sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A morte de Blake Edwards

Outro dia mesmo comentei A Corrida do Século, uma das minhas comédias subestimadas favoritas, dirigida por Blake Edwards, que morreu ontem aos 88 anos de idade.Certamante meu amigo Ige D'Aquino está revendo a série A Pantera Cor de Rosa em sua homenagem.

Em que pese sua longevidade, Edwards não filmava desde 1993, merce do mercado americano que impede que um diretor com certa idade exerça sua profissão por causa do seguro. E pior, seu canto de cisne foi a frustrada tentativa de ressuscitar o grande personagem que criou junto com Peter Sellers, o inspetor Closeau, na figura de um suposto filho, interpretado pelo futuramente famoso Roberto Benigni (é difícil perdoar o cineasta por isso).
Seu primeiro sucesso foi a divertida comédia passada na guerra, Anáguas a bordo, de 1959, com Cary Grant e Tony Curtis, que deu origem a uma série de TV. É o início de uma grande fase, que prossegue com Bonequinha de Luxo (1961), que como disse Inácio de Araújo, é o filme mais leve a tratar de prostituição; Vício Maldito (1962), com Jack Lemmon e Lee Remick vivendo um casal de alcoólatras; e, finalmente, em 1963, A Pantera Cor de Rosa. Em A Vida e Morte de Peter Sellers (2004) há uma visão da criação de Closeau que lembra muito como Robert Downey Jr. chega a Carlitos em Chaplin. De fato, o personagem era secundário na trama e era para ser apenas um policial pomposo e idiota. O formato final do inspetor seria dado apenas em Um Tiro no Escuro, lançado no ano seguinte.A Corrida do Século, de 1965, não fez o sucesso que se esperava, apesar de ser genial.
Segue-se um fase de maus resultados nas bilheterias, apesar de Um Convidado bem Trapalhão, de 1968, hoje um cult movie, que não fez muito sucesso na época. É quando ele convence Peter Sellers a voltar a usar a capa e o chapeuzinho de Closeau em A Volta da Pantera Cor de Rosa, onze anos depois de Um Tiro no Escuro. Seguem-se A Nova Transa da Pantera Cor de Rosa (de 1976, para mim, a mais divertida) e A Vingança da Pantera Cor de Rosa (1978), que foi a despedida de Sellers do papel que o marcou, já que ele morreu em 1980. Edwards fez mais tres filmes importantes, Mulher Nota 10 (1979), que transformou Bo Derek num dos sex symbols da época, S.O.B. (1981), abreviação de Son of a Bitch, um acerto de contas com a indústria, e Victor ou Victória (1982) comédia musical que resgatou a sua carreira e a de sua mulher Julie Andrews, e que até hoje é sucesso quando remontada nos palcos.
Depois disso seguiram-se tentativas patéticas de faturar com o cadáver do Inspetor Closeau e alguns filmes rotineiros que não faziam jus á sua antiga forma. Em todo o caso, sua obra como um todo é um das mais divertidas da história de Hollywood.

Um comentário:

Barbara disse...

eu comprei um roupão d banho da pantera cor de rosa....hahahahahaha