terça-feira, 3 de junho de 2008

Dream team?



Acabo de assistir o "Entre Aspas" da Globo News em que se discutiu o surpreendente discurso da senadora e pré-candidata Hilary Clinton em Nova York. Quando todos acreditavam que ela jogaria a toalha, a ex-primeira-dama afirmou continuar na briga. Os analistas brasileiros acreditam que ela está forçando a barra para ser a vice de Barack Obama numa possível Chapa dos Sonhos. Sonhos dela, como disse o sociólogo Demétrio Magnoli (My God! Esse era lider da Libelu nos meus tempos de USP).

Nos Estados Unidos, por outro lado, como informou o correspondente por telefone, essa chapa não é dada como certa. Convenhamos: um negro e uma mulher lado a lado numa eleição americana é inovação demais. Para os habitantes do Flot (Flying over territory, como Paulo Francis chamava tudo o que ficava entre a Costa Leste e a Califórnia), dos quais em grande parte habitado por rednecks (caipiras que detestam quem não for branco e americano e que acham que mulher é no tanque ou na cama), seria algo duro de engolir. Além disso, há a personalidade de Hilary. Se ela não conseguia deixar de dar palpites como primeira-dama, imagine como vice. José Alencar perde feio.

Mas que a quase ex-candidata vai vender caro a rendição, isso parece cada vez mais claro, mesmo com o risco de entregar aos republicanos uma eleição que parecia no papo dos democratas. A recusa em entregar os pontos só atrasa o início da campanha propriamente dita e ajuda o republicano John McCain. Então o que ela pretende? Talvez o objetivo seja enfiar no programa de Obama o projeto de plano de saúde pública que seu marido não conseguiu aprovar em dois mandatos. Seria enxertar um pedaço de sua própria proposta de governo na do candidato vencedor das prévias. Assim ela poderia apoiar Obama com a sensação de vitória.

É curioso que, secretamente, a gente se empolgue com a irresistível ascenção de Barack Obama e torça para que ele dê uma surra no candidato de Junior. Mas a verdade é que, geralmente para o Brasil, os republicanos são melhores que os democratas, que dão sustento aos subsídios agrícolas. Mesmo à distância, o candidato democrata emana aquela eletricidade que a história associa a John Fitzgerald Kennedy. Que, por sinal, foi quem começou a intervenção americana no Vietnã e também apoiou a oposição ao governo de João Goulart. Nem sempre carisma e discurso de mudança significam que daqui pra frente tudo vai ser diferente. Vide Lula....

Um comentário:

Anônimo disse...

a mulher tem unha verde
nhaca