quinta-feira, 5 de maio de 2011

Futebol, cá e lá


O desastre coletivo do futebol brasileiro na noite de ontem deixou a imprensa especializada desconcertada. A eliminação de quatro dos cinco times do País na Libertadores faz com que o Brasil viva a pior campanha na disputa continental desde 1994. Mesmo o Santos que escapou da degola coletiva sofreu como o diabo para ficar no zero a zero contra o América do México, que poupou seu melhor jogador até metade do segundo tempo.
Rodrigo Bueno, na Folha de hoje, analisa o fenômeno da internacionalização do futebol no Brasil, onde a semifinal entre Real Madrid e Barcelona recebeu quase tanta atenção quanto as finais dos campeonatos estaduais. É claro que o fato das duas equipes reunirem os melhores jogadores do mundo é determinante, sem falar no fato do time de Messi praticar o que em outros tempos chamaríamos de legítimo futebol brasileiro.
Mas notem que no fim de semana entre as duas partidas semifinais da Champions League, todos os quatro times jogaram mal suas partidas pelos campeonatos nacionais.Se na Espanha, a fatura já está quase fechada em favor do Barça e na Alemanha, o Schalke não podia mais alcançar o Borussia, na Inglaterra o Manchester ainda luta para garantir o título.
Na Libertadores, todos os sobreviventes brasileiros até ontem jogaram partidas decisivas pelos Estaduais no final de semana, sendo que Gremio e Inter mais um daquelas batalhas fraticidas entre gaúchos. Juca Kfouri canta a bola na mesma Folha de hoje - sem saber ainda da catastrofe de ontem - dizendo que o mau humor de Muricy após a classificação sofrida do Santos na terça se justificava pela obrigatoriedade que lhe foi imposta de colocar uma equipe titular para disputar o Paulista, sendo que a Libertadores era infinitamente mais importante.
Pois se os europeus, mesmo na reta final de seus campeonatos nacionais, ainda podem se dar ao luxo de botas o pé no freio, já que a disputa é por pontos corridos, nos estaduais brasileiros os times tem que jogar mata-matas decisivos, diante de torcidas fanáticas que não aceitam perder nem bafinho para seus rivais. O) resultado é o que se viu ontem: elencos destroçados que seguraram até os 45 minutos iniciais, mas depois não suportaram a ofensiva de adversários mais descansados.
Restou o Santos, melhor elenco das Américas. Mas vai suportar duas batalhas contra o Coritnhians mais duas partidas decisivas contra o traiçoeiro Once Caldas na Libertadores?

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