domingo, 4 de julho de 2010

Crucificados e carrascos


Em 1950, no fatídico Maracanazzo, todo mundo crucificou Barbosa por levar um gol quase sem ângulo de Ghiggia. Em 1974, o carrasco foi todo o carrosssel holandes que por o Brsil na roda, mas Leão crucificou, com direito a tapa e tudo, o lateral Marinho Chagas por deixar Neeskens livre para fazer o primeiro gol. Em 1982, o carrasco foi Paolo Rossi e o crucificado, Toninho Cerezo, por uma saída desastrada que resultou o negundo gol do Bambino d'Oro. Em 1986, até o grande Zico foi crucificado por ter errado o penalti mais importante de sua vida, mesmo tendo acabado de entrar no jogo e estar frio. Em 90, o carrasco foi Caniggia - embora toda a jogada tenha sido de Maradona - e o crucificado, com razã, o técnico Sebastião Lazaroni, uma das maiores mediocridades a comendar uma seleção brasileira num Copa do Mundo.
Em 1998, Zidane acabou com o Brasil na fional com dois dos tres gols que deram o título à França, e os brasileiros ainda atribuem a derrota ao misterioso piripaque sofrido por Rinaldo na véspera da partida. Em 2006, embora o gol que eliminou o Brasil tenha sido de Henry, foi Zidane quem acabou com o jogo, com direito a chapéu em Ronaldo. Roberto Carlos foi crucificado por Galvão Bueno e pela torcida por ficar arrumando a meia enquanto Henry, que jogava pelo seu lado, acabava com o sonho do Hexa.
Agora, outro careca, Sneijder, foi o carrasco e o crucificado, de forma mais evidente que o lateral do Corinthians, foi evidentemente Felipe Melo. Fazer o primeiro gol contra do Brasil em Copas e ser expulso infantilmente é apenas parte da obra. O primeiro lance do segundo tempo foi sua tentativa de dar um passe de calcanhar que redundou num perigoso contra-ataque holandes - e que deve ter servido para acordar o adversário. Mesmo seu sensacional lanamento pra Robinho fzer o solitário tento brasileiro não vai apagar essa atuação histórica.

Nenhum comentário: