sábado, 13 de agosto de 2011

O Último Tango em Paris

O terceiro volume (porque os dois primeiros saíram juntos semana passada) da Coleção Folha Cinema Europeu teoricamente sai amanhã, mas já pode ser encontrado nas bancas de Indaiatuba hoje. Trata-se de O Último Tango em Paris, filme que fiou famoso por causa do uso heterodoxo da manteiga. De fato, o que era ousado em termos de sexo ficou ultrapassado diante da sacanagem que rola hoje (Se bem que, em cinema, vivemos ciclos alternantes de liberalidade e moralismo. Hoje, estamos no segundo caso.).
Se o sexo sem amor virou lugar comum, o que fica desta obra é atuação de Marlon Brando, talvez a maior de sua carreira. Para variar, ele não decorava as falas, ms improvisava muito, inclusive na célebre cena da manteiga (parece que ele mesmo costumava usa-la como lubrificante) e do monólogo diante do caixão da mulher - só comparável ao que ele havia feito em Um bonde chamado desejo. Também admirável a fotografia do mestre Vittorio Storaro, inspirada nos quadros de Francis Bacon. A então jovem Maria Schneider, morta em fevereiro deste ano, não fez muitos filmes depois, mas trabalhou em Passageiro: Profissão Repórter, com ouro grande diretor italiano - Michelangelo Antonioni - e outro espetacular ator americano - Jack Nicholson, antes de entrar no piloto automático.
Rubens Edwald Filho fez uma admirável análise do filme para comentar seu lançamento em DVD, sem bem que deve ser uma colagem de diversos artigos que ele escreveu a seu respeito ao longo do anos (repare que há muitos trechos repetitivos) mas ainda assim, vale a pena.

Nenhum comentário: