sexta-feira, 26 de junho de 2009

Texto que ia sair na Tribuna de amanhã


É quase inevitável a comparação do desaparecimento de Michael KJackson com a de outro ícone de peso similar no imaginário pop, Elvis Presley. O Rei morreu ainda mais jovem que Michael, aos 42 anos, e ficou na ribalta menos tempo ainda, cerca de 20 anos de carreira. O caçula dos Jackson Five estava no showbiz há mais de 40 anos. Elvis foi decisivo para tornar o rock no que ele é hoje e Michael codificou o pop audiovisual que predomina atualmente. É curioso que a obsessão em mudar sua imagem tenha sido um dos elementos que o levaram à decadência.

Mais do que isso, entretanto, acho que o ápice precoce é que acabou destruindo os dois ídolos. Elvis Presley chegou ao auge antes de ser convocado pelo exército e Michael Jackson virou deus aos 24 anos quando lançou “Thriller”. Depois dessas epifanias, os dois passaram os anos seguintes e busca de um novo apogeu, sem sucesso. Se afundaram nos excessos e na autodestruição, a despeito de ainda arrastarem multidões onde quer que fossem. Coincidências das coincidências, Michel nasceu quando Elvis estava no auge e acabou se “casando” com a única filha do Rei. E os dois morreram excêntricos, desfigurados e solitários.

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