terça-feira, 4 de março de 2008

A Guerra Fria cultural


Acabo de ver em "Milênio", da Globonews, Sílio Boccanera entrevistando a pesquisadora Frances S. Saunders, autora de "Quem Pagou a Conta?", que narra como a CIA financiou artistas, publicações, intelectuais de esquerda de direita como forma de combater o comunismo. Ela conta que a agência americana de espionagem tinha implicância especial contra Jean-Paul Sartre e Pablo Neruda, chamado pelos agentes de "Sartre da América Latina". Quando descobriram que o chileno iria ganhar o Prêmio Nobel de 1963, promoveram uma campanha contra ele que envolveu até a compra de votos na Academia Sueca que concede a láurea. Conseguiram impedir a vitória de Neruda naquele ano, mas quem acabou ganhando foi Sarte! E Neruda acabaria levando o Nobel em 1971...
E que dizer da descoberta que a CIA financiou Jackson Pollock e outros artistas do Expessionismo Abstrato porque a URSS havia declarado que a Arte Abstrata representava o Ocidente Capitalista decadente? Ou que o livro "O Zero e o Infinito", de Arthur Koestler, teve 50 mil exemplares comprados pela agência americana para promover o anticomunismo e a KGB adquiriu quase todos os volumes encontrados em Paris para tirá-lo de circulação, o que, somado, tornou Koestler rico graças aos royalties?

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