Quando Robin Williams virou polêmica ao ironizar a vitória
do Rio de Janeiro sobre Chicago na disputa pelos Jogos Olímpicos de 2016,
dizendo que a eleição se devia às 50 strippers e ao meio quilo de pó enviadas
pela delegação brasileira ao Comitê Olímpico (piada pouco mais agressiva que os
dois episódio dos Simpsons ambientados aqui), o que me veio à lembrança foi ator
que muitas vezes deixava sua verve histriônica ofuscar seu papel e cujo único sucesso nos anos recentes era como coadjuvante
de Ben Stiller na franquia “Uma Noite no Museu”.

Após o início de carreira no cinema desastroso com “Poppeye”
(1980), dirigido por um improvável Robert Alrman, Williams fez alguns filmes
que chamaram a atenção como “O Mundo Segundo Garp” (1982), “Moscou em Nova York”
(1984) e “Clube Paraíso (1986). Ele também havia emplacado uma popular sitcom
na TV chamado “Morky & Mindy”, que nunca foi exibido no Brasil.
Se o talento já era reconhecido pela crítica, ele se tornou
conhecido pelo grande público a partir de “Bom dia, Vietnã” (1987) com seu
famoso bordão “Goood morning, Vietnam” (que lhe deu a primeira indicação ao
Oscar); e dois anos depois com “Sociedade dos Poetas Mortos (1989), sua segunda
indicação ao Prêmio da Academia de melhor Ator, apesar da pedagogia duvidosa
defendida no roteiro. Em 1990, em “Tempo de Despertar”, ajudou Robert De Niro a
obter sua primeira indicação desde o Oscar de “Touro Indomável”.
Com o belo “Pescador de Ilusões”, de 1991, vem a terceira
indicação á estatueta dourada. Nesse momento Williams já estava entre os
principais nomes da indústria, a ponto de Steven Spielberg escalá-lo para o
dream team de seu ambicioso – e fracassado – “Hook, a Volta do Capitão Gancho”,
também de 1991. Se a superprodução afundou, o mesmo não se pode dizer de seu Peter
Pan, cujo intérprete caiu como uma luva fazendo o menino que se liberta do
corpo do adulto careta.
No ano seguinte, veio mais um marco na carreira, ao
fazer a voz do Gênio de “Aladdin”.A introdução do personagem, em que Williams imita inúmeras
celebridades e diversos sotaques como uma metralhadora de gags (abaixo).
iniciou a tendência de se contratar atores
consagrados para dar voz a personagens de animações da Disney – que também foi
seguido pela Pixar – do outro abriu as comportas do histrionismo de Williams,
que a partir daí passou a improvisar mais do que interpretar. O megasucesso de “Uma
babá quase perfeita” marcou o auge da popularidade.
Em 1995, mais dois grandes sucessos, “Jumanji”, um clássico
da Sessão da Tarde, e “Gaiola das Loucas”, em que ele resuma a dança americana
em cinco segundo ao aspirante a bailarino-bofe (abaixo).
Em 1997, trabalha com Woody Allen em “Desconstruindo Harry”
e contribui para que “Gênio Indomável” coloque a dupla Matt Damon e Bem Affleck
no mapa de Hollywood, levando, de quebra o tão ambicionado Oscar (de Ator
Coadjuvante). Sua atuação em “Patch Adams, o Amor Contagia”, no ano seguinte,
contribui, no mínimo, para que os Doutores da Alegria se multipliquem no
diversos hospitais de tratamento de câncer infantil. “Amor Além da Vida” deve
ser o trabalho que seus fãs espíritas lembraram no dia de ontem.
Após a consagração do premio da Academia, sua carreira
parece entrar no mais do mesmo. Em 1999 tenta repetir “A vida é bela” com “Um
sinal de esperança” e se repete em “O Homem Bicentenário”. Tenta se reinventar
como psicopata em dois bons trabalhos, “Retratos de uma Obsessão” e “Insônia” (2002), que poucos viram.
A partir de então, como dissemos na abertura deste texto,
suas atuações mais lembradas são como o Ted Roosevelt nos dois “Uma Noite no
Museu” e usando apenas a voz em “Happy Feet”.
Aos 63 anos, não tão velho para um comediante, ainda poderia
oferecer muito ao seu público. Pena que não houve tempo.
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