terça-feira, 4 de maio de 2010

Noite de autógafos no Tonico's

O jornalista Bruno Ribeiro
convida para o lançamento do livro Antologia da Noite em Claro, que acaba de ser publicado. O lançamento acontece na próxima quarta-feira, dia 5 de maio, das 19h às 21h, no Tonico´s Boteco (Rua Barão de Jaguara, 1.373, Centro, f. 3236-1664), em Campinas.
Seu primeiro livro de poesia e reúne grande parte do material produzido nos últimos quinze anos. O livro tem o formato de bolso e será vendido a R$ 10,00. Aqui segue um dos poemas:
Lágrima Selvagem
Meu coração é um
Botequim antigo
Habitado por moças tristes
E um velho solitário
Que toma seu conhaque
Escorado no alcatrão.
.
Meu coração tem
Bilhetes de loteria e teias de aranha
Acumuladas nos cantos
E uma flor absurda e aquática
Que desabrocha de noite
Feito uma lágrima selvagem.

Na ocasião e na mesma mesa, o jornalista Mouzar Benedito, que trabalhou no Pasquim, também irá lançar o seu novo livro, Meneghetti - O Gato dos Telhados, pela editora Boitempo. Trata-se da biografia do legendário ladrão paulistano.
Leia um trecho da obra:

Meneghetti era isso: uma lenda, até então viva. Seu nome virou sinônimo de ladrão em boa parte do Brasil. Na minha infância no sul de Minas, por exemplo, eu me lembro que, para xingar alguém de ladrão, chamava-se a pessoa de Meneghetti ou de Sete Dedos. Eram os ladrões mais famosos da história de São Paulo. Os dois chegaram a conviver na prisão, numa das passagens de Meneghetti. Sete Dedos era um mulato bem falante, que tinha mesmo apenas sete dedos. Era famoso também. Mas aqui na Pauliceia, embora Meneghetti e Sete Dedos fossem sinônimos de ladrão, os dois xingamentos tinham sentidos diferentes. Chamar alguém de Sete Dedos equivalia a xingá-lo de ladrão. Mas de Meneghetti era diferente. Era ladrão, mas não um ladrão ruim. Era esperto, humano, adepto da não violência, anarquista, contestador da sociedade capitalista, da burguesia e da aristocracia... Enfim, um herói popular. Um sujeito que fazia com a burguesia o que muita gente tinha vontade de fazer: roubá-la e gozá-la. O mesmo em relação à polícia, que ele provocava pelos jornais. Era uma polícia violenta e extremamente preconceituosa contra imigrantes pobres, como a maioria dos italianos. Meneghetti, enfim, “era isso”, “era aquilo”... Parecia uma figura da literatura, resultado da imaginação de um escritor policial e incorporado ao imaginário popular.
Depois das 21h, para quem quiser continuar no bar, vai rolar um tributo musical a Raul Seixas.

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