sábado, 7 de março de 2009

Watchmen rules


Meus amigos internautas que levam este blogueiro em consideração, fui ver "Watchmen" na companhia de um amigo que adora esse tipo de filme mas nunca leu a graphic novel original, que eu li desde a primeira edição brasileira do final de 1988. Rodrigo Piologo adorou, e eu, um aficcionado desde a primeira leitura, saí em estado de choque. Com o detalhe de que muito do que se escreveu e eu li é bullshit: o filme flui bem em suas duas horas e quarenta de projeção cortando muita gordura da prolixia de Alan Moore. Isso resulta num filme ao mesmo tempo fiel e com algumas melhorias sobre o original. Ou alguém realmente levava a sério a lula gigante teletransportada da HQ?

Se há algum porém em "Watchmen" é para a interpretação de alguns atores. O crucial tête-a-tête entre Dr. Manhattan e Espectral em Marte merecia uma atriz com maiores recursos dramáticos mas, por outro lado, a sueca Malin Akerman tem a dose certa de sensualidade que o papel pede. E os personagens históricos - principalmente Richard Nixon - são uma caricatura ao vivo. Zero para a maquiagem.

No mais, alguns momentos chaves conseguem superar a carga dramática da HQ, especialmente o assassinato em Saigon - ótimo -, a fuga de Rorscahch e o desconcertante final.

Se vai conquistar os corações e mentes do público é uma incógnita, mas se isso não acontecer agora, faço coro com Érico Borgo do site Omelete, quando ele diz que "Watchmen" pode se tornar o "Blade Runner" desta década, ou seja, um filme que decepcionou na bilheteria no lançamento mas que com o passar dos anos foi ganhando o status de obra-prima.

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