terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Pitacos para o Oscar: O Lado bom da Vida e Os Miseráveis

Anne Hathaway em seu momento Oscar
Já comentei aqui "Django Livre" e "Lincoln" dentre os favoritos ao Oscar. Acabo de ver "Os Miseráveis" e na sexta assisti "O Lado bom da Vida". Vamos primeiro ao musical.
Decididamente, se eu não tivesse visto no cinema, dificilmente assistiria em home video. Por diversas vezes rezei por um botão de fast foward. A chuva caia do lado de fora do Polo Shopping e eu me preocupava mais se eu tinha fechado as janelas do carro do que com o filme. Musical da Broadway não é comigo.
Mas deu para chegar a algumas constatações em relação ao Oscar. 1) Anne Hathaway é mesmo a favorita como Atriz Coadjuvante; 2) Hugh Jackman não é páreo para Daniel Day-Lewis e 3) Num ano sem favoritos, pode ser o vencedor do Oscar, mas sem merecer. A longa e complicada trama de Victor Hugo é resumida ao mínimo, e ainda assim deu 158 longos minutos, que a direção de Tobe Hopper faz com que a gente os sinta todinhos. Os alivios cômicos de Sacha Baron Cohen e Helena Bonhan Carter (a antiga especialista em heroínas de época virou a megera de época?) mais enche os culhões do que diverte. Em termos de canto-atuação, Anne realmente "se joga" na sua cena-chave, mas é preciso destacar também a afinação de Amanda Seyfred como Cosette  (personagem que foi resumidíssima) e a competência da desconhecida Samantha Barks como Eponine, papel que ela viveu nos palcos londrinos e no DVD comemorativo dos 25 anos do musical. O garoto Daniel Huttlestone, o Gavroche, também foi pinçado da montagem britânica que ficou em cartaz entre 2010 e 2011. E se Hugh Jackman fez jus à sua formação em musicais na Austrália, Russell Crowe ficou fora do tom, do canto e do personagem. Ainda mais quando lembramos do Javert de Geoffrey Rush na versão de 1998, dirigida por Billie August.

Jennifer e Bradley: ambos indicados, mas ela é que é favorita

"O Lado bom da Vida", por seu lado é uma comédia romântica disfuncional, mas que funciona até para o público masculino. Houve quem se queixasse da previsibilidade, mas se assim não fosse, deixaria de ser comédia romântica. A ótima direção de David O. Russell passou em branco nas indicações do Oscar, Globo de Ouro e do Sindicato dos Diretores. Mas parece que a jovem Jennifer Lawrence vai mesmo levar a estatueta dois anos depois de sua primeira indicação por "Inverno da Alma", confirmando o talento demonstrado nesse drama que foi exibido na cidade pelo Cineclube Indaiatuba. Já a indicação de Bradley Cooper serve mais para dar credibilidade ao astro, que se sai surpreendentemente bem, mas não é páreo para o Abraham Lincoln de Daniel Day-Lewis. Robert de Niro está bem como o pai maníaco? Sim, talvez seja seu trabalho mais a sério dos últimos anos, mas acho que Tommy Lee Jones volta a levar o premio de coadjuvante 19 anos depois de "O Fugitivo".Achei muito melhor que "Os Miseráveis", mas pelo andar da carruagem, não leva a o prêmio principal da Academia.

Dentre os favoritos, falta ainda "A Hora mais Escura". Depois de ve-lo, volta a escrever.

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