quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Cineclube


Hoje ás 19h30 acontece mais uma sessão do Cincelube Indaiatuba com o filme "Noel, O Poeta da Vila". Após a exibição r0la um bate-papo com o público comandado por mim e pelo Penna, um especialista em MPB. Abaixo, o texto sobre o filme publicado na última edição de Gente etc.

Passada a ressaca carnavalesca e a temporada de blockbusters de virada de ano, finalmente retornamos com o Cineclube Indaiatuba, e o primeiro filme de 2008 será “Noel, O Poeta da Vila”, de Ricardo Van Steen, na próxima quinta-feira, dia 14.

Talvez muitos – infelizmente – não saibam, mas minha coluna “Conversa de Botequim” pegou emprestado o título de uma das mais famosas canções do grande compositor. No ano passado, meu amigo Penna me emprestou o livro “Noel Rosa, Uma Biografia”, de João Máximo e Carlos Didier, no qual o filme é baseado. Na verdade, Van Steen foca nos cinco últimos anos do Poeta, os mais criativos e agitados de sua curta vida de 26 anos. Mesmo sem levar em conta o exíguo tempo de serviço, a produção de Noel é fantástica: mais de 300 composições, das quais diversas são cantadas até hoje, como “As Pastorinhas”, em parceria com João de Barro.

Vindo do que poderia se chamar classe média urbana, chegou entrar com sacrifício familiar à escola de Medicina, mas, apaixonado pela música e pela boemia, largou os estudos, e se tornou integrante do Bando de Tangarás, junto com Almirante (mais tarde, seu biógrafo) e João de Barro (ou Braguinha, o maior compositor de marchinhas carnavalescas e das célebres versões em português das canções dos desenhos de Walt Disney, como “Eu, vou, eu vou, pra casa agora eu vou...”). Em 1930 sua composição “Com que Roupa” se torna o grande sucesso do Carnaval e ele próprio uma celebridade na então pequena Capital Federal. Um oportunista Wilson Baptista inicia uma polêmica musical com Noel por causa de “Feitiço da Vila” e que rende outra obra-prima, “Palpite Infeliz”. No campo pessoal, enquanto trava amizade com Cartola (vivido no filme por Jonatthan Haagensen de “Cidade de Deus”) e Ismael Silva (Flávio Bauraqui de “Madame Satã” e “Meu Nome não é Johhny”), entre uma e outra namorada acaba se casando com Lindaura (Lidiane Borges). Mas seu grande amor é Ceci, vivida por Camila Pitanga, em atuação elogiada pela crítica. Junto com o protagonista Rafael Raposo vive o auge da paixão e a decadência física da tuberculose, que vitima a ambos.

Como sempre, a sessão começa às 19h30, com bate papo com quem quiser ficar depois do filme coordenado por este escriba e Antônio da Cunha Penna. O ingresso único é R$4,00.

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