segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

La Revolucion no cinema


A Revolução Cubana, a mais mítica conquista esquerdista na segunda metade do século XX, completa 50 anos na virada do ano. Foi no reveillon de 1959, quando festejava com os privilegiados do regime, americanos endinheirados e talvez até mafiosos, que Fulgencio Batista foi informado que os guerrilheiros de Fidel Castro estavam às portas de Havana e que as tropas governistas haviam debandado. Num rápido comunicado, ele disse a seus convivas que estava de partida de Miami e que eles deviam fazer o mesmo. O episódio pode ser visto em "O Poderoso Chefão 2" (foto), de Francis Ford Coppola.
"Havana", de Sidney Pollack, tenta refazer "Casablanca" no contexto da Revolução Cubana, com Robert Redford no papel que foi de Humprey Bogart e a sueca Lena Olin no lugar da compatriota Ingrid Bergman. Não podia dar - e não deu - certo.
O filme "Che!", de 1969, foi feito no calor da recente morte do revolucionário argentino, mas do ponto de vista de Hollywood. Mais ou menos aquilo que você leu na edição de Veja deste ano sobre Guevara está lá nesse filme, com o agravante dele ser encarnado pelo egípicio Omar Shariff e Fidel Castro ser feito por Jack Palance, um dos vilões de cinema favoritos de então (quem não lembra de "Os Brutos também Amam"?). Horrivel, apesar da direção do habitualmente divertido Richard Fleischer. Este ano deve ser lançada uma nova biografia de Che, estrelada por Benício Del Toro, dirigida por Steven Sorderbergh e com Rodrigo Santoro no papel do atual mandatário da ilha, Raul Castro.
Andy Garcia fez um ajuste de contas pessoal com a Revolução na sua estréia como diretor, "A Cidade Perdida". O roteiro é de outro dissidente cubano Cabrera Infante, e traz no elenco a belíssima top model espanhola Ines Castro, como mulher do personagem de Garcia, que o trai pela Revolução.
Uma visão humorística da guerrilha castrista é "Bananas", de Woody Allen, cujo ditador de plantão se chama Emilio Vargas - mistura de nosso mais violento presidente militar com nosso ditador com mais tempo no poder. As seqüências de paredón são hilárias, e infelizmente próximas à verdade.
Sobre a Cuba pós-Revolução existem vários filmes interessantes, como "Morangos e Chocolate" e "Guantanamera", do mais famoso cineasta da Ilha, Tomar Gutiérrez Alea. De artista engajado - seu "A Última Ceia" foi aclamado no mundo inteiro - ele passou a crítico do regime nos últimos anos, especialmente do preconceito e a burocracia do Estado.
O belo "Antes do Anoitecer" também critica o preconceito e violência do governo cubano, por meio das memórias do protagonista, o artista plástico homossexual Reinaldo Arenas, em atuação memorável de Javier Barden.

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