Na terça-feira, foi com prazer dos velhos tempos que li a entrevista com Eric Hobsbawn, terça-feira na Ilustrada, na nova versão eletrônica da Folha de S. Paulo. O mais importante historiador vivo terá sua principal obra – a trilogia sobre o “longo século XIX” – reeditada no Brasil. O primeiro volume, A Era das Revoluções, foi lançada em 1962, o segundo, A Era do Capital, em 1975 e o terceiro, A Era dos Impérios, em 1987. O mais recente teve 11 edições nacionais anteriores, sendo a última em 2007, há apenas dois anos. Por que uma nova edição com a última ainda podendo ser encontrada nas livrarias? Muito do que aconteceu no século XX e acabou desembocando neste nosso momento foi esboçado – quando não desenhado mesmo – no período que vai da Revolução Francesa até a I Guerra Mundial.
Perto de se comemorar os 20 anos da Queda do Muro de Berlim, Hobsbawn acha oportuna a celebração, porque a atual crise representa o fim de um ciclo que começou a ruir junto com a Cortina de Ferro. Para ele, os ex-membros do Pacto de Varsóvia estão tendo dificuldades em romper com o legado comunista, mas é o Ocidente quem precisa refletir sobre o que aconteceu durante a Guerra Fria e o que pode ser feito para evitar um novo colapso.
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