quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Blue Jasmine: mais um triunfo de Woody Allen

Luiz Carlos Merten, d'O Estadão, um crítico e cinema que respeito (não são tantos assim) acha "Blue Jasmine" o melhor Woody Allen desta nova fase que se iniciou com "Match Point". Este filme de 2005 era inspirado em "Uma História Americana", de Theodore Dreyser, e na adaptação cinematográfica desse romance por George Stevens, chamada "Um Lugar ao Sol". Novamente o cineasta novaiorquino parte de um clássico americano, "Um Bonde Chamado Desejo", de Tenessee Williams, e da versão para o cinema feita por Elia Kazan, que transformou Marlon Brando em astro e deu o segundo Oscar a Vivien Leigh.

Cate Blanchett é Jasmine, socialite falida de Nova York que vai morar em Los Angeles com Ginger, a irmã pobre, para desgosto de Chili (Bob Carnevale), namorado desta que esperava morar com ela. Como a Blanche Dubois de Williams, Jasmine e acha o futuro cunhado um bronco. Por maio de flash backs, descobrimos que o falecido marido da ex-ricaça, Hal (Alec Baldwin) era um financista escroque que foi preso após roubar milhares de investidores, como a própria Ginger e o ex-marido dela, Augie (Andrew Dice Clay).  Desesperada para recuperar sua antiga vida, ela consegue seduzir o diplomata e aspirante a político Dwight (Peter Saasgard).

Com habilidade, e com a ajuda de um elenco bem escalado - em que Cate se destaca - , Allen escapa das armadilhas do óbvio e constrói um trama sólida em torno da protagonista. Com outro diretor e atriz, Jasmine seria uma socialite quebrada de caricatura, mas com Allen e Cate, a personagem e suas neuroses ganham uma tridimensionalidade rara mesmo na obra do cineasta.

Acho que Cate Blanchett, que já tem uma estatueta de Atriz Coadjuvante por "O Aviador", é candidatíssima ao Oscar no ano que vem. Woody Allen é especialista em obter o prêmio da Academia a seus atores. Que o digam Diane Keaton ("Annie Hall"), Diane West ("Hannah e suas irmãs" e "Tiros na Broadway"), Michael Caine ("Hannah e suas irmãs"), Mira Sorvino ("Poderosa Afrodite") e Penélope Cruz ("Vicky Cristina Bascelona"). 

Se por acaso os velhinho da Academia preferirem Sandra Bullock em "Gravidade" é o caso de internar todo mundo no asilo mais próximo.

Em cartaz em Indaiatuba no Multiplex Topázio do Shopping Jaraguá, provavelmente só até amanhã. 

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