segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Esperando Beckett


A Revista Cult, a Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo publicaram matérias referentes aos 20 anos da morte de Samuel Beckett, um dos criadores do Tetro do Absurdo.Vencedor do Premio Nobel de 1969, que ele nunca foi buscar, tornou-se um dos dramaturgos mais importantes do pós-guerra. Para o próximo ano a Cosac Naify vai lançar uma nova tradução de Dias Felizes e promete a publicação da Antologia Beckett, com texto críticos sobre o autor. A mesma editora já foi responsável por novas traduções de Esperando Godot e Fim de Partida, além do primeiro texto dele escrito em frances, Primeiro Amor, e Proust, um estudo sobre o escritor de Em Busca do Tempo Perdido. Na foto, a grande dama dos palcos brasileiros, Cacilda Becker, em Esperando Godot, sua derradeira performance.

Altman


O grande Robert Altman volta à cena três anos após sua morte por conta do lançamento de Robert Altman: The Oral Biography, do jornalista Mitchell Zuckoff. Trata-se de um calhamaço de 500 páginas que não sabemos se ou quando ganhará versão em português. Mas o livro é uma ótima justificativa para reavaliar sua obra. Zukoff afirma em entrevista para a Folha de S. Paulo que o legado de Altman é maior que seus filmes. O legado de eterno rebelde que se recusava a se dobrar à tirania da grana? Isso de nada adiantaria se sua obra fosse medíocre. Ele já era um veterano na TV e trabalhos menores no cinema quando o projeto M.A.S.H. caiu em seu colo. Segundo os extras do DVD, tratava-se de um projeto de pequeno orçamento – cerca de US$ 3 milhões – e que ficava à sombra de outras duas superproduções de guerra da Fox: Tora, Tora, Tora, sobre o ataque a Pearl Harbor, e Patton, centrado na atuação do polêmico general americano no front europeu. Altman fez disso uma vantagem: desde que não chamasse a atenção estourando prazos e orçamentos, os executivos da Fox o deixariam em paz. Graças a isso pode ser tão irreverente e anticonvencional, introduzindo subliminarmente uma sátira ao conflito do Vietnã, embora o filme se passasse na Coréia. Quase toda sua filmografia a seguir seria baseada na desconstrução: do Velho Oeste em Jogos e Trapaças e Buffalo Bill, da indústria da musica country em Nashville, da ritualização do matrimônio em Cerimônia de Casamento, da indústria da moda em Pret-a-Porter, a aristocracia inglesa no entre guerras em Gosford Park. Mas provavelmente, a desconstrução que o divertiu foi a de um jovem produtor de cinema em O Jogador , filme que o resgatou do limbo que foram os anos 80 para ele. Na foto, o único Oscar que Altman ganhou, pelo conjunto de sua obra, pouco antes de morrer.

Plágio?


Mal foi lançado e já surgiram acusações de que Avatar seria um plágo de uma HQ lançada pela Marvel nos anos 80 chamada Time Spirits. Blogeiros americanos levantaram a lebre e disponibilizaram na web imagens comparativas entre o filme de James Cameron e a graphic novel de Steve Perry e Tom Yeates, publicada pelo selo Epic. A história parece não deve ter sido lançada no Brasil mas pelas imagens disponibilizadas na Internet, pouca coisa lembra Avatar além da mulher azul seminua com características felinas. Ok, tem também o confronto entre nativos e militares modernos. Mas é pouco para caracterizar plágio. Ao contrário de Harry Potter e a série de Neil Gaiman Livros da Magia, publicado pela DC anos antes da primeira aventura em Hogwarts. Mas isso é outra história....

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Morre Dan O'Bannon


Dan O'Bannon, o roteirista de clássicos do terror e da ficção científica como "Dark Star" (1974) e "Alien" (1979), morreu na quinta-feira em um hospital em Los Angeles aos 63 anos, informou hoje a imprensa americana.

Antes de escrever junto a Ronald Shusett o roteiro de "Alien", um dos títulos mais famosos do cinema da ficção científica, O'Bannon estreou com "Dark Star".

O'Bannon também foi responsável pela edição do filme, no qual também atuou.

Também trabalhou nos efeitos especiais de "Star Wars" (1977), a primeira parte da saga de George Lucas.

Mas foi "Alien" que definiu totalmente sua carreira e que manteve seu nome nos créditos de todos os filmes posteriores da saga.

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Tudo bem, ele escreveu Alien, mas também é dele uma das histórias em quadrinhos mais influentes de todos os tempos, The Long Tomorrow, em parceria com Moebius. O'Bannon forneceu o texto de um film-noir do futuro e o desenhista o visual futurista pós-moderno, e ambos inspiraram Blade Runner e O Quinto Elemento, além de ter virado um episódio do desenho Heavy Metal.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

David Bowie fica no topo de lista de álbuns mais gays de todos os tempos (Virgula)


A revista norte-americana Out, voltada para o público gay, colocou o clássico de David Bowie The Rise And Fall Of Ziggy Stardust & The Spiders From Mars no topo de sua lista dos discos mais gays de todos os tempos, deixando para trás os Smiths, Judy Garland, Tracy Chapman e Elton John.

O top 100 organizado pela revista teve jurados de vários setores da sociedade, incluindo artistas do calibre de Cindy Lauper, que colocou na lista seu disco clássico She's So Unusual.

Veja abaixo os 20 primeiros da lista e veja o resultado final

1 - The Rise And Fall Of Ziggy Stardust & The Spiders From Mars - David Bowie
2 - The Smiths - The Smiths
3 - Tracy Chapman - Tracy Chapman
4 - Indigo Girls - Indigo Girls
5 - Judy at Carnegie Hall - Judy Garland
6 - The Queen Is Dead - The Smiths
7 - Goodbye Yellow Brick Road - Elton John
8 - The Immaculate Collection - Madonna
9 - She's So Unusual - Ciydi Lauper
10 - I am a Bird Now - Antony and the Johnsons
11 - Trilha sonora de Rock, Amor e Traição - Vários
12 - The Velvet Underground & Nico - The Velvet Underground & Nico
13 - Dilate - Ani DiFranco
14 - The Innocents - Erasure
15 - Faith - George Michael
16 - A Night at The Opera - Queen
17 - Transformer - Lou Reed
18 - Listen Without Prejudice - George Michael
19 - The B-52's - The B-52's
20 - A Day At The Races - Queen

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Alguns são geniais, mas todos são divertidos. Gozado que não tem nenhum Disco.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Excelente texto publicado no Terra

"Gelo e limão, senhor?"

Rui Daher
De São Paulo

Não sou especialista a ponto de saber se o setor de bares e restaurantes poderia ser incluído na categoria de agronegócios. É um serviço realizado fora das porteiras das fazendas, a partir de produção que sai de seus interiores. Mas confesso não me lembrar de cardápio ou lousa escrita a giz com ofertas que não fossem de origens vegetal e animal.

Sendo assim, eles sabem muito bem o quanto pagam pelas matérias-primas e podem usá-las para referenciar suas planilhas, agregarem os demais custos, margens de lucros, e estabelecerem os preços em seus cardápios.

Não é isso, no entanto, o que parece quando você ousa uma aventura pelas casas de repasto. Não me refiro às muito estreladas, Fasanos, Atalas ou Jacquins, que acrescentam a seus preços os espaços que ocupam na mídia e o ego de seus chefs. Incomensuráveis, portanto.

Penso naqueles restaurantes e bares médios que, mesmo com "sérias restrições orçamentárias", você arrisca visitar em ocasiões especiais. Desatinos provocados por convites, indicações, ou curiosidade: "comi uma massa deliciosa num restaurante de Pinheiros, você vai adorar". Não pergunto se os preços são razoáveis. Diz a teoria da relatividade que os processos físicos dependem do estado de movimento dos instrumentos de medição em relação ao objeto. No caso, o bolso.

Na semana passada, caí numa dessas. Como o local não estava nos guetos do luxo da cidade, otimista, segui, e logo me deparei com a faca hedionda, a que te enfiam quando cobram um prato de macarrão - pois é disso que se trata - R$ 45,00.

Não pensem que fiz a escolha mais cara. Todas as massas custavam acima de 40 e algumas passavam da meia centena de reais. Nem imaginem que trufas escandalosamente raras faziam parte do prato, ou que os poucos gramas de queijo mascarpone e as três lascas de prosciutto que encimavam o fino spaghetti di grano duro haviam sido trazidos da Itália pelo rapaz que no fim de semana agrediu Silvio Berlusconi.

Todos são ingredientes que podem ser encontrados nos bons empórios a preços provavelmente mais caros do que os pagos aos fornecedores dos restaurantes.

Fiz questão de repetir o prato em casa, para quatro pessoas, mantendo a proporção do que me foi servido no restaurante. Receita simples, sem segredo de chef, o resultado saiu igual. A exceção foi o gasto. Doze reais, ou três reais por pessoa. Ou seja, a preços de varejo, a matéria-prima que estava em meu prato não chegava a representar 7% do que me foi cobrado.

Sei, sei, bares e restaurantes pagam formidáveis salários a seus empregados, cumprem à risca a escandinava carga tributária do país, precisam repor as peças quebradas pelos descuidados funcionários, itens que não entraram em meu custo caseiro. Penso que nem no deles.

Os bons restaurantes da cidade, em geral, não seguem planilhas de custos, mas sim os preços de seus similares acrescidos da pretensão de cada um: "tal casa está cobrando entre 35 e 40 reais um prato de massa, mas a 'nossa' é mais 'al dente', a louça mais bonita, a hostess mais simpática, daí podermos cobrar entre 40 e 45 reais" . E de subida em subida na escala bonita e gostosa, os preços vão aumentando através de comparações empíricas. O raciocínio serve para carnes, peixes, saladas, o que for.

A agropecuária poderia fazer o mesmo. "O meu rebanho está com um brilho mais intenso do que o dos vizinhos, vou aumentar 5% o preço da arroba; o agrônomo que recomendou o manejo da minha lavoura de feijão tem pós-doutorado na ESALQ, posso cobrar o dobro pela saca" .

Bom, não?

Rui Daher é administrador de empresas, consultor da Biocampo Desenvolvimento Agrícola.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Campeões de 1994 e 2002 se enfrentam em Itu

Diversos jogadores presentes nas conquistas das Copas do Mundo de 1994 e 2002 se reunirão em Itu, dia 22 de dezembro, para um amistoso beneficente. O duelo entre campeões de 1994 x campeões de 2002 foi organizado por Juninho Paulista, que esteve no grupo que faturou o pentacampeonato mundial.

Do selecionado de 1994 já confirmaram presenças Zetti, Gilmar Rinaldi, Márcio Santos, Ricardo Rocha, Mauro Silva, Raí, Paulo Sérgio, Bebeto, Zinho, Viola.

Do grupo de 2002 participarão Juninho Paulista, Roberto Carlos, Roque Júnior, Luizão, Edilson, Vampeta, Júnior e o técnico Luiz Felipe Scolari.

A seleção que conquistou o título nos Estados Unidos, em 94, será reforçada por alguns atletas da Copa de 98, entre os quais Júnior Baiano, Cesar Sampaio, Doriva e Edmundo. O lateral Cafu jogará um tempo em cada seleção.

Ainda não confirmaram presença Taffarel, Jorginho, Aldair, Ronaldão, Dunga, Muller, Marcos, Rogério Ceni, Edmilson, Kleberson, Rivaldo, Ricardinho e Denilson.

Campeão em 94 e 2002, o atacante corintiano Ronaldo segue em férias na Espanha e não participará do evento.

O ingresso para o amistoso deverá ser trocado por um quilo de alimento não perecível. É permitido no máximo dois ingressos por pessoa. A troca deverá ser realizada nos dias 19, 20 e 21 de dezembro, das 10 às 18 horas, nas bilheterias do estádio Novelli Júnior. No dia do jogo, não haverá troca de ingresso.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Deu no Terra

Presidente do DEM vê 'falta de solidariedade' do PSDB na crise do DF

Hahaha. Como diria Nelson Rodrigues, supostamente citando Otto Lara Rezende, "o mineiro só é solidário no câncer".

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

SP Escola de Teatro


No último dia 25 foi inaugurada a SP Escola de Teatro - Centro de Formação das Artes do Palco, com as presenças do governador José Serra e do vice-governador Alberto Goldman. Serão oferecidos oito cursos: atuação, cenografia e figurino, dramaturgia, direção, humor, iluminação, sonoplastia e técnicas de palco.
A escola deverá oferecer 1,2 mil vagas ao ano. Duzentas delas para alunos regulares e as restantes serão destinadas a alunos de cursos de difusão cultural. As inscrições para o processo seletivo dos alunos regulares vão até sexta-feira e devem ser feitas pessoalmente na sede provisória da escola. Há 25 vagas em cada um dos oito cursos. Os alunos que cursaram todo o ensino médio na rede pública e que têm renda individual de, no máximo, R$ 1.090,00, ganharão bolsa de estudo de R$ 545,00 mensais. Serão oferecidas 100 bolsas para o primeiro semestre de 2010. Os interessados devem manifestar seu interesse no ato da inscrição.
O governador José Serra disse que a escola é a concretização de uma idéia que nasceu em 2005, quando ele era ainda prefeito da capital. "É um projeto único. São Paulo ainda não tinha uma escola de teatro. Não é apenas uma escola de dramaturgia ou artística. Vai ter também infraestrutura, cenografia, sonoplastia, enfim, tudo aquilo que está ligado à produção da peça. Vamos formar muitos especialistas e gente capacitada. Vamos ampliar o mercado de trabalho. É um sonho realizado", enfatizou.
Já o vice Goldman exaltou a importância de investimentos na área cultural na cidade durante seu discurso. "Todos veem aquilo que é a pujança de São Paulo: sua indústria, seu campo, suas universidades. Poucas vezes se percebe o salto que a cultura deu no Estado. Poucos veem os diversos empreendimentos culturais que estão em andamento", reforçou.
A população poderá participar de palestras, debates e workshops produzidos pela instituição. Desta quinta, 26, ao dia 29 de novembro, estão previstos alguns eventos com os coordenadores da escola e convidados, entre eles o diretor de teatro Emílio Di Biasi e a atriz Denise Fraga. Na noite de inauguração, os convidados puderam conferir a exposição de projetos cenográficos "Espaços Teatrais: A Evolução da Arquitetura Cênica na História e sua Interação com o Som e a Luz".

Instalações

O prédio da Oficina Cultural Amácio Mazaroppi, onde funcionará a São Paulo Escola de Teatro até sua sede ficar pronta, foi projetado em 1911 para abrigar a antiga Escola Normal do Brás. Depois sediou a Escola Padre Anchieta e hoje, além de ser um patrimônio histórico do Estado (tombado pelo Condephaat em 1988), abriga a Oficina que é responsável pelo resgate da cultura popular e pelo intercâmbio entre artistas com atividades de formação e inclusão cultural voltado para o público amador e profissional.

Com a chegada da São Paulo Escola de Teatro ao local, a Oficina será adaptada para receber cerca de mil alunos, até a sua sede administrativa ficar pronta, no segundo semestre de 2010, na Praça Roosevelt. O imóvel, que passa por reformas, possui mais de 1,7 mil m². No local, além de salas de aula, teatro, auditório, haverá espaço de exposições, biblioteca, camarins, salas multimídia, ateliês, vestiários e espaços para ensaio.

(Foto: Gilberto Marques)