Meus amigos internautas que levam este blogueiro em consideração, fui ver "Watchmen" na companhia de um amigo que adora esse tipo de filme mas nunca leu a graphic novel original, que eu li desde a primeira edição brasileira do final de 1988. Rodrigo Piologo adorou, e eu, um aficcionado desde a primeira leitura, saí em estado de choque. Com o detalhe de que muito do que se escreveu e eu li é bullshit: o filme flui bem em suas duas horas e quarenta de projeção cortando muita gordura da prolixia de Alan Moore. Isso resulta num filme ao mesmo tempo fiel e com algumas melhorias sobre o original. Ou alguém realmente levava a sério a lula gigante teletransportada da HQ?
Se há algum porém em "Watchmen" é para a interpretação de alguns atores. O crucial tête-a-tête entre Dr. Manhattan e Espectral em Marte merecia uma atriz com maiores recursos dramáticos mas, por outro lado, a sueca Malin Akerman tem a dose certa de sensualidade que o papel pede. E os personagens históricos - principalmente Richard Nixon - são uma caricatura ao vivo. Zero para a maquiagem.
No mais, alguns momentos chaves conseguem superar a carga dramática da HQ, especialmente o assassinato em Saigon - ótimo -, a fuga de Rorscahch e o desconcertante final.
Se vai conquistar os corações e mentes do público é uma incógnita, mas se isso não acontecer agora, faço coro com Érico Borgo do site Omelete, quando ele diz que "Watchmen" pode se tornar o "Blade Runner" desta década, ou seja, um filme que decepcionou na bilheteria no lançamento mas que com o passar dos anos foi ganhando o status de obra-prima.
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