos corruptos, muito desemprego e seitas religiosas. Conta as aventuras de Kaneda e Tetsuo, que pertencem a uma gangue de motoqueiros na Tóquio pós-3ª Guerra Mundial, no ano de 2030. Militares descobrem que o segundo tem grande poder paranormal e o levam a uma base secreta, enquanto Kaneda tenta libertar o amigo e desvendar o segredo de Akira.

Tesouro nerd


A aguardada versão estendida da trilogia Senhor dos Anéis chega ao mercado nacional no dia 21 de outubro. O box com 12 DVDs em embalagem digipack traz, além dos 3 filmes completos – A Sociedade do Anel, As Duas Torres e o Retorno do Rei – cenas inéditas que foram excluídas na edição feita para o cinema, extras com comentários do diretor, da equipe de produção e detalhes dos cenários e efeitos visuais dos filmes, além de booklets, que serão o guia dos fãs para a descoberta da Terra Média como nunca foi vista antes. A caixa vai custar R$ 199,90 em lojas como Saraiva, Americanas e Submarino.com.

Aí você se pergunta: mas porque não lançaram também em Blu-ray? É óbvio, cara-pálida: daqui há alguns anos, quando mais pessoas tiverem acesso ao equipamento, eles vão relançara a caixa na nova mídia. E você que já tem seu aparelhinho, ai ter que morrer com a grana de novo...

sábado, 25 de setembro de 2010

How you doing?


NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

No fim dos anos 1990, eles eram o máximo. Claro. Quem podia ser mais legal que as estrelas de "Friends", recorde de audiência e de humor no mundo todo? Acompanhávamos as aventuras de Chandler, Joey, Ross, Monica, Phoebe e Rachel com paixão. E ríamos das fraquezas deles justamente porque elas pareciam com as nossas.

Era fácil se identificar com um dos personagens. Afinal, uma tinha TOC, outra era uma hippie que acreditava em discos voadores, outro, um ator desempregado. Como somos todos meio "losers", foi um alivio ver na TV personagens que não eram "campeões em tudo".

Os "friends" eram tão reais que até hoje os fãs do seriado usam os nomes dos personagens para identificar comportamentos. É comum falar que aquela amiga com mania de organização é meio "Monica". Ou que aquela avoada "parece a Phoebe". Os personagens, de tão marcantes, se confundiam com nossos amigos de verdade. Só, que claro, eles eram pessoas, assim como o Mickey da Disney é um homem vestido de boneco. Não, o Joey Tribbiani não é o cara mais engraçado do mundo na vida real.

Em 2006, o seriado acabou. Quer dizer, acabou mais ou menos. Quando você olha para a atriz Courteney Cox interpretando uma quarentona em "Cougar Town", pensa em quem? Na Monica, claro. E Jennifer Aniston, por mais que se esforce fazendo várias comédias românticas, sempre parece interpretar a Rachel.

E os caras de "Friends"? Esses, coitados, foram parar sabe-se lá onde. E ficaram eternizados como os personagens. Alguém sabe o nome do Ross na vida real? E o do Chandler? Agora, sabemos o nome do Joey, já que ele virou notícia depois de agredir um jornalista que o chamou de Joey. "Eu não sou o Joey", gritou o ator Matt LeBlanc, desesperado como se fosse um homem que não aguenta mais ser chamado de Mickey e resolve tirar a fantasia em plena Disney. "Eu não sou o Joey". Ok. No fundo a gente sabe. Mas se encontrarmos com ele na rua, vamos apontar: "Olha lá o Joey!" Desculpem, amigos, mas vocês acabaram virando os Mickeys mais bem pagos da história!

Desculpe a nossa falha


Folha.com errou: senador Romeu Tuma não morreu e permanece internado

A assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês informou que o senador Romeu Tuma (PTB) não morreu, diferentemente do que foi divulgado pela Folha.com.

Tuma, 78, está na UTI com um quadro de insuficiência renal e respiratória. Ele permanece ligado a aparelhos de diálise (que fazem a função do rim) e de respiração artificial. A assessoria de imprensa de Tuma (PTB) confirmou que ele segue internado.

"O senador Romeu Tuma permanece no Hospital Sírio Libanês a pedido da equipe médica. Nesta sexta-feira, fontes desconhecidas desencadearam uma onda de boatos em relação ao estado de saúde do senador. Lideranças do partido entendem que se trata de uma ação desonesta e desumana por parte dos adversários que não respeitam o trabalho e o legítimo direito de Romeu Tuma de levar adiante sua campanha", diz nota da assessoria do senador, que é candidato à reeleição.

A assessoria de imprensa do hospital Sírio-Libanês informou, por telefone, que não divulgará boletim sobre o estado de saúde de Tuma, já que "até o momento não houve alteração no quadro de Romeu Tuma".

De acordo com o último boletim médico, Tuma foi internado para tratamento de um quadro de afonia, "provavelmente causado por uma infecção viral", e aproveitou para fazer outros exames.

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Como diria Mark Twain, as notícias sobre a minha morte foram um tanto precipitadas.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Visita ao Beppo Giovanni


Ontem à noite, fiz minha primeira visita técnica como membro da comissão julgadora do festival gastronômico Sabores de Indaiatuba. O local foi o Beppo Giovanni, choperia que frequentei muito mas há tampos não visitava. Marque com meu parceiro de juri Angelo Prandini lá pelas 20h, mas antes dele chegar encontrei o casal Celso e Cris Col, frequentadores da noite.

A primeira coisa que notei foi a ausencia do banner, justificada pelo garçom por ter caído por causa do vento e estava à espera de um apoio mais firme. Não colou muito. A casa é visualmente uma das mais bem montadas da cidade, com seu estilo boteco carioca. Os banheiros estavam limpos, mesmo porque, fui logo depois da passagem da faxineira. Mas só o fato de manter uma, já é um mérito.

O serviço mudou em relação aos velhos tempos. Noto que os garçons não trocam mais os copos quse vazios por cheios compulsoriamente. Cheguei a ficar cinco minutos sem copo nenhum na minha frente. O chope Brahma, aliás, é a gande atração da casa, sempre bem tirado e na temperatura certa. Há quem defenda a bebida quase congelada como no Outback, mas aí vira um refresco alcoólico do qual nem se sabe bem o sabor.

O petisco que participa do festival - o Passarinho Beppo - tem ótima apresentação, veio quentinho e coberto de alho torrado como se deve. Sequinho, é um frango a passarinho só com as coxinhas das asas. Delicioso.

O problema do Beppo sempre foi o preço, que em alguns casos chegam ao absurdo. Nunca vi um petit gateau custar R$ 21, nem no Le Triskell. Também R$20 por uma caipirinha, mesmo feita de Absolut, é um exagero. Mas, enfim, se tem que paga, o problema realmente não é da casa. Eu não pago.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Pânico em SP


O governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), afirmou nesta terça-feira que uma blusa foi colocada na porta do vagão para travar o fechamento. Segundo ele, não há indício de que o incidente tenha sido criminoso. No entanto, o tucano classificou o episódio como estranho e disse que vai mandar a polícia apurar.

Ex-subprefeita de São Paulo e atual coordenadora da campanha de internet do tucano José Serra (PSDB), a ex-petista Soninha Francine (PPS) virou motivo de piada na internet nesta terça-feira, ao insinuar que os problemas no Metrô de São Paulo foram fruto de “sabotagem” do PT. Ela não citou o partido textualmente, mas afirmou em outras mensagem que o PT sabota as ações do PSDB em todo o Estado.

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Pode ter sido sacanagem? Pode. Mas me expliquem uma coisa: se uma mísera blusa pode paralisar todo o metro de Sâo Paulo - ou sua linha mais movimentada - , o erro maior é de quem colocou a dita na porta - no que poder ser um mero vandalismo - ou do sistema que é frágil como um castelo de cartas?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

De repente, Califórinia


No sábado BrancoTinto promoveu uma degustação de vinhos da Califórnia, da Smart Buy Wines, importadora especializada no estado americano. Lá pelos anos 80, especialmente no Brasil, as bebidas californianas tinham péssima reputação, divulgadas até mesmo pelo cinema americano. Lembro principalmente de uma marca que tinha uma garrafa que parecia aquelas jarras que alguns bares usam para vender vinho barato. Curiosamente, na mesma época, no mundinho dos enófilos, Robert Parker começava a promover a revolução californinana, dando notas máximas a vinhos americanos e rebaixando alguns rótulos fanceses consagrados.

Hoje, os vinhos da Califórnia desfrutam de grande reputação e preços idem, já que o mercado interno trata de inflaconar seus preços. Assim, nenhum vinho tinto da degustação custava menos que R$100. Apenas o branco Hayes Ranch Pinot Grigio 2007, de Moterey (ciadade do Zorro!) saía por R$59,00. Um vinho surpreendente, bem complexo e agradável. Os demais rótulos provados eram o Hobo Zinfandel, Sonoma, Dry Creek Valley 2007 (R$132,00); o Metiler Petite Syrah, Central Valley 2005 (R$154,00); e por último, o Villa San-JulietCabernet Sauvignon, paso Dobles 2007 (R$104,80). Sem ver os preços, gostei mais do Petite Syrah, encorpado, robusto, estruturado e de excelente retrogosto. O Cabernet Sauvignon, para mim, foi francamente decepcionante.

domingo, 19 de setembro de 2010

Gata da semana

A partir desta semana vou eleger a garota mais gata fotografada na semana que passou em minha coluna na Tribuna. Na estréia, Jessica Perpétuo, clicada na Zoff Ckub dia 11. Um avião!

Pitty no wet'n Wild


No próximo dia 26, às 14h30, a cantora Pitty canta no palco montado em frente à piscina de ondas do parque Wet’n Wild. O primeiro lote de ingressos para a apresentação da roqueira já está à venda no Wet Shop (www.wetshop.com.br) por apenas R$ 35. A roqueira leva ao Wet'n Wild sucessos do álbum Chiaroscuro, lançado em 2009. Para a apresentação estão programadas músicas como Me Adora, Inevitavelmente, Fracasso, 8 e 80, além de muitas outras. A banda conta com os músicos Duda (bateria), Joe (baixo) e Martin (guitarra). O show é uma parceria com a EURODATA, rede de escolas de qualificação profissional. Os ingressos também podem ser adquiridos nos pontos-de-venda (ver relação em www.wetnwild.com.br), por R$ 44,70. Na data da apresentação, as entradas serão vendidas nas bilheterias do parque por R$ 65. Além da apresentação, os visitantes poderão curtir as 22 atrações aquáticas durante todo o dia. O parque funcionará das 10h às 17h.

Menu Confiança


O chef Claude Troisgros esteve terça-feira em Campinas para realizar um jantar no Restaurante Bellini, do Hotel Vitória daquela cidade. Além de ser o grande chef da TV brasileira – Edu Guedes e Olivier Anquier são galãs – ele carrega consigo uma grande tradição no DNA. A primeira vez que fiquei sabendo dos Troigros foi com Luis Fernando Veríssimo, na coletânea Mesa Voadora, com textos de reminiscências gastronômicas do escritor. Ele relembra sua primeira viagem à França com a esposa, quando, ao passar por Lyon, resolveu contrariar “todas as regras de contenção e previdência que devem guiar os passos de um assalariado em férias” e foi conhecer o Frères Troisgros, “se mais não fosse só para passar a mão pela maçaneta (Ia pommette?) da porta do Troisgros”. O autor conta que na época, final dos anos 70, a casa onstentava as três estrelas do Guide Michelin e na revista Playboy um especialista decretara que o Frères Troisgros era o melhor restaurante da França, “logo, do mundo”. Os irmãos – fréres - no caso, eram Pierre, pai de Claude, e Jean considerados os criadores da nouvelle cousine, tendência gastronômica que imperou até a virada do século. Mas o restaurante já era famoso com o pai deles, Jean-Baptiste, fazendo de Claude a terceira geração de uma dinastia de cozinheiros.

A toda essa tradição, Claude juntou os ingredientes brasileiros ao se mudar para o Rio, por paixão à mulher e à cidade. Junto com Laurent Suadeau foi um dos responsáveis pelo salto que a gastronomia deu a partir dos anos 80, e desde 2005 tornou-se uma celebridade televisiva ao apresentar junto com Renato Machado (substituída depois por Denise Novaoski) o Menu Confiança, na GNT. Este ano, estreou o programa-solo Que Marravilha, em que ensina incautos amadores a cozinhar pratos especiais escolhidos por eles.

Toda essa excelência culinária e simpatia pessoal estavam presentes no jantar de terça-feira, que teve como amuse-bouche ovos mexidos com caviar frito; mil folhas de palmito pupunha, ceviche de vieiras e mousse dehaddock como entrada; robalo em crosta de quinua, tomate e limão siciliano confit (foto) – que foi o destaque da noite - ; seguido por costela de cordeiro em crosta verde e aipim crisp; e, como sobremesa, crepe suflê de frutas vermelhas. Recordando aquela noite, cito novamente Veríssimo a respeito de sua visita a Roanne: deixa eu secar esta saudosa lágrima que me surge, estranhamente, no canto da boca”.

Sabores de Indaiatuba


Algumas coisas não ficaram claras no Festival Gastronômico Sabores de Indaiatuba, então vamos a elas. A Comissão Julgadora não vai escolher o melhor salgado ou melhor boteco, pelo menos nesta edição. O objetivo é ajudar os bares a melhorarem seus serviços e produtos para fomentar o turismo etílico-gastronômico, então as considerações dos jurados não será aberta ao público, mas ficará a disposição de cada estabelecimento visitado. A partir do próximo ano, o evento poderá ter caráter competitivo, cabendo aos melhores colocados o selo de qualidade do Comtur. A Ginga de Garçons, que acontecerá durante a final, no dia 16 de outubro, deve ter o horário alterado para facilitar a participação dos concorrentes, provavelmente para as 16h, entre os horários de almoço e jantar.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Que Marravilha!

Na edição de amanhã, dia 18, da Tribuna de Indaiá, publico uma nota sobre o jantar do chef Claude Troisgros na coluna Navegando. O evento aconteceu terça-feira no Bellini, do Hotel Vitória, de Campinas. Não vou repetir o que vai sair no jornal – pelo menos até a publicação – por uma questão profissional, mas vão aqui algumas coisas que não escrevi lá.

 

As meninas da Alfa: Daniela, Mônica e Julia – belas e competentes

Em primeiro lugar, como sempre, há que se elogiar o trabalho das meninas da Alfapress na recepção à imprensa, sempre deixando todos a vontade e nunca permitindo que o jornalista fique perdido no evento, fato muito mais comum do que pensa. O chef Claude demonstrou ao vivo toda a simpatia que desfila no GNT, seja no Menu Confiança (acabou?), seja no novo Que Marravilha!. Os pratos servidos no jantar foram exemplares do estilo que o consagrou, que mistura a culinária francesa aos ingredientes brasileiros, contingência surgida, segundo ele, da necessidade de trabalhar com produtos frescos. Hoje, ele já acha que o foie gras nacional superior ao francês. Na entrevista com a editora do Caderno C do Correio Popular, Daniela Prandi, ele conta qual sua pior experiência com a comida brasileira, que não saiu na matéria de quarta-feira. Em visita a Belé do Pará, ele foi levado por um amigo a provar um prato a base de tucupi fermentado no método indígena, que ele até achou interessante. Quinze dias depois, ele reencontrou o amigo, que perguntou se Claude sabia como era feito o tucupi que havia provado. Ante a resposta negativa, o outro disse: “as índias mastigam a mandioca para fermentá-lo. E tem que ser as velhas, porque as novas não prestam para isso”. “Aquele tucupi começou a revirar no meu estomago 15 dias depois que eu tinha comido”, relembra divertido. “Para vocês verem como essas coisas são psicológicas...”.

Amuse-bouche

Ovos mexidos com caviar frito

Entrada

Mil folhas de palmito pupunha, eviche de vieiras, mouse de haddock

Primeiro prato

Robalo em crosta de quinua, tomate e limão siciliano confit

Segundo prato

Costela de cordeio em crosta verde, aipim crisp

Sobremesa

Crepe suffle de frutas vermelhas

A sensação da noite foi o primeiro prato – embora o cordeiro também estivesse ótimo. O toque diferente foi dado pelo limão siciliano confit. A chef Cristina Róseo, titular do Bellini e do Kindai, explicou que o limão fica em conserva em seu próprio suco e sal, e que antes de ser usado é lavado. “Usa-se só a parte da casca”, disse.