quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Há 20 anos..


Sabem a última vez que vi um velocista vencer os 100 metros rasos com a facilidade de Usain Bolt? Foi há 20 anos em Seul, e o nome do sujeito era Ben Johnson. Carl Lewis era o campeão olímpico e lembro da cara que fez quando Johnson o ultrapassou como se ele, Lewis, fosse um fusca na Bandeirantes. Pouco depois foi confirmado o doping do canadense e medalha e recorde mundial foram cassados. Lewis ficou com o ouro, mas deve ter sido meio sem graça (Dizem que ele enterrou uma de suas várias medalhas douradas com o pai. Vai ver foi essa).

Um atleta alemão, o obscuro Tobias Unger, lançou - sem provas - suspeitas de que Bolt se dopa. Unger ficou na segunda eliminatória e fala sem nenhuma evidência a não ser a estranheza pelo fato do jamaicano mal ter se aquecido antes da prova, sua falta de cansaço após corridas extenuantes e a ausência de agência reguladora de doping na pátria do superatleta (Justiça seja feita, apenas 25 das 205 nações que competem nas Olimpíadas tem esse tipo de órgão).

Isso foi antes dos 200 metros rasos, especialidade de Bolt, que com mais essa vitória virou O nome do ateltismo dos Jogos de Pequim. Antes de bater o recorde dos 100 metros pela primeira vez, ele havia corrido apenas cinco competições da modalidade na idade adulta. Até então, ele só fazia os 200 metros rasos, que tem outras exigências técnicas e físicas.
De fato, tudo é muito estranho mas será que a atual tecnologia não seria capaz de detetar um suposto doping de Bolt, especialmente em competições internacionais?
Lembro-me de Florence Griffith Joyner, a vencedora de três medalhas de ouro em Seul (os mesmos 100 e 200 metros, mais o revezamento 4 x 100m pelos EUA), que se retirou das pistas pouco depois e cuja morte precoce apenas dez anos após seu apogeu esportivo praticamente confirmou o que se suspeitava na época. Se ela se drogava, nunca foi apanhada, mas pode ter pago com a vida sua glória olímpíca.

Nenhum comentário: