quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Oscar 2016: quem leva?

A cerimônia de premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o popular Oscar, acontece neste domingo, com transmissão pelo canal pago TNT (a Globo . Nas chamadas para o programa, Rubens Edwald Filho afirma que é a maior premiação do mundo do entretenimento, o que é verdade. A penetração que a música (Grammy), TV (Emmy) ou mesmo teatro (Tony) americanos tem no mundo inteiro não se compara à do cinema, que vem se ampliando até em territórios antes inexpugnáveis, como a China.

A Grande Aposta
Se em 2015, “Birdman” era barbada, neste a disputa é bem mais equilibrada. “Spotlight”, “A Grande Aposta” e “O Regresso” são igualmente favoritos, com ligeira desvantagem para o último porque o diretor Alessandro Iñarritu ganhou Filme e Direção (justamente com “Birdman”) no ano passado. A lógica é que o Melhor Filme leva também Direção, mas não para a Academia, que recentemente esnobou Steve McQueen (“12 anos de escravidão”), e Ben Affleck (“Argo”) mesmo premiando seus filmes. Pior foi
Spotlight - Segredos Revelados
há dez anos, quando deram a estatueta para o medíocre “Crash – No limite” mas a consciência pesada fez com que premiassem a direção de Ang Lee pelo muito melhor “Brokeback Mountain”. Além do mais, se Iñarritu fizer o bis, serão três anos seguidos de mexicanos (em 2014, que levou foi Alfonso Cuaron por "Gravidade"). Só se fosse para Donald Trump perder a peruca. Enfim, no próximo domingo, é grande a chance que o Oscar vá para um cineasta sem renome, como Tom McCarthy (“Spotlight”), Adam McKay (“A Grande Aposta”). Pessoalmente, “Mad Max Estrada da Fúria” é meu preferido para Filme e Direção, mas não vai rolar.

Brie Larson em O Quarto de Jack
Nas atuações – ladies first – deve dar a novata Brie Larson por “O Quarto de Jack” como Melhor Atriz e Alicia Vikander por “A Garota Dinamarquesa”. Para mim, Charlotte Rampling em "45 anos" faz um trabalho superior e até mesmo Jennifer Lawrence em "Joy" está melhor, mesmo que o filme não ajude. O "Quarto de Jack" é totalmente centrado no garoto Jacob Tremblay, que está ótimo e não foi lembrado, talvez porque não de para enquadrá-lo como coadjuvante, e como principal não fica bem.
Nos prêmios masculinos, prevejo muita comoção pelo premio de Ator Coadjuvante para Sylvester Stallone por “Creed” (já foi emocionante no Globo de Ouro) e por finalmente darem o Oscar a Leonardo Di Caprio, nem tanto por “O Regresso”, mas pela sua carreira brilhante, que é uma rara combinação de carisma de lead man e talento como intérprete. Christian Bale está excelente em “A Grande aposta” (quem lembra de Batman ao vê-lo neste filme?) e Michael Fassbender brilha em “Steve Jobs”, mas não o suficiente para tirar o doce da boca de Leo, que se não ganhar desta vez, é melhor pensar num filme de Holocausto.
Leonardo di Caprio em "O Regresso"


Os roteiros são um capítulo à parte este ano, com vários trabalhos de alto nível, até entre os esquecidos pela Academia, como “Steve Jobs” de Aaron Sorkin. Mas pelas premiações pregressas, deve dar “A Grande Aposta”, de Charles Randolph eAdam McKay entre os Adaptados; e “Spotlight”, de Josh Singer e Tom McCarhty entre os Originais. Vencedor de dois Oscars e Fotografia, Emmanuel Lubezki deve levar o terceiro por “O Regresso”.


Divertida Mente
Este ano, o prêmio de Animação ganhou um interesse especial para nós pela indicação do brasileiro “O Menino e o Mundo”, de Alê Abreu. Se fosse no ano passado, até teria chance, mas contra “Divertida Mente”, fica difícil. Na categoria Filme Estrangeiro, nem o brazuca “Que horas ela volta?” ou o argentino “O Clã” – Leão de Outro em Veneza – entraram. O húngaro “O Filho de Saul” é o favorito, preenchendo a cota “Filme de Holocausto”. 

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