domingo, 30 de maio de 2010

Nada mais importa

copa-do-mundo-2010-planetaboleiros
Esse é o slogan da ESPN para a Copa do Mundo. E, de fato, em junho, nada mais importa. A decisão da Champions League foi o último momento relevante do futebol pré-África do Sul. O Campeonato Brasileiro ora em andamento é um pobre aperitivo e os times que a disputam nem serão os mesmo depois da Copa. Todos os olhares se voltam para  terra de Nelson Mandela.
A Copa do Mundo não é para qualquer um. Apenas sete seleções a venceram: o Brasil cinco vezes (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002), a Itália quatro (1934, 1938, 1982 e 2006), Alemanha tres (1954, 1974 e 1990), Uruguais (1930 e 1950) e Argentina duas (1978 e 1986), Inglaterra (1966) e França (1998) uma cada. Até o clube dos vices que nunca chegaram lá é pequeno: Tchecoslováquia (1934 e 1962), Hungria (1938 e 1954), Holanda (1974 e 1978) e Suécia (1958).
O Brasil é a única superpotencia do futebol que foi a todas as Copas, a única que nunca foi derrotada por timeco e a a única que venceu fora de seu continente (seja lá quem for o campeão deste ano, deve quebrar esta exclusividade brasileira).
A Alemanha nunca perdeu uma disputa de penaltis em Copa, mas perdeu todas as partidas contra a Itália e a única para o Brasil. A única disputa de penaltis que a Itália venceu foi na final da última Copa, contra a França. O Brasil venceu a itália em duas finais, 1970 e 1994, ganhou uma disputa de terceiro lugar em 1978, mas perdeu nas duas vezes em que cruzou com a Azzurra nos mata-mata (1938 e 1982). Só vencemos a França uma vez, na semifinal de 58, depois disso, perdemos todas (86, 98 e 2006).  O retrospecto contra a Argentina nos é favorável: duas vitórias (74 e 82), um empate (78) e uma derrota (90). Contra uruguaios, uma vitória para cada lado, mas a a deles foi o nunca superado Maracanazzo de 1950.
A Inglaterra só venceu a Alemanha na polemica final de 66, com o gol que não entrou. Depois disso, foi eliminada pelos germanicos todas as vezes em que se cruzaram. Os ingleses, inventores do futebol, consideram os alemães seus grandes rivais, seguidos pela Argentina. Por que? Por causa das duas vezes em que se cruzaram: em 1966, numa partida disputada às botinadas, que resultou na invenção dos cartões vermelhos e amarelos na Copa seguinte por causa da expulsão de Rattin, que fez que não entendia o juiz e se recusou a sair de campo. A segunda, quase todo mundo se lembra. Foi o jogo de La Mano de Diós e do gol mais bonito das copas, ambos marcado por Diego Armando Maradona.
Falando em jogadores, Pelé, como todos sabem, foi o único a ser campeão tres vezes. Cafu é o unico a disputar tres finais. Ronaldo é o maior artilheiro das Copas, com 15 gols, mas o maior em uma única edição foi o frances Just Fontaine, com 13 tentos em 1958. O goleiro mexicano Antonio Carbajal e meia alemão Lothar Matthäus foram os únicos a participar de cinco torneios, mas o segundo jogou mais partidas e foi campeão. Paolo Maldini foi quem jogou mais tempo – em minutos – nas Copas, mas nunca venceu. 
Na primeira Copa na Ásia, em 2002, a coanfitriã Coréia do Sul conseguiu ser a primeira semifinalista do continente. A África, que recebe a competição pela primeira vez, tem jogadores superiores, mas nunca chegaram à quartas. Será a vez de um dos países do continente ir mais adiante? A taça ficará com um dos Sete Campeões ou alguém vai conseguir entrar no clube exclusivo? Holanda ou Espanha são boas apostas. A Champions League foi decidida por Inter de Milão e Bayern de Munique, duas equipes que tem holandeses como jogadores decisivos: Sneijder pelos italianos e Robben pelos alemães. Fez uma campanha invicta nas eliminatórias, sendo os primeiros europeus a garantirem passagem para a Áfric do Sul. A Espanha chega à Copa pela primeira vez com chances reais de vence-la. Tem um timaço que joga bonito e já ganhou a última Eurocopa. A surpreendente derrota para os EUA na Copa das Confederações pode ter servido de lição, e a Fúria pode chegar à África do Sul mais focada. Se o torneio fosse na Europa, eu colocava minhas fichas nela.
O mais provável entretanto, é que um dos sócios do Clube do Sete leve. Bom, dos seis, já que o Uruguai não impressiona nem tem time há muito tempo. Dessas, o Brasil é que chega com melhor retrospecto, mas a escalação não entusiasma o torcedor. A equipe joga bem no contra-ataque, mas tem dificuldades contra retrancas. E depende muito de Kaká, que não está bem. A Argentina, por outro lado, tem os melhores atacantes do momento, mas ainda não fez uma sequencia boa como equipe. Esnobar Cambiasso, um volante raro, pode não ter sido uma boa idéia. A Alemanha chega sem Ballack, um grande desfalque para quem não tem um grande elenco. Mas a Alemanha é sempre a Alemanha. A Itália também não chega a ter uma equipe temível, e não tem pinta de ser bi pela segunda vez. A França anda com problemas, mas tem elenco, ainda que meio envelhecido. A Inglaterra tem um bom time também, mas vive problemas internos sérios. Vai depender muito de Rooney.
Enfim, o dia 11 está aí e  a gente mal pode esperar para a bola rolar. Que vença o melhor… desde que seja o Brasil!

Nenhum comentário: