quinta-feira, 18 de junho de 2009

Elis - Como e Porque

Como parte da programação da Semana Nabor Pires Camargo, Antônio da Cunha Penna realiza na próxima terça-feira, às 20h no Casarão Pau Preto, o bate-papo musical “Elis – Como e Porque”.

A intenção é falar sobre a Elis Regina menos conhecida, especialmente pelas gerações mais novas, e do porque ela é até hoje a maior cantora brasileira de todos os tempos. “O que toca nas rádios dela ate hoje é ‘O Bêbado e o Equilibrista’, ‘Dois pra lá, Dois pra cá’, Madalena’ e ‘Águas de Março’. Elis é muito mais que isso”, comenta Penna. Para o fotógrafo, escritor laureado e compositor, ela era pelo menos quatro cantoras diferentes em uma. “Havia a cantora exuberante como Ângela Maria, a brejeira como Carmem Miranda, a dramática como Dalva de Oliveira e a intérprete moderna que influencia a MPB até hoje”, explica. Uma das curiosidades que ele vai mostrar aos que forem ao Casarão na terça é a gravação de “Bom dia, Tristeza”, do início da carreira, em que ela canta igualzinho a Ângela Maria, seu ídolo confesso de infância, a quem prestaria homenagem anos depois gravando “Vida de Bailarina”.

Segundo Penna, a Elis moderna surge a partir da parceria de cama, mesa de som e palco com Cesar Camargo Mariano. “É uma Elis antes, dos anos dos festivais e de ‘O Fino da Bossa’, e outra a partir do primeiro disco com arranjos de Mariano”, conta

Ilustrando esse post, dois momentos que nem o Penna tem, o dueto improvisado com Hermeto Paschoal no Festival de Montreux de 1979. Sobre esse momento, escreve André Midani em sua imprescindível biografia “Música, Ídolos e Poder – Do Vinil ao Download”, já comentada neste espaço:

“Elis saía do palco – extenuada – em nossa direção, quando Hermeto a pegou pelo braço e a levou à força de volta ao palco, sentou ao piano e começou a tocar ‘Garota de Ipanema’, que Elis havia jurado jamais cantar. Porém, não houve como escapar. Plantada no meio do palco, o público em paroxismo, ela acabou interpretando também ‘Asa Branca’. Eu nunca tinha ouvido Hermeto tocar piano solo, nem ouvido um piano tão bonito. Elis, por sua vez, deu uma performance à altura da provocação do Hermeto, e a jam session ficou tão emocionante que até hoje considero que faz parte dos grandes momentos da música brasileira.”




Depois, no jantar, Elis fez Midani prometer que nunca lançaria aquela apresentação em disco, mas, felizmente, ele quebrou a promessa após a morte dela.

Serviço – “Elis – Como e Porque”, bate-papo musical com Antônio da Cunha Penna. Terça-feira, dia 23, às 20h no Casarão Cultural Pau Preto, com entrada franca.

Um comentário:

Rosangila R. Takemoto disse...

Amo a Elis. E adorei ler sobre ela aqui neste blog. Voltarei sempre.
Até a próxima!!!