O Cineclube Indaiatuba traz na próxima quinta, dia 2, o filme “As Aventuras de Moliére – Um Irreverente e Adorável Sedutor”, do ex-crítico de cinema Laurent Tirard. A sessão será às 19h30, seguida por debate com o público e ingresso único a R$ 4,00.
Jean-Baptiste Poquelin, vulgo Moliére, é o nome mais conhecido da Santíssima Trindade do Teatro Iluminista Francês - junto com Corneille e Racine - tendo obras como “Tartufo”, “O Doente Imaginário”, “O Burguês Fidalgo”, “As Preciosas Ridículas” e “O Avarento” sendo montadas até hoje.
Mas que o expectador não espere uma biografia do dramaturgo ou alguma aventura conhecida de Moliére. O roteiro aproveita uma fase obscura da vida do escritor, logo após sua prisão por falência de sua companhia teatral. Oficialmente, ele teria sido libertado por influência do pai, que era tapeceiro real, mas no filme é o rico buguês Jourdain que o livra da cadeia, propondo-lhe em troca quer o eduque e que escreva cartas em seu nome pra que ele conquiste a jovem e bela viúva Celimène.
A partir daí, o roteiro do próprio diretor Tirard e de Gregoire Vigneron faz com Moliére o que “Shakespeare Apaixonado”, escrito pelo premiado dramaturgo Tom Stoppard e Marc Norman, fez com o Bardo inglês. Ou seja, reúne passagens da obra do escritor retratado e os costura na narrativa de forma a dar a entender que esses episódios vividos ou observados inspirariam o autor a escrevê-los mais tarde.
Assim, Moliére vai à casa do “burguês fidalgo” (Jourdain é o nome do personagem-título dessa peça) disfarçado de padre para ocultar sua missão e, lá, se interessa pela mulher deste, Elmire, nome da personagem feminina principal de “Tartufo”, apelido, aliás, adotado pelo próprio autor como falso religioso. Em outras situações de “O Burguês Fidalgo”, filha de Jourdain está apaixonada por um rico plebeu, mas o pai quer casá-la com um nobre para garantir um título à família e há ainda o fidalgo sem escrúpulos Dorante, que explora a boa fé do rico arrivista.
Esse tipo de história só funciona com autores cujas obras já caíram na cultura popular – casos de Shakespeare e Moliére. Dificilmente daria certo com Ben Jonson ou Racine, por exemplo. Se “Shakespeare Apaixonado” trazia Gwyneth Paltrow no auge da fama, coadjuvantes de luxo como Ben Affleck e Geoffrey Rush (recém “oscarizado” por “Shine”) mais um fabuloso elenco de coadjuvantes ingleses; “As Aventuras de Moliére” traz Romain Duris (“O Albergue Espanhol”), um dos atores mais requisitados do moderno cinema francês, como protagonista; Fabrice Luchini (“Confidências muito Íntimas”, “Coronel Chanert”) como Jourdain; Ludivine Sagnier (a ninfeta erótica de “Swimming Pool” e hoje uma das principais estrelas francesas) como Celimène (nome do objeto do desejo de “O Misantropo”, outra peça de Molíere); a italiana Laura Morante (“Medos Privados em Lugares Públicos” e “O Quarto do Filho”) como Elmire.
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