terça-feira, 26 de maio de 2009

A tragédia de Jaguariúna

Passado algum tempo da tragédia da madrugada de sexta para sábado em Jaguariúna, e entre dúvidas sobre a responsabilidade, algumas coisas me parecem certas.
Em primeiro lugar, não restava às autoridades oura saída que não o cancelamento dos shows de sábado e domingo. Na verdade, a iniciativa deveria ter partido da organização, uma vez que é inconcebível quatro mortes brutais dentro do recinto do segundo maior rodeio do Brasil (acho que Jaguariúna compete cabeça a cabeça com Americana, mas deixa pra lá). O show tem que continuar e as bilheterias têm que faturar independentemente da "fatalidade"? O público realmente ia passar pelo mesmo local em que aconteceu a tragédia pensando apenas em se divertir? O católico Roberto Carlos ia simplesmente cantar "Nossa Senhora" em memória dos jovens pisoteados?

Em segundo lugar, não é a primeira vez que tumultos acontecem em recintos de rodeio. Lembro-me pelo menos de um tiroteio em Americana em que estavam alguns amigos meus e da muvuca na época da Faici, quando houve um show de Sandy e Junior de graça, e fui carregado pela turba tal qual uma canoa à deriva no mar. Nas duas ocasiões, não houve vítimas fatais por pura sorte. Agora, a sorte acabou. O modelo e desenho dos rodeios-shows - cada vez mais lotados - precisam ser revistos, assim como a forma de garantir a segurança. Parece que havia até o ano passado algum tipo de convênio da organização com a Polícia Militar, que de alguma forma não foi renovado este ano. Mas Eliana Belo, em comentário em post anterior, tem razão: é preciso repensar a quem cabe fazer a segurança interna em eventos privados. Tirar policiais das ruas para trabalhar em jogos de futebol e e rodeios-shows parece ter virado algo tão comum que ninguém repara, mas não é para isso que nós, contribuintes, pagamos seus salários. Quem está faturando que arque com as despesas e não a sociedade como um todo.

Em terceiro lugar, já tem gente pegando carona no tragédia e falando em acabar com os rodeios. Também não sou adepto do "segura peão", mas não é por aí. O que é urgente e já atrasado são providências para que as festas de peão não se preocupem apenas em ganhar dinheiro, mas também em pensar no conforto e segurança de seus clientes, frequentemente tratados como gado.

3 comentários:

Anônimo disse...

a festa de jaquariuna esse ano foi uma tragedia só,no dia 08 de maio minha filha foi empurrada na fila caiu se machucou muito e alem de tudo isso ela entrou na enfermaria com o celular que sumiu dentro da enfermaria,quando eu cheguei la pra buscala tive a certeza que aquilo era um dos piores lugares ja vi na vida,que era cada um por si um verdadeiro horror pretendo nunca mas ver um lugar como aquele na vida,felismente ela ta bem hoje,apesar dos danos morais e financeiros tenho certeza que ela nunca mais volta em jaguariuna novamente

Cynthia Santos disse...

Enquanto a ganância dos empresários de rodeios for maior que a responsabilidade com a segurança dos frequentadores da festa, tragédias deste tipo podem continuar acontecendo. Com certeza havia mais gente no local do que o aconselhável.
No sábado, a prefeitura de Jaguariúna alegou que a responsabilidade da segurança da festa era da PM, que por sua vez alegou que faria apenas a segurança externa. Está certíssima. Estes rodeios já faturam o suficiente para pagar uma empresa de segurança. Não têm nada que ficar dependendo de "favores" da PM.

Elisabete De Mello disse...

Pelo fim do r ODEIO em toda a Baixada Santista.

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