terça-feira, 7 de julho de 2009

Som e Fúria



Acaba de estrear a aguardada minissérie Som e Fúria, de Fernando Meirelles, adaptação de um programa canadense chamado Sling and Arrows. O diretor conheceu o original quando filmava Ensaio sobre a Cegueira e se apaixonou.
No primeiro episódio já podemos observar a ambição estético-artística do empreendimento, quase uma temeridade diante do nível rasteiro da televisão aberta hoje, ainda mais levando em conta que está estreando no horário de Toma lá, dá cá.
Ao mesmo tempo que tenta retomar os temas shakespeareanos dos encontros e desencontros, a vingança, o ódio, a inveja e o ciúme, Meirelles mistura elementos brasileiros como o crítico de teatro chamado Bárbaro (óbvia referencia à temida e respeitada Bárbara Heliodora) e um diretor de vanguarda de nome Oliver Thomas, que ainda vai dar as caras. Ele encontra espaço até para a auto-referencia ao ressuscitar o divertido casal Brastemp formado por Arthur Khol e Wando Doratiottto em comerciais que ele dirigiu nos anos 80, agora transformados em uma espécei de versão brazuca dos velhinhos do balcão do Muppet Show.
Ao menos no primeiro capítulo, quem sai em vantagem são os atores menos conhecidos, que surpreendem. Os manjados parecem fazer mais do mesmo, inclusive Pedro Paulo Rangel, um ator versátil e um dos melhores do cast global. Mas muitas surpresas parecem vir por aí e dar um motivo para ficar em casa nos próximos dias.

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