terça-feira, 1 de abril de 2008

Os Mosley e o fetiche nazista


Quem acompanha automobilismo já deve estar por dentro do escândalo envolvendo o presidente da FIA, Max Mosley, flagrado fazendo um programa sadomasoquista com prostitutas vestidas de nazistas e prisioneiras (veja o vídeo embaixo). A ironia disso tudo é que Max é filho de Oswald Mosley (na foto, passando em revista seus seguidores), o que só fiquei sabendo na cobertura sobre o escândalo.

Quem é Oswald Mosley? Ele foi o líder e fundador da União dos Fascistas Britânicos, uma espécie de Plínio Salgado inglês, só que alto, bonito, aristocrata e pegador; ao invés de mirrado, feio, classe média e misógino como o criador dos "galinhas verdes". Foi um personagem cultural marcante do Reino Unido, tendo servido de inspiração para personagens de H.G. Wells - em "The Holy Terror" - e de Aldous Huxley, o fascista Everard Webley de "Contraponto", o catecismo dos aficcionados do "Diário da Corte" de Paulo Francis.

Politicamente, ele chegou a ameaçar a alternância no poder entre Conservadores e Trabalhistas na Downing Street, 10, sendo uma pedra no sapato de Winston Churchill no front interno nos 80 dias em que a Inglaterra resistiu sozinha a Hitler. Mosley defendia a paz com a Alemanha e conseguiu considerável apoio popular. Se tivesse subjugado Churchill, a História do século XX poderia ter sido outra.

Mas além de oportunista, Oswald era realmente amigo pessoal de Adolf Hitler e Joseph Gobbels, a ponto dos dois estarem presentes ao seu segundo casamento, justamente com Diana Mitford, futura mãe de Max.

Daí a ironia maior de todo o episódio com o cartola máximo da entidade que dirige a Fórmula 1. Não precisa nem de Freud pra explicar.

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