terça-feira, 4 de março de 2008

Filmaços no Casarão


Os filmes desta semana no Casarão Cultural Pau Preto estão particularmente interessantes. Sexta, às 19h30 será exibido "Kill Bill Volume 1", a primeira e melhor parte do épico de Quentin Tarantino que tornou Uma Thurman musa dos filmes de ação e fez Lucy Liu entrar para o ranking das mafiosas mais assustadoras (leia post anterior). Toda a seqüência da luta da Noiva contra os 88 Malucos e depois o duelo na neve com O-Ren Ishi é sensacional.
No sábado e domingo às 15h, outra heroína de espada em punho, "Mulan", desenho de Walt Disney vagamente inspirado numa fábula chinesa. Foi um dos últimos sucessos dos estúdios do Mickey em animação tradicional e curiosamente, enquanto a primeira "princesa" Disney chinesa já tem 10 anos, a primeira afro-americana só aparecerá este ano, quando um negro pode ser eleito presidente dos Estados Unidos. Se é coincidência ou oportunismo é um mistério.

Finalmente, a sessão Videoclube de domingo às 17h30 traz o clássico absoluto "Crepúsculo dos Deuses", de Billy Wilder, seguramente um dos filmes auto-referentes de Hollywood mais cruéis de todos os tempos. Não bastasse a escalação de uma ex-estrela do cinema mudo reclusa no papel de uma ex-estrela do cinema mudo reclusa (Gloria Swanson), ainda há o preciosismo de reunir na roda de bridge da protagonista o grande Buster Keaton, Anna Q. Nilsson e H.B. Warner - todos atores da fase muda - e apelidá-los de "Museu de Cera". Mas a ironia mais devastadora foi fazer de Erich Von Stronheim o mordomo de Gloria. Em 1929, o diretor e ator alemão deixou incompleta aquela que talvez fosse sua obra-prima, "Queen Kelly", porque foi demitido pela estrela e co-produtora do filme... Gloria Swanson! A carreira de Stronheim como diretor praticamente acabou depois disso e ele iniciou um longa filmografia como ator cujos pontos altos foram o de um oficial da avição em "A Grande Ilusão", de Jean Renoir, e "Quatro Covas no Egito", do próprio Billy Wilder, em que ele interpreta o Marechal Erwin Rommell ainda no calor da II Guerra Mundial. Já Swanson ainda filmaria até 1941, quando se aposentou por falta de papéis para ela - ou os filmes ficaram pequenos para ela - reaparecendo nove anos depois no filme que deveria ser sua volta triunfal. Favorita ao Oscar, acabou perdendo para a jovem Judy Holliday a última oportunidade de ganhar a estatueta.

Um comentário:

Unknown disse...

FIlmaços mesmo!!!

Só o q falta é vc aparecer lá!!!

hehehe
Sempre passo por aqui, e sempre gosto do que leio...

Abraço!