A pretensão era passar “Estômago”, que demorou tanto que já está até em DVD, mas o que deu para programar para a próxima sessão do Cineclube Indaiatuba foi “Ninho Vazio”, do argentino Daniel Burman, na próxima quinta, às 19h50, no Multiplex Topázio. Como sempre, haverá debate após a exibição do filme
Não se trata de um prêmio de consolação. Burman é um dos principais nomes do novo cinema argentino, que internacionalmente tem muito mais prestígio que a Retomada Brasileira e público nativo ainda maior. Dele só vi “As Leis de Família”, uma ótima comédia sobre seu tema favorito, a família. No caso deste seu último trabalho, a família que se separa, com os filhos crescidos deixando o ninho do título, restando ao casal de meia idade voltar à vida a dois.
Leonardo (Oscar Martinez, ator muito popular na Argentina) é um dramaturgo entre 50 e 60 anos que observa o mundo à sua volta para comentar em suas peças e livros. Sua mulher, Martha (Cecília Roth, a excepcional protagonista de “Tudo sobre minha mãe”, de Pedro Almodóvar), sempre encarnou o papel de mãe dedicada e esposa mandona. Com uma filha fora de casa e a outra já saindo para dormir com o namorado, agora precisam reencontrar a força que os uniu no início do relacionamento.
A trama é centrada no personagem Leonardo, que entre peripécias familiares, vive fantasias de meia idade com mulheres mais novas, que se misturam à realidade, com ecos de Fellini – segundo Luiz Zanin Oricchio, crítico d’O Estadão – mas sem as viagens metafísicas do mestre italiano. Apesar disso, o argentino afirma que sua maior influência é François Truffaut, mas a imprensa de seu país já o comparou com Woody Allen por causa de seu “humor judaico” (pelo que vi em “As Leis de Família”, uma comparação justa).
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