A notícia saiu ontem, terça, no Correio Popular, em matéria assinada por um indignado João Nunes. A justificativa do secretário municipal da Cultura de Campinas, Arthur Achilles Duarte de Gonçalves, é de que a prefeitura não tem recursos por causa da crise nem de tempo hábil para licitar a infraestrutura necessária para receber a programação. Bom, 20 cidades paulistas menores que a Cidade das Andorinhas também vivem a crise e tiveram verba e tempo para os trâmites burocráticos, incluindo Indaiatuba. Segundo a secretária de Cultura de Indaiatuba, Érika Novachi, o cachê de apenas uma das atrações de grande porte que vêm para Virada já paga o investimento na infraestrutura. Achilles disse ainda que outras cidades como Itu e Sorocaba também desistiram da Virada. Não é verdade: Itu não participou no ano passado e Sorocaba não abriu mão da programação. Em compensação, duas cidades da Região Metropolitana de Campinas abriram seus braços para receber a Virada, Santa Bárbara d’Oeste e Mogi Guaçu.
Mas a desculpa mais interessante - para usar um eufemismo – do secretário campineiro é que a única atração interessante oferecida para sua cidade era a dupla Kleiton e Kledir. Divulgo aqui com exclusividade os principais espetáculos que viriam para Campinas na Virada: a abertura seria com Paula Lima, que ano passado incendiou o Parque Ecológico de Indaiatuba. Em seguida, se apresentaria a dupla Antonio Carlos e Jocafi, que os mais jovens podem não conhecer, mas há 30 anos estavam entre os nomes masi conhecidos da MPB aqui e no Exterior, principalmente por causa da música “Você Abusou”. À meia-noite, o dublê de roqueiro e mediador de mesa-redonda Lobão cantaria seus clássicos “Me Chama”, “Vida Bandida”, “Decadence avec Elegance”, “Essa Noite Não”, etc em palco ao ar livre. Ao meio-dia, Valdeck de Garanhuns apresentaria sua arte em teatro de mamulengos. Às 14h do domingo, o Ballet Stagium apresentaria o espetáculo “Bossa Nova”, dançando ao som de “Garota de Ipanema”, “Corcovado” e “Desafinado”. No mesmo horário, os Beatles 4 Ever, a mais famora banda cover brasileira dos Quatro Cavaleiros de Liverpool tocaria em palco externo para botar a galera para pular ao som de “I Wanna Hold Your Hand”, “Help”, “Hey Jude”, entre outros. Às 15h15, a Big Band Projeto Coisa Fina traria a Campinas a música do grande maestro Moacir Santos, além de composições de Chico Buarque e Milton Nascimento. Às 16h, o virtuose Oswaldinho do Acordeon mostraria toda a sua maestria no instrumento de Luiz Gonzaga seja em clássicos do forró ou executando a 5a Sinfonia de Beethoven no fole. Só entao, às 17h, os gaúchos de Pelotas (será que o secretário Achilles temia referência à piada sobre uma rodovia entre Campinas e a cidade riograndense?) Kleiton e Kledir subiriam ao palco externo para encerrar a maratona cultural. Deu pra ti?
Como é que eu sei da programação que era para ser? É que ela foi levada na íntegra para Mogi Guaçu, que com a desistência de Campinas passa a integrar as 20 cidades que recebem a Virada Cultural Paulista. Informação confirmadissima pela Secretaria de Estado da Cultura.
3 comentários:
Obrigado pela informação!
que vergonha, e ano passado a festa aqui na cidade foi super legal. Ridícula a explicação do secretário. "Tempo" é algo que eu tenho certeza que ele e a equipe tem de sobra para organizar um evento desses. Vai lá no escritório dele na sexta a tarde verificar se ele está trabalhando... duvido!
Gabriel Silveira
Pena que Campinas, uma cidade tão contemporânea tem administradores provincianos!!!
sinto muito mais é dar muito pouco valor a todas as outras atividades culturais que vem sendo desenvolvidas... participar só para dizer que participou de um evento do estado para mim é querer aparecer.
e outra, essa lista de atrações está ridícula.
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