segunda-feira, 2 de março de 2009

Dilma Roussef visita Indaiatuba (ou, pelo menos, a Avenida Presidente Kennedy)

Em meio ao calor senegalês que assola Indaiatuba dese sábado, cheguei ao local da visita que a ministra Dilma Roussef faria às obras contra as enchentes, custeadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sendo recebido pela música “Pra não dizer que não falei de flores”. “Só pode ser gozação”, pensei. Pois a ex-militante de esquerda, presa e torturada pela Ditadura militar iria conhecer os subterrâneos da cidade na condição de “mãe o PAC” e provável candidata à sucessão do presidente Lula. O triunfo da geração 68? “Vem vamos embora, que esperar não é saber...”

A chegada da ministra, marcada para as 11h30, atrasou muito em função das audiências com prefeitos da região – e até de Minas, como frisou nosso alcaide Reinaldo Nogueira – durante encontro realizado em Campinas. Repórteres, funcionários públicos e vereadores que aguardavam sob o sol escaldante, enquanto, na Fiec, o superintendente João Neto recebia a secretária estadual da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, na esperança vã de contar com a presença de Reinaldo, que estava na comitiva da ministra. Com aquele sol na moringa, eu ficava olhando pra Master Beef pensando naquele chope geladíssimo...

Dilma chegou com uma hora e meia de atraso, trazendo além de Reinaldo, o prefeito campineiro Hélio de Oliveira Santos e o senador Aloísio Mercadante. Campanha? Qué isso? O único vereador a subir no palanque foi Carlos Alberto Resende Lopes, o Linho, do PT, mas imediatamente Reinaldo mandou que o secretário de governo e mestre de cerimônias, Odair Gonçalves, chamasse os demais integrantes da Câmara presentes. Nada do PT capitalizar sozinho a ocasião.

O “doutor Hélio” discursou primeiro, elogiando o colega indaiatubano – com quem disputa a liderança regional do PDT – e destacando a importância da criação e empregos no momento atual.

Mercadante falou principalmente aos trabalhadores da obra, frisando a origem operária do presidente Lula e da sua preocupação com as questões sociais.

Reinaldo usou a palavra em seguida, lembrando que a ministra cumpriu a promessa feita quando ele ainda era deputado de realizar duas obras solicitadas pelo Município – pelo ex-prefeito José Onério, grande ausente e esquecido do dia – e que eram justamente as que atualmente estão sendo contempladas pelo PAC. Ainda fez questão de pedir desculpas ao Bordenali, dono do supermercado Sumerbol, pelo incoveniente do fechamento da Avenida Presidente Kennedy, que deixou o estabelecimento às moscas durante toda a manhã.

Dilma, Mercadante e Reinaldo embarcando no elevador para visita ao interior da obra

A ministra-chefe da Casa Civil, por sua vez, defendeu seu filho – no caso, o PAC – e disse que Indaiatuba é conhecida em todo o Brasil por sua beleza e qualidade de vida. Também lembrou sua ligação com a região de Campinas, onde passou parte de sua vida, e que bom seria se todo o Brasil fosse como aqui.

Chegando ao fundo do buraco

Mais tarde, ela participaria com o presidente Lula da inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)-1 Capivari, em Campinas.

Entrando pelo cano

O PSDB e DEM podem ter exagerado ao tentar processar Lula e Dilma por campanha antecipada, até porque, ninguém falou em eleição. Mas que ela está na estrada em busca de uma viabilização à sucessão de Lula, isso é inegável, assim como outros o fazem sem a mesma cobertura da imprensa. Não basta a aceitação de 81% dos petistas. Uma candidatura ao Planalto depende de uma maior penetração entre o restante do eleitorado, coisa que a ministra está longe de possuir no momento.

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