quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mourinho é ótimo mas Messi é genio

Até a decisão da Copa do Rei, no dia 20 o Barcelona ostentava um tabu de seis jogos sem perder para o grande rival. Após a vitória por 1 a 0, quem ameaçava criar uma escrita era José Mourinho, que no ano passado havia eliminado a já poderosa esquadra catalã da Copa dos Campeões da Europa, pela Inter de Milão. Ainda na fase de grupos da Champions League anterior, Mourinho colocou seu time para jogar contra o Barça como se fora Juventus, não a Velha Senhora de Turim, mas o Garoto Travesso da Moóca. Foi deprimente ver o campeão italiano jogando como se fosse um time pequeno em pleno Giuseppe Meazza. Só que àquela altura, seria mesmo suicídio jogar de igual pra igual contra Messi e companhia, e Mourinho não se acanhou. Mais tarde, nas semifinais, ele usaria o que tinha aprendido naquela fase de grupos.
Após o massacre de 5 a 0 no primeiro turno do Espanhol, parecia que o técnico portugues havia usado as lições no empate no returno há duas semanas, com a final da Copa do Rei indicando que ele tinha conseguido a formula para parar o Barcelona.
Hoje, a tática da marcação sobre pressão parecia funcionar de novo, com o time catalão tocando a bola como sempre mas sem conseguir levar perigo à meta de Casillas. O problema com a marcação sobre pressão aplicadas em equipes como o Barcelona são dois: o time se cansa ao correr atrás da bola e as faltas se tornam inevitáveis. E quando o marcador é um sem noção como Pepe, as expulsões são as consequencias. É isso que faz com que o Real termine as partidas contra o Barcelona com dez, e não erros de arbitragem.
É curioso observar que o Barcelona não sentiu tanto a falta de Iniesta ontem quanto sentiu a de Puyol no dia 20. Xavi e Messi tem talento para jogar com um parceiro menos dotado, como Keita, mas Piqué não se sai tão bem sem seu companheiro de zaga. Além disso, o recuo de Busquets para a área coloca Mascherano na sua função, o que nunca é bom.
Com um a mais e com a defesa segura, sobra o que? Messi, e ele fez a diferença. Misto de centroavante oportunista como no primeiro gol e mestre nas arrancadas a partir da intermediária, o argentino resolveu o jogo em dois lances. Como outro especialista em arrancadas, Ronaldo, disse: o segundo gol é para entrar para a história e será revisto para sempre.
O que resta a Mourinho no segundo jogo? Sem seus dois brucutus, Sergio Ramos e Pepe, resta-lhe apostar no talento, e ele tem um banco melhor que o do Barcelona, com Kaká como possivel arma secreta. Caso ele opte em ir para o tudo ou nada, a partida de terça pode ser, de fato, o que se esperou dessa série de clássicos, que só aconteceu em parte no segundo tempo da partida de ontem.

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