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terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Começam as filmagens de "O Bem Amado"
Começam a chegar em Alagoas nesta segunda-feita (19) todo o elenco e equipe de técnicos que farão parte das filmagens de o Bem Amado, que se iniciam no dia 22 na histórica cidade de Marechal Deodoro.
A cidade cenográfica Sucupira já está em fase de conclusão e transformando não só a aparência da antiga capital de Alagoas, como também a rotina dos moradores.Na direção está o pernambucano Guel Arraes, um Rei Midas do cinema contemporâneo, responsável pelo sucesso de filmes como Lisbela e o Prisioneiro e o hilário Auto da Compadecida, que já tiveram versões para a televisão, assim como terá também O Bem Amado, conforme já antecipou a cineasta Paula Lavigne, que está à frente da produção, cujo orçamento está em torno de R$ 10 milhões. Ela considera que este é o seu maior trabalho profissional.
São 36 trabalhadores em atividade acelerada desde o dia 4, para deixar todo o cenário pronto até esta quarta-feira. No dia seguinte, as filmagens já estarão em ação. Essa é a parte que mais interessa aos moradores da cidade, ansiosos para verem astros globais da grandeza de Marco Nanini, que será o prefeito Odorico Paraguaçu; José Wilker, que fará o papel de Zeca Diabo; as irmãs solteironas Cajazeiras, que terão interpretação de Andréa Beltrão, Zezé Polessa e Drica Moraes; e Matheus Nachtergaele, que será Dirceu Borboleta. Todos são uma certeza de muito humor e risadas para o público.
Na mesma linha dos grandes talentos que irão para Marechal, transformada na fictícia Sucupira, espera-se Caio Blat, que interpretará Neco Pedreira, adversário político de Odorico;
Maria Flor fará um dos papéis novos, que não constava na novela, o de filha de Odorico, e Edmílson Barros viverá o coveiro de um cemitério considerado a maior obra do corrupto Odorico em Sucupira. Juntamente com os figurantes, estarão ocupando uma área de cinco mil metros quadrados, na praça central da cidade.
Fonte: Alagoas em Tempo Real
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Na verdade, ao contrário do que foi afirmado acima, na novela existia a personagem de filha de Odorico, que chamava-se Telma e era vivida pela saudosa Sandra Bréa no auge da beleza. Ela tinha um romance com o médico Juarez Leão, interpretado pelo também finado Jardel Filho, inimigo do prefeito além de tudo porque seu trabalho de salvar vidas atrasava a inauguração do cemitério. Lembro que Sandra, que voltava dos estudos na capital, era uma moça "muderna" e que entre outras tomava banho de mar nua. Para 1973, eram cenas ousadas.
O jornalista esquerdista Neco Pedreira foi vivido por Carlos Eduardo Dolabella (pai de Dado Dolabella) e ele namorava na novela Anita Medrado (personagem de Dilma Loés, mãe de Vanessa Loés) e no seriado de 1980, Tuca Medrado (Fátima Freire). A mãe de Anita era a delegada Donnana Medrado (a inesquecível Zilka Salaberry) e no seriado o cargo foi ocupado por Chica Bandeira, vivida por outra grande atriz, Yara Cortes, provavelmente porque Zilka estava comandando o Sítio do Pica Pau Amarelo naquela época.
Marco Nanini deve fazer outro trabalho memorável como Odorico Paruaguaçú, ele que já releu outro grande personagem televisivo, o Lineu da "Grande Família", vivido originalmente por Jorge Dória. Odorico, como quem tem mais de 35 anos sabe, foi a grande glória telecisiva de Paulo Gracindo.
Agora, fica difícil imaginar outro Zeca Diabo que não o nosso vizinho Lima Duarte. José Wilker já foi um bom ator, mas hoje vive do carisma e de tiques caricaturais. Histrionismo por histrionismo nimguém ganha de Lima, cuja atuação foi tão marcante que naquele ano ele ganhou o Troféu Imprensa de Revelação, isso apesar de estar na TV desde a fundação da TV Tupi, 23 anos antes. A justificativa de Silvio Santos? "É que foi o primeiro trabalho dele na Globo". Então, tá.
Outros personagens marcantes
Irmãs Cajazeira - Originalmente eram Ida Gomes (a eterna voz de Bette Davis), Dirce Migliacio e Dorinha Duval. Quando foi feito o remake em 1980, Dorinha já havia sido condenada pelo assassinato do amante (caso de grande repercussão na época) e foi substituída por Kleber Macedo. Agora, as beatas que na verdade vivem um caso de menage à quatre com Odorico, serão vividas por Andréa Beltrão, Zezé Polessa e Drica Moraes, um trio de talento capaz de superar as originais.
Dirceu Borboleta - No filme, será assumido por Matheus Natchergaele mas tanto na novela quanto no seriado foi uma criação inesquecível de Emiliano Queiróz, um especialista em tipos esquisitos, como o Juca Cipó de "Irmãos Coragem" de 1970, que no remake de 1995 transformou Murilo Benício num astro.
Zelão das Asas - Milton Gonçalves encarnava o sujeito que sonhave em voar com asas construídas por ele mesmo, uma espécie de antecipação do universo francamente realista-fantástico de "Saramandaia", lançada três anos depois.
Nezinho do Jegue - Era o bêbado local que vivia puxando um jegue e que, dependendo do teor alcóolico berrava "Viva Odorico!" ou "Morra Odorico!". Parece até retirado do folclore político indaiatubano...
Na foto, Odorico (Paulo Gracindo), Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz) e Zeca Diabo (Lima Duarte)
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