quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ciclo de Cinema Japonês no Casarão

Só para lembrar:

Sexta, dia 13, às 19h - Trono Manchado de Sangue (Kumonosu Jô/1957). Direção de Akira Kurosawa. Com Toshiro Mifune, Isuzu Yamada, Takashi Shimura. Versão jidai-gekki (filme de época, de samurai) da shakespeareana “Macbeth”. General encontra três bruxas após uma campanha vitoriosa e estas lhe dizem que em breve ele se tornará daimyo (líder feudal do Japão antigo). Ao saber do episódio sua mulher o incita a realizar ele mesmo a profecia, matando o suserano e tomando-lhe o lugar. Após o crime, ele e a esposa são atormentados pela culpa, e as feiticeiras retornam dizendo que ele só será deposto quando a floresta se mover. A comunicação de Kurosawa com a cultura ocidental era de mão-dupla, da literatura ocidental ele ainda adaptaria “Ralé”, de Gorki; “O Idiota”, de Dostoievski; e “Rei Lear”, novamente de Shakespeare. O Ocidente, por outro lado, transformou seu “Sete Samurais” em western (“Sete Homens e um Destino”) e animação (“Vida de Inseto”). O diretor Antunes Filho não apenas se inspirou na visão de Kurosawa como também usou o título “Trono Manchado de Sangue” para sua montagem de “Macbeth” em 1992. Duração: 110 minutos.

Domingo, dia 15, 17h30 - Céu e Inferno (Tengoku to Jigoku/1963). Direção de Akira Kurosawa. Com Toshiro Mifune, Tatsuya Nakadai, Kyoko Kagawa, Takashi Shimura. Baseado em um romance policial norte-americano de Ed Macbain, o filme conta a história de um diretor de uma fábrica de sapatos, Kingo Gondo, que tem o filho raptado. O seqüestrador exige uma quantia exorbitante como resgate. Mas quando Gondo vai efetuar o pagamento ele tem uma surpresa. Neste filme "film noir", Kurosawa analisa o mundo capitalista japonês e as diferenças sociais, mostrando os contrastes entre a burguesia (Céu) e a miséria (Inferno). É um dos favoritos de Martin Scorcese, que pensou em refilmá-lo. O duelo de interpretações entre Mifune – o capitalista – e Nakadai – o sequestador é um dos pontos altos deste filme subestimado á época, mas hoje considerado um dos melhores do diretor. Duração: 143 minutos

A Tulha do Casarão tem 60 lugares e a entrada é franca. Se alguém se interessar, podemos fazer um debate após o filme.

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