quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Brasil e Argentina nem sempre foi assim

O programa Bate-Bola da ESPN fala sobre a rivalidade Brasil e Argentina e o PVC lembra que em 1974, no primeiro confronto entre as duas seleções em Copa do Mundo, o peso das duas camisas era muito diferente. Enquanto o Brasil havia se consagrado tricampeão mundia el 1970, los hermanos sequer haviam se classificado para o México. Apesar da contabilidade nos confrontos diretos na época ser francamente favorável aos argentinos, nos Mundiais pós-1950, a participação portenha era ridícula, com frequentes vexames. O grande rival sulamericano do Brasil era o Uruguai, graças ao fantasma do Maracanazzo e de uma dificil semifinal em 1970.
Àquela altura, no início dos anos 70, apenas fósseis que se lembravam do domínio argentino no futebol continental, anos de La Máquina do River Plate, levavam eles a séria. Nós, então garotos, no perguntávamos, mas porque tanto respeito com a Argentina. Mesmo o titulo de 1978 - na marra - não fez com que levássemos o país vizinho a sério. Mesmo com o aparecimento de Maradona, levamos vantagem nos primeiros confrontos contra eles, até 1986. Aí, podemos dizer, os argentinos recuperaram o prestígio internacional e começou, de fato, uma nova fase da rivalidade com o Brasil (na época eles foram bi e nós éramos tri).
Nas minhas memórias de garoto crescido em pleno Regime Militar, também não registrei a animosidade contra os argentinos como vemos na mídia hoje em dia. Sabíamos que as Forças Armadas Brasileiras faziam habitualmente jogos de guerra em cenários contra a Argentina, e que Itaipu era vista por ambos os lados como potencial instrumento bélico (dizem que se as comportas da hidrelétrica forem todas abertas de uma só vez, Buenos Aires ficará debaixo d'água). Mas nos jornais e na TV, não se explorava essa rivalidade, talvez desestimulada pelos próprios militares, temendo criar constrangimentos com seus parceiros de Operação Condor.
Hoje em dia, a competição entre os países já extrapolou para outros esportes, para a economia,  e outros setores. Mas, por outro lado, buscamos conhecer mais a riqueza cultural e o melhor que o país vizinho tem a oferecer, o que não acontecia nos anos de chumbo.

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