sexta-feira, 6 de março de 2009

Excomunhão em tempos de Bento 16 (Folha on Line)

"Tenho pena do nosso arcebispo, que não conseguiu ser misericordioso com o sofrimento de uma criança inocente, desnutrida, franzina, em risco de vida, que sofre violência desde os seus seis anos", afirmou o médico Rivaldo Mendes de Albuquerque sobre o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, que excomungou os envolvidos no aborto, informa Laura Capriglione, em reportagem publicada na Folha nesta sexta-feira (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Segundo a reportagem, Albuquerque é professor de ciências médicas da Universidade Estadual de Pernambuco, católico praticante e foi um dos profissionais que interromperam a gestação da menina de 9 anos.

"Não foi Deus que proibiu a interrupção da gestação em qualquer caso. Foram os homens da Igreja. E eles erram --já queimaram gente viva em praça pública, não se esqueça", disse o médico.

Críticas

Os ministro José Gomes Temporão (Saúde) e Carlos Minc (Meio Ambiente) criticaram nesta nesta quinta-feira (5) a excomunhão realizada pelo arcebispo.

"Eu acho que a posição da Igreja é extrema, radical, inadequada, me parece um contrassenso diante do que aconteceu", disse Temporão ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa "Bom Dia, Ministro" nesta quinta.

Minc também fez críticas. "Como cidadão, fiquei muito revoltado com a atitude da igreja. A igreja que deveria em tese ajudar as pessoas ainda cria essa situação. Você acaba criminalizando a vida", disse Minc.

Caso

O crime veio à tona no último dia 25, após um exame médico a que a garota foi submetida no município de Pesqueira. Ela foi atendida após relatar queixas de tonturas e enjoos.

O padrasto da garota, um rapaz de 23 anos, foi preso na última quinta, no município de Alagoinha, suspeito do estupro. O suspeito mantinha relações sexuais com a garota há cerca de três anos.

O rapaz confessou o crime e, em depoimento, admitiu também ter estuprado sua outra enteada, de 14 anos de idade, portadora de deficiências física e mental, afirma a polícia. A Polícia Civil não revelou o nome do suspeito para que a identidade da criança seja preservada.

Ouvido pela polícia, o padrasto confirmou que começou a assediar as duas meninas desde que passou a morar com a família, há três anos. Segundo ele, as enteadas o provocavam.

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Onde é que nós estamos? Na Idade Média? O FDP que estuprava a enteada desde os seis anos e a irmã deficiente não foi excomungado, mas a equipe médica e a mãe sim? O nome do arcebispo é Torquemada?
Outro dia, Bento 16 - chamado de Adolf I pelo Casseta e Planeta logo que assumiu - perdoou os ultradireitistas que negavam o Holocausto judeu, e deu a merda que deu. A atitude do arcebispo de Olinda e Recife está em consonância com este pontificado, que se disfarça de progressista mas sonha com o tempos dos autos de fé.

2 comentários:

Anônimo disse...

meu deus..
a igreja católica continua nesta a troco do que??
meu deus 2 - será que em três anos ninguém nesta família percebeu nada??

Anônimo disse...

Mais um momento para a sociedade perceber e discutir que aborto é aborto. Ninguém é a favor. Legalização do aborto é outra coisa. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.Duvido que os medicos, enfermeiros, juíz envonvidos sejam a favor do aborto, mas são a favor da legalização do mesmo. Chega desta confusão que só está levando mulheres, moças e crianças como essa menina a morte.