Meu saudoso amigo Fernando Pellegrini adorava citar uma das piadas sobre o folclore de Dorival Caymmi: "Na Bahia existem três velocidades: lento, lentíssimo e Dorival Caymmi". Parte dessa fama do compositor baiano se deve aos nove anos que levou para completar a canção "João Valentão".
Em "Chega de Saudade", Ruy Castro conta uma história em que um amigo foi pegá-lo em sua casa no Rio de carro, para um compromisso de manhã, e ao vê-lo entrando no carro perguntou: mas você não vai nem passa rum pente no cabelo?" E Caymmi: "Já vim penteado da Bahia".
Dorival Caymmi desembarcou no Rio de Janeiro de um "ita do Norte" há 70 anos e já no ano seguinte ajudaria a inventar a Carmen Miranda que se tornaria estrela de Hollywood. A cantora deveria cantar "Na Baixa do Sapateiro", de Ary Barroso, no filme "Banana da Terra", mas o compositor se desentendeu com o diretor Wallace Downey e este pediu a Caymmi que cedesse "O Que é que Baiana tem" para o número musical. Resultado: Carmen se inspirou na letra para montar seu visual no número e o resto é história.
O Que é que a baiana tem?
O Que é que a baiana tem?
Tem torço de seda, tem!
Tem brincos de ouro tem!
Corrente de ouro tem!
Tem pano-da-costa, tem!
Sandália enfeitada, tem!
Tem graça como ninguém
Como ela requebra bem!
(...)
Um rosário de ouro, uma bolota assim
Quem não tem balagandãs não vai no Bonfim
(Oi, não vai no Bonfim)
(Oi, não vai no Bonfim)
Futebol, mulher, cinema, música, política e outros assuntos de botequim.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Acontece que eu sou baiano
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